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Quando falamos em alinhar suspensão e direção, estamos falando de toda dinâmica e comportamento de um veículo. Acreditem: um carro desalinhado consome mais combustível, desgasta mais os pneus, e torna o veículo extremamente instável e inseguro para se dirigir. E o duro, é que esse último item você só vai perceber a importância no momento de uma frenagem difícil ou do desvio brusco de um obstáculo. O carro desalinhado fica muito difícil de controlar nessas condições e o acidente é quase inevitável.

Você já deve ter ouvido falar em geometria de suspensão. Ela se refere aos diversos ângulos que a roda assume quando a suspensão se movimenta. Tudo previsto pelos engenheiros que projetaram aquele conjunto. Agora, quando se anda em nossas irregulares e esburacadas ruas, os componentes do sistema de suspensão vão, aos poucos, se deformando. Nesse caso, todos os ângulos que os engenheiros previram para a roda ficam completamente alterados, fazendo com que o carro tenha reações esquisitas e não previstas em sua utilização normal.

Por isso, é que os sistemas de suspensão preveem regulagens de alguns itens para que a geometria original seja retomada. Da mesma forma, o sistema de direção também padece dos mesmos males do sistema de suspensão, se deformando com os impactos dos buracos e com o desgaste natural de seus componentes. É fácil intuir que quando se gira o volante de um carro, a roda interna a curva deve esterçar mais do que a externa, pois elas estarão descrevendo trajetórias diferentes. E para que os pneus não se arrastem, a roda interna a curva terá um ângulo de esterço diferente da roda externa. O alinhamento dos sistema de direção corrigirá as deformações e os desgastes.

Imaginem agora, se esses ângulos estiverem todos errados. As rodas esterçarão em ângulos errados, arrastando os pneus no asfalto, acelerando seu desgaste e exigindo mais combustível do motor para que o carro mantenha a mesma velocidade. Se a geometria da suspensão também não corresponder, teremos os pneus perdendo o contato da banda de rodagem com o piso à medida que a suspensão se movimenta, ou, ainda pior, permitindo que os pneus se arrastem no asfalto em ângulos que, além de segurarem a marcha do veículo, gastando mais combustível, teremos ainda reações inesperadas da carroceria se o motorista frear, por exemplo, e tentar ao mesmo tempo desviar de um obstáculo. Tudo catastrófico e, dependendo da situação, podendo causar um grave acidente.

De uma maneira geral, o alinhamento do sistema de direção costuma ser mais fácil que o alinhamento do sistema de suspensão, que exige reparos mais caros e demorados. Mas devemos ressaltar que ambos são igualmente importantes. Não adianta nada alinhar a direção se a geometria da suspensão estiver comprometida por desgaste ou por deformação por impacto de algum buraco.

No sistema de direção, o alinhador atua, basicamente, nos braços que ligam a caixa de direção as rodas. No sistema de suspensão, o alinhador vai atuar na cambagem, que é o ângulo que as rodas formam com o solo e o cáster, o ângulo que a manga de eixo forma com o chão.

Alguns carros, normalmente aqueles com suspensão independente nas 4 rodas, exigem também o alinhamento da suspensão traseira. Isso porque, apesar de não termos os ângulos da direção e do cáster da manga de eixo, há ainda a regulagem da cambagem.

Pode acontecer de a inclinação da roda do lado direito estar diferente do lado esquerdo, e esse fato poderia comprometer o comportamento dinâmico do carro. Nesses casos, é bom verificar também o alinhamento do eixo traseiro. As boas oficinas especializadas em suspensão e alinhamento fazem essa verificação automaticamente. Mas, não são todas as oficinas, por isso fique de olho.

Perfeitamente alinhado, o carro vai rodar com suas rodas no paralelismo previsto pelo fabricante do carro, mesmo quando se esterça o volante. O carro anda reto, sem exigir do motor para arrastar os pneus, anda livre, solto e as reações ao comando do volante ficam sempre mais imediatas.

Nas frenagens, não haverá mudança de trajetória e o carro para sempre em linha reta. As frenagens serão sempre em espaços mais curtos, pois a banda de rodagem dos pneus terá contato pleno com o asfalto. Nos desvios bruscos de trajetória, para escapar de um perigo, o carro estará sempre no comando do motorista. Uma sensível redução nos riscos de acidentes. O carro, rodando livre, se refletirá diretamente na economia de combustível e para quem dirige, não são necessárias aquelas constantes e desagradáveis correções de trajetória, típicas de um carro desalinhado. Certamente alinhado, seu carro ficará muito mais gostoso de dirigir.