Estou a 120 km/h, ao volante de uma perua, alemã quando seu motor subitamente desliga. Como se trata de um carro bastante silencioso, mal percebo o que ocorreu. O sistema de direção e toda a parte elétrica do carro seguem funcionando. Como estou em uma pista totalmente plana, o carro perde velocidade muito lentamente – até porque o câmbio foi totalmente desacoplado do motor. Assim que encosto no acelerador, tão sutilmente quanto o motor desligou, ele religa – e, instantaneamente, o câmbio é acoplado novamente ao motor e a perua volta a ganhar velocidade.

Não há nada errado com o carro. A pista é da Bosch e fica em Boxberg, na Alemanha. Eu estava testando uma evolução do sistema start-stop, que só deve chegar ao mercado em 2016. É chamada de start-stop coasting. O motor teria sido religado e reacoplado da mesma forma se eu tivesse pisado no freio. O carro avaliado ainda estava equipado com o BRS (Boost Recuperation System), um equipamento que, além de recuperar energia de frenagem, transformando-a em eletricidade, ainda torna essas religadas do motor mais suaves e, de quebra, elimina o turbo lag. Com esses dois sistemas, no ciclo de testes “real” adotado pela sistemista, a economia de combustível adicional é de algo entre 10% e 15%. Assim, associando o coasting ao sistema start-stop normal, a economia é de 20 a 25%.