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A Mercedes- Benz completou neste ano os 60 anos da produção do primeiro caminhão da marca no País. Para comemorar o feito, a famosa estrela de três pontas (que significa que a marca sempre fez motores para ar, terra e mar) está fazendo uma série de eventos que comemoram os feitos do fabricante ao longo dessas seis décadas ajudando no progresso do Brasil. Inegável. Quem é que não tem uma boa história para contar sobre uma viagem em um ônibus Mercedes ou um  ‘causo’ que envolva um caminhão Mercedão?

Nessas comemorações, um anúncio oficial da marca chamou minha atenção: A de que a Mercedes- Benz lançará em 2025 um caminhão totalmente autônomo. Ou seja, um brutamontes que dispensará o motorista e poderá trafegar por ruas e estradas totalmente por conta própria.

Apesar de sempre ter acompanhado de perto projetos de carros sem motorista, não acreditava que fosse ver o anúncio oficial do presidente de uma multinacional respeitada como a Mercedes-Benz de que em nove anos um caminhão com essa tecnologia avançada estará sendo oferecido aos consumidores. E, olha, isso não é só uma ideia: O caminhão existe. Já roda em testes avançados pela Europa e está em fase de aperfeiçoamento para que chegue perfeito ao consumidor.

Na Alemanha, os tais caminhões autônomos já rodam regularmente em um roteiro de cerca de 100 quilômetros, sozinhos ou em comboios de três unidades. Isso mesmo, eles também tem capacidade de andar feito trens, um atrás do outro com separação de apenas um metro, graças ao reflexo apuradíssimo de sua eletrônica, que permite reações de frenagem não superiores a um décimo de segundo. Bem mais ágil que a reação de frenagem de um motorista humano, que oscila entre 1,5 a 2 segundos!

O caminhão autônomo ´enxerga` para todos os lados: têm vários sensores estrategicamente colocados na dianteira e laterais e radares e câmeras capazes de ver a estrada e tudo o que se passa nela. Todas essas informações são centralizadas em um piloto automático semelhante aos que existem nos modernos aviões. Diante de tudo o que percebem, tomam a decisão de acelerar, frear, desviar para direita, para a esquerda e até em qual velocidade devem trafegar, obedecendo rigidamente os limites impostos pelas estradas.

A primeira pergunta que se faz é: e o motorista? Deixa de existir ou fica supervisionando o trabalho da máquina? Inicialmente, recomenda-se que o motorista esteja na cabine e apto a assumir o comando do caminhão a qualquer momento que julgar necessário.

De uma maneira geral, quando o caminhão roda eletronicamente comandado, o motorista pode estar fazendo outros trabalhos, como por exemplo, o cronograma de entrega das cargas, ou comandando o tempo de quando elas acontecerão. Paralelamente, o caminhão autônomo mostrou um consumo de combustível inferior de quando é comandado pelo motorista humano. Na prática, é menos custo e menos poluição. Luzes externas permitem que se veja quando o motorista dirige. Neste caso, luzes brancas ficam acesas. Quando a eletrônica está no comando, as luzes assumem a tonalidade azul.

Para que os autônomos transitem com segurança, é necessário que as estradas estejam em bom estado, com suas pinturas nas cores corretas e faixas pontilhadas e contínuas. A eletrônica sabe que as linhas pontilhadas dividem pistas e que as linhas contínuas não devem ser ultrapassadas. A contínua da extrema direita separa o acostamento da pista de rolamento. E as placas de velocidade e sinalização devem estar claras, em altura padrão e indicar a velocidade máxima para o trecho.

O sistema eletrônico interpreta tudo isso e dá a condução correta ao caminhão. A medida que o tempo avançar, os autônomos começarão a ´conversar` entre si, trocando informações sobre as condições de tráfego a frente na estrada. Esse fato reduzirá a possibilidade de acidentes a partir do ponto em que o sistema eletrônico fica alerta de qualquer irregularidade que ocorre adiante na estrada pela informação que recebeu de outro autônomo que trafegue na frente. Por isso, com os autônomos, as estradas tendem a ficar cada vez mais seguras. Não haverá dia nem noite, chuva ou estrada seca, neblina ou dia ensolarado. Para a eletrônica é tudo igual e seguro.

E NO BRASIL?

Se teremos o sistema no Brasil? Philipp Schimer respondeu: ´Se tivermos estradas em bom estado, bem pintadas e sinalizadas, nosso caminhão autônomo poderá trafegar com total segurança`. Claro que o sistema não rodará por toda estrada brasileira, mas pelas estradas mais modernas e atuais, podemos sim, daqui a 9 ou 10 anos, ver caminhões trafegando normalmente sem um motorista atrás do volante.

Isso com total segurança aos usuários, sem motoristas irresponsáveis dirigindo drogados, bêbados ou rebitados, como algumas vezes podemos ver por aí. Sem abusos de velocidade e manobras arriscadas, as estradas se transformarão no futuro em paraísos. Para a tranquilidade e felicidade quem dirige cumprindo o que manda as leis.