Há quem torça o nariz para o Range Rover Sport. Dizem que é um Discovery fugindo ser um Range Rover. Explico: na linha Land Rover, Range Rover era o nome de um modelo que ficou marcado, principalmente a partir da segunda geração, de 1995, como o mais sofisticado dos modelos da inglesa Land Rover. Ele se tornou sinônimo de luxo: era o carro da Madonna e da rainha Elizabeth. Por isso, em 2005, virou praticamente uma marca independente. Uma etiqueta de luxo dos ingleses. E aí, começaram a usar seu nome em vão: da base mais simples do modelo Discovery nasceu outro carro e o chamaram de Range Rover Sport. O nome e o design fazem o cliente imaginar que se trata de uma versão esportiva do Range. Mas não é. Daí as críticas. Essa mesma fórmula foi usada no Evoque, que, na verdade, tem a base construtiva do Freelander.

Sua base é a do Discovery (acima). Menos so sticada, porém mais robusta

Hoje suas vendas são quase o dobro das do original – por ser mais barato, claro, não por ser melhor. Mas isso não quer dizer que seja ruim; está longe disso. Na verdade, ele tem até vantagens: a plataforma do Discovery, embora não tão refinada quanto a do Range Rover original (hoje chamado Vogue), é a mais robusta da marca, construída sobre chassi do tipo.

O modelo também é vendido em uma versão a gasolina – V8 5.0 Supercharged –, mas nessa HSE, com motor diesel 3.0 biturbo (SDV6), é mais interessante. Ainda mais agora que ganhou potência extra e um novo câmbio de oito marchas (antes eram seis). O jipão ficou mais econômico e inacreditavelmente silencioso com essa nova transmissão, que mantém o motor sempre com as rotações lá embaixo. E o melhor de tudo: ele ainda anda bem. Na estrada, o SUV agrada bastante. A dirigibilidade é um pouco afetada pela construção, mas, mesmo assim, é confortável. Usando as borboletas no volante, dá para se divertir, mas é quando a estrada acaba que a coisa melhora: auxílio em descidas, Terrain Response (escolha o piso e o 4×4 se adapta), suspensão com altura ajustável (uma para o off-road e outra para carga e descarga).

No interior, luxo por toda a parte: abertura da tampa do porta-malas motorizada, couro de primeira com costiras duplas e sistema multimídia com telas traseiras independentes, controle remoto e fones sem ¬ o, entre outras coisas. Comparado com o Range Rover Vogue, acredite, o cuidado nos detalhes pode até decepcionar. Mas comparado com 99% dos outros utilitários, e a maioria dos outros carros, ele de fato impressiona.

Por dentro, acabamento impecável e luxos como telas traseiras, controle remoto para os passageiros, compartimento refrigerado e uma tela multimídia que, entre outras coisas, mostra a altura da suspensão e o ângulo das rodas

Range Rover Sport HSE

MOTOR seis cilindros em V, 3,0 litros, 24V, biturbo TRANSMISSÃO automática sequencial, oito marchas, tração integral, reduzida, bloqueio do diferencial, modos especiais (Terrain Response) DIMENSÕES comp.: 4,78 m – larg.: 2,00 m – alt.: 1,78 m ENTRE-EIXOS 2,745 m PORTA MALAS 958 a 2.013 litros PNEUS 275/40 R20 PESO 1.192 kg • DIESEL POTÊNCIA 256 cv a 4.000 rpm TORQUE 61,2 kgfm a 2.000 rpm VEL. MÁXIMA 200 km/h 0 – 100 KM/H 8,9 segundos CONSUMO cidade: 10,2 km/l / estrada: 12,3 km/l (Europa) CONSUMO REAL não disponível