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Assim como o Golf, o Passat é um daqueles modelos icônicos da Volkswagen, que evoluiu lentamente para não perder a identidade (confira aqui as oito gerações). Lançada há um ano na Europa, sua oitava geração chega ao Brasil em janeiro nas versões Comfortline (R$ 144.500) e Highline (R$ 151.300). Olhando de fora – e por dentro –, não há grandes surpresas: as linhas básicas da carroceria e do painel são as mesmas. O Passat é conservador, mas isso não significa que não tenha mudado. Mudou sim, e ainda ganhou uma bela dose de modernidade.

Para começo de conversa, a nova plataforma MQB permitiu, sem aumentar o comprimento, diminuir os balanços. O resultado são 7,9 cm a mais de entre-eixos, com aumento de 4 cm no já ótimo espaço traseiro (e um porta-malas de 586 litros, 101 a mais). Outra novidade está no belo painel “virtual”, que permite diversas configurações diferentes – mas aparece só na versão Highline, e como opcional. Ainda no interior, as saídas de ar dianteiras agora cortam todo o painel, interrompidas só pelos instrumentos e o tradicional relógio analógico, e as traseiras têm regulagem independente de temperatura (são três zonas).

Outras boas novas do toque de modernidade que o novo Passat ganhou estão no pacote de tecnologia, que, além do ACC (piloto automático adaptativo, que agora ainda para totalmente o carro e retoma o funcionamento com um toque no acelerador), tem novos recursos, como start-stop, alertas de ponto cego, de tráfego cruzado (ao dar ré para sair de uma vaga, avisa sobre carros se aproximando), e de colisão (com frenagem automática a até 30 km/h). Há, ainda, a terceira geração do Park Assist, que estaciona o carro em vagas perpendiculares de frente ou de ré. Pena que sejam todos opcionais do pacote Premium (R$ 4.900), e só na versão Highline – que ainda traz som Dynaudio com central multimídia de tela maior (8”), HD de 60GB e mais recursos. De qualquer modo, se não têm algumas das principais novidades de série, as duas versões são completas: a Comfortline já tem DCC e quase tudo o que se espera de um carro de luxo, enquanto a Highline soma banco com massagem, câmera de ré e borboletas no volante – além dos novos faróis de LED com luz alta automática, que sombreiam os outros carros para não ofuscá-los, garantindo sempre ótima iluminação (mais detalhes sobre os equipamentos abaixo).

Ao volante, as mudanças construtivas e mecânicas não alteraram tanto as sensações ao volante – ou a falta delas. Apesar do motor 4 cilindros 2.0 turbo ter ganhado potência (de 211 para 220 cv) e torque (de 28,6 para 35,7 kgfm), e apesar de a transmissão de seis marchas e dupla embreagem seguir rápida, o Passat ainda não emociona; seu negócio é o conforto. Sim, ele tem a mecânica do Golf GTI, acelera de 0-100 km/h em 6s7 (0s9 a menos que antes) e beira os 250 km/h, mas não empolga. A posição de dirigir é ótima, tudo funciona perfeitamente, mas ele pede uma tocada mais calma (e gastando pouco combustível). Interessante é o novo DCC (controle dinâmico de chassi), de série, que permite optar entre os modos de condução Normal, Eco, Esporte e Conforto, alterando, entre outras coisas, as respostas do motor, câmbio e direção, além de agora mudar também a rigidez dos amortecedores.

No fim, o Passat segue com o papel de sempre: uma opção mais espaçosa e/ou potente e/ou equipada, porém com menos status, a modelos de valor similar da Audi, da BMW da Mercedes. E ainda briga com Honda Accord, Toyota Camry, Ford Fusion, Hyundai Azera e cia. Sem defeitos, mas também sem muita emoção, não deixa de ser uma boa compra.

VERSÕES E PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS

COMFORTLINE (R$ 144.500)
Bancos dianteiros com aquecimento e regulagem elétrica do encosto do motorista, seis airbags (dianteiros, laterais e tipo cortina), ar-condicionado automático digital de três zonas, iluminação interna em LED, relógio analógico no painel, acesso e partida sem chave, central multimídia touchscreen com tela de 6,5” colorida, de alta resolução e conectividade Volkswagen App-Connect, porta-luvas refrigerado, apoio de braços central dianteiro, Easy Open (abertura do porta-malas por meio de sensor posicionado sob o para-choque traseiro), luzes de condução diurna, detector de fadiga, volante multifuncional em couro com comandos do rádio, bancos de couro (3 tons) computador de bordo e piloto automático, rodas 18 polegadas e pneus autosselantes 235/45 R18.
OPCIONAL: teto solar panorâmico (R$ 5.400).

HIGHLINE (R$ 151.300)
Além dos itens da versão Comfortline, tem bancos dianteiros com ajuste elétrico, aquecedor e apoio lombar com massageador para o motorista; memória para o banco do motorista e função “easy entry” (recua automaticamente o banco para ampliar a área de acesso), câmera de ré, retrovisores externos com memória do lado do motorista, faróis full-LED com DLA (luz alta automática), volante com borboletas para troca de marchas, bancos de couro Nappa (3 tons).
OPCIONAIS: Pacote Premium (R$ 4.900): central multimídia touchscreen de 8 polegadas, som Dynaudio de 700 watts com 11 alto-falantes; sistema pro-active, Park Assist 3.0, piloto automático adaptativo (ACC), painel virtual e assistente de mudança de faixa.
Teto solar elétrico panorâmico (R$ 5.400).

FICHA TÉCNICA
VW PASSAT 2016
Preço básico: R$ 144.500
Carro avaliado: R$ 161.600

VW Passat Highline
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, duplo comando variável, turbo, injeção direta e indireta, start-stop
Cilindrada: 1984 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 220 cv de 4.500 a 6.200 rpm
Torque: 35,7 kgfm de 1.500 a 4.400 rpm
Câmbio: automatizado, seis marchas, dupla embreagem
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e four-link (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira, bloqueio eletrônico do diferencial
Dimensões: 4,767 m (c), 1,832 m (l), 1,476 m (a)
Entre-eixos: 2,791 m
Pneus: 235/45 R18
Porta-malas: 586 litros (1.152 com banco rebatido)
Tanque: 66 litros
Peso: 1.499 kg
0-100 km/h: 6s7
Velocidade máxima: 246 km/h
Consumo cidade: não divulgado
Consumo cidade: 13,5 km/l (durante avaliação)

Nota do Inmetro: não participa