CHRYSLER 300C V6 R$ 139.900

O carisma do 300 C impressiona: todos viram suas cabeças para ver o carrão da Chrysler passar. O sedã, produzido na Áustria (isso mesmo, feito na Europa para o mundo e no Canadá para os americanos), é uma daquelas unanimidades que só suas próprias linhas explicam. Lançado em 2004, o carrão americano tem muito da engenharia alemã da Mercedes. Como na época a Daimler era sócia majoritária da Chrysler (hoje a Daimler vendeu sua participação na marca), e por isso tinha todo interesse em apresentar um ótimo produto ao consumidor americano, baseou sua plataforma na mecânica do vitorioso Classe E, utilizando um motorzão bem ao gosto americano. Com design que preencheu as expectativas do consumidor, o resultado não poderia ser diferente: ele é sucesso dentro e fora dos EUA. Até os céticos europeus admiram o carrão de características americanas.

Mas, certamente, um dos responsáveis pelo grande sucesso do 300 C é a pitada, na quantidade exata, do tempero europeu em sua receita. A suspensão independente (semelhante à do Classe E) tem a firmeza de um carro europeu, com uma ótima estabilidade da carroceria e uma boa dirigibilidade. O sistema de direção também é típico de um bom europeu: respostas ao comando do volante são precisas e rápidas.

Acima, o sistema multimídia com disco rígido interno, entrada para pen-drives e classificação automática das músicas

No sistema de freio, outra qualidade: assim como nos Mercedes, o pedal apresenta uma espécie de pré-carga, que permite uma resposta imediata sempre que o sistema é acionado. A grande novidade nessa versão 2008 é a oferta de uma versão mais barata, equipada com um V6 de 3,5 litros que produz 249 cv. Ao contrário do V8 da versão mais cara (340 cv), que possui comando de válvulas no bloco e apenas duas válvulas por cilindro, o novo V6 utiliza comando de válvulas nos cabeçotes e quatro válvulas por cilindro, configuração mais moderna e eficiente, que permite ao propulsor menor chegar à marca de 71 cv por litro de rendimento, contra apenas 60 cv por litro do motor grande.

À esquerda, o painel de linhas clássicas. Abaixo, o piloto automático que funciona por alavanca no volante e, à direita, a alavanca de câmbio que permite trocas manuais

Apesar dos quase 1.850 kg, sua performance é boa (0-100 km/h em menos de 10 s e 219 km/h de velocidade máxima). Mas o consumo é exagerado quando comparado aos concorrentes do segmento: com um tanque de 72 litros o motorista roda de 450 km a 500 km, dependendo da estrada, forma de dirigir e da carga que transporta. Destaque ao sistema de multimídia (MyGIG) que engloba rádio/CD/DVD/HDD/MP3, entrada USB e um disco rígido de 20 gigabytes para músicas e fotos. O sistema pode ser comandado por toque na tela ou comando de voz. Ao preço de R$ 139.900, ao contrário do V8, ele não oferece o teto solar, os pedais de ajuste elétrico, o aquecimento do banco traseiro e volante e alavanca em madeira. Mesmo assim, é a melhor opção do segmento. Parece valer muito mais do que custa.