Como seu Ka utiliza a plataforma do Panda e do Cinquecento, a Ford resolveu passar a produção para a fábrica da Fiat na Polônia

Neste mundo globalizado, vemos fatos inusitados ligados à indústria automobilística. O compartilhamento de componentes e plataformas já é corriqueiro: marcas que disputam o cliente final no mercado dividem projetos mecânicos de seus produtos.

Tudo para conseguir preços mais competitivos na economia obtida pelo aumento da escala de produção. Isso já não soa mais estranho. Agora os fabricantes começam a trilhar caminhos ainda mais audaciosos: em uma mesma fábrica já se produzem carros de marcas diferentes.

Os dois ganham: um investe menos na construção de plantas industriais e na produção e o outro utiliza a capacidade ociosa de sua fábrica. Interessante. É o caso da unidade que a Fiat possui em Tychy, na Polônia. Remanescente ainda do tempo do comunismo, a enorme fábrica foi criada no início dos anos 70, depois de um acordo entre a Fiat e o governo comunista polonês, para a produção de modelos econômicos.

Em 1991, depois que a Fiat Auto assumiu o controle da fábrica, reformulou-se todo o processo produtivo e as instalações modernizaram-se. Hoje a fábrica produz 2.400 carros/dia, emprega cerca de 6.000 funcionários, produz para o mercado europeu e mundial os Fiat 600, Panda, 500 (que está chegando ao mercado brasileiro…) e o Ford Ka! Isso mesmo: o Ka europeu é produzido pela Fiat (leia mais na pág.39).

Como ele divide a plataforma com os italianíssimos Cinquecento e Panda, a Ford resolveu entregar à Fiat a produção do Ka II. A marca americana ficou apenas encarregada do projeto, pois a produção e os componentes mecânicos são Fiat. Na teoria isso sempre foi uma possibilidade, mas agora ela começa a se realizar na prática.