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Tenho uma paixão pelo Fiat 500 e dirijo um há cinco anos. Já pensei em vendê-lo, mas me falta coragem, pois seu charme e praticidade são inigualáveis. Então fui escalado para ficar alguns dias com o Mobi Drive GSR. Ao sair da redação e percorrer os primeiros quilômetros uma dúvida não me largava: “Será que o Mobi poderia ocupar o lugar do meu Cinquecento?” Ao chegar em casa, fui pesquisar os preços. Meu 500 vale R$ 35.000 na Tabela Fipe, enquanto o Mobi Drive GSR custa R$ 44.780. Pensei com meus botões: “Terei que investir uma grana para sair de Mobi GSR por aí”.

Para ir e voltar do trabalho levo cerca de uma hora. E o câmbio automatizado GSR-Comfort (sigla para Gear Smart Ride-Comfort) se mostrou o meu melhor amigo. Ele é um diferencial dessa versão e até trabalha de forma eficiente – contudo, não aprovei certos pormenores. Os trancos nas mudanças ou reduções estão suavizados se comparados ao antecessor Dualogic, mas eles ainda aparecem e me incomodaram depois de um tempo. Já ao encarar algumas subidas íngremes, a transmissão não soube qual marcha engatar. Primeira ou segunda? Sorte que pude fazer trocas sequenciais pelas borboletas atrás do volante e acabar de vez com a indecisão do câmbio.

Embora crítico em relação ao câmbio, rasgo elogios ao motor tricilíndrico 1.0 Firefly. Esperto, ele oferece uma condução urbana prazerosa, pouca vibração e um ótimo consumo. Minha melhor média aferida pelo computador de bordo foi de 18,6 km/l rodando com gasolina e sem trânsito. A engenharia da Fiat fez direitinho a lição de casa. Já as suspensões são macias, mas foi possível sentir batidas secas na mola do eixo traseiro. Como já falei, gosto de carros compactos.

O comprimento do Mobi é praticamente o mesmo do Fiat 500: 3,566 m
contra 3,546 m. Mesmo assim, continuo preferindo o interior do Cinquecento, com mais charme e melhores acabamentos. Mas vou confessar que curti o Live On. Esse opcional faz parte do pacote Tech Live (R$ 1.530) e, para utilizá-lo, basta baixar um aplicativo e o smartphone se transforma na central multimídia do carro. Entre as funções, GPS, rádio, streaming/música online, EcoDrive e um que mostra onde o carro ficou estacionado. Tudo simples e muito intuitivo de utilizar. O Mobi GSR pode ter atributos que valeriam a sua compra. No entanto, não vou colocar quase R$ 10 mil para trocar meu 500 por ele.


Ficha técnica:

Fiat Mobi Drive GSR

Preço básico: R$ 44.780
Carro avaliado: R$ 49.920
Motor: 3 cilindros em linha 1.0, 6V, variador de fase
Cilindrada: 999 cm3
Combustível: flex
Potência: 72 cv a 6.000 rpm (g) e 77 cv a 6.250 rpm (e)
Torque: 10,4 kgfm a 3.250 rpm (g) e 10,9 kgfm a 3.250 (e)
Câmbio: automatizado, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,566 m (c), 1,633 m (l), 1,502 m (a)
Entre-eixos: 2,305 m
Pneus: 175/65 R14
Porta-malas: 215
Tanque: 47 litros
Peso: 965 kg
0-100 km/h: 14s8 (g) e 13s9 (e)
Velocidade máxima: 161 km/h (g) e 164 km/h (e)
Consumo cidade: 14,0 km/l (g) e 9,8 km/l (e)
Consumo estrada: 15,9 km/l (g) e 11,1 km/l (e)
Emissão de CO2: 89 g/km
Nota do Inmetro: A
Classificação na categoria: A (Microcompacto)


Contraponto

Por Sergio Quintanilha

Confesso que mudei o conceito que tinha do Mobi depois que dirigi a versão com motor Firefly de três cilindros. O carrinho melhorou nessa configuração e tirou a má impressão inicial. Quando dirigi o Mobi Drive com o novo câmbio automatizado GSR-Comfort também gostei. É verdade que ainda surgem alguns trancos nas trocas de marchas, por conta da embreagem simples, mas eles diminuíram bastante. E com as borboletas, fica até divertido de guiar. Além disso, se no lançamento do carro a Fiat exagerou na promessa, ao lançar o Mobi Drive GSR seus engenheiros foram bem claros ao dizer que não se deve compará-lo com um carro automático.

Por isso, o carrinho passou a ter uma relação custo-benefício mais atraente. Concordo com o Rafa que um Fiat 500 usado é melhor que um Mobi zero km. Mas discordo um pouco do sistema multimídia Live On. Achei o encaixe tosco. Além disso, não acho justo pagar R$ 1.530 para a montadora e ter que colocar o meu próprio smartphone como central multimídia do carro. E não, eu não compraria um Mobi, pois nessa categoria ainda prefiro o Up, da Volkswagen.

COMPRE SE…
Você deseja um carro compacto e prático para andar na cidade, além de oferecer um bom consumo. Nesses quesitos, o Mobi é digno.
Você é solteiro, leva pouca bagagem, ou recém-casado e sem filhos. O espaço traseiro e o porta-malas do Mobi são pequenos.

NÃO COMPRE SE…
Você viaja com frequência. Apesar de esperto na cidade, o motor tricilíndrico 1.0 não é um “rojão”. Ele cobra seu preço na estrada.
Você tem família, principalmente bebês ou filhos pequenos, pois é difícil de acomodar uma cadeirinha infantil no banco traseiro.

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