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Como reconhecer um legítimo DS? Pelo estilo ousado e refinado nos mínimos detalhes. Assim é o DS 3, lançado em 2010 como parte da linha Citroën e depois transformado em embaixador da marca, quando essa se tornou independente. Até os projetores dos faróis são bonitos e têm formas ousadas. E essa característica é agora reforçada pelas novas asas duplas cromadas que ligam a grade aos faróis e às luzes de neblina em LEDs – recurso de estilo inédito na gama DS. Mas a novidade mais empolgante está debaixo do capô: trata-se do novo motor 3 cilindros turbo de 131 cv e 23,4 kgfm, derivado da unidade aspirada já comercializada no Brasil.

Oferecido na Europa como opção mais acessível e econômica ao 1.6 turbo de 165 cv, esse DS3 PureTech 130 não está confirmado para o mercado brasileiro. Mas deveria, pois é brilhante. Seu ronco se ouve de imediato, e suas qualidades aparecem abaixo das 2.000 rpm. Muita agilidade e pouca vibração tornam o hatch bastante agradável tanto no uso cotidiano quanto em uma condução mais apimentada. No primeiro caso, basta engatar a sexta marcha, mesmo que a 50-60 km/h, para viajar de modo fluido e confortável. No segundo, descobre-se um desempenho interessante, com 0-100 km/h em 9s3 e retomada 70-120 km/h (sexta marcha) em 15s3.

O motor puxa forte até 6.300 rpm, quando corta os giros abruptamente. Ao afundar o pé direito em segunda, no entanto, há certo torque steer (puxada do volante para um dos lados), embora não seja excessivo. A vivacidade do turbo se soma à tradicional agilidade do hatch de dimensões compactas – 2,45 m de entre-eixos e 4 m de comprimento. Isso é bom tanto para estacionar em vagas apertadas quanto para encarar uma estrada cheia de curvas. Por não ser um esportivo puro e duro, o DS 3 aposta em um bom equilíbrio de chassi, direção e suspensões. Nada é extremo, mas o resultado é muito bom. O hatch é fácil e intuitivo de desfrutar na estrada, por mérito também da transmissão manual.

O acerto das suspensões permite passar em buracos e irregularidades sem muitos problemas, e o comportamento em curvas também foi levado em consideração, de modo que quem viaja atrás sente algumas pancadas secas. Na estrada o DS 3 vai bem, pois tem um isolamento acústico eficiente. Para completar, o consumo extremamente baixo é outro trunfo deste belo motor. Fizemos média de 15,7 km/l na cidade. Assim, dá para rodar mais de 700 quilômetros com um tanque cheio (50 litros).

Já no interior há poucas mudanças, preservando a elegância de sempre. O DS 3 avaliado tinha os opcionais couro marrom, o pacote de navegação, sistema de frenagem automática e central multimídia com GPS e espelhamento de celular (iOS e Android). Eles somam mais 5.350 euros ao preço do modelo, que vai a 27.750 euros – um pouco mais que o 1.6 THP de entrada. Considerando os preços atuais no Brasil, se a marca decidisse trazer essa versão 1.2 turbinada (podem até nacionalizar o motor), ela partiria de cerca de R$ 70.000. Um valor bem interessante para o nosso mercado.

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Ficha técnica:

DS 3 PureTech 130 Sport Chic

Preço básico (estimado): R$ 70.000
Carro avaliado (estimado): R$ 83.000
Motor: 3 cilindros em linha 1.2, 12V, duplo comando variável, turbo, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 1199 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 131 cv a 5.500 rpm
Torque: 23,4 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: manual, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,948 m (c), 1,715 m (l), 1,458 m (a)
Entre-eixos: 2,464 m
Pneus: 205/45 R17
Porta-malas: 285 litros (980 com o banco rebatido)
Tanque: 50 litros
Peso: 1.165 kg
0-100 km/h: 9s3
Velocidade máxima: 204 km/h
Consumo cidade: 18,5 km/l*
Consumo estrada: 24,4 km/l*
Consumo: sem nota
Emissão de CO2: sem dados
Nota do Inmetro: não venido no Brasil

*Dados da Europa