Não é novidade dizer que gostamos de motores. E com muitos cv (de cavalo-vapor) de potência, kgfm (quilograma-força metro) de torque e um ronco de arrepiar é ainda melhor. Dirigir um Audi RS6, um Mercedes-AMG C63 S ou um Jaguar F-Type AWD é uma experiência única, mas nem todo mundo pode pagar mais de R$ 500.000 por qualquer um deles. No entanto, hoje, três opções de hot hatches abaixo de R$ 100.000 também oferecem muita curtição ao volante – cada um na sua.

Se no passado tínhamos VW Gol GTI, Chevrolet Kadett GSI e Ford Escort XR3, hoje, Fiat 500 Abarth (R$ 94.000), Suzuki Swift Sport (entre R$ 76.490 e R$ 83.990) e Renault Sandero R.S (R$ 58.880 ou R$ 59.880 com as rodas aro 17) são os nossos hot hatches na faixa dos R$ 100.000. Pequenos e rápidos, eles têm características distintas, mas com algo em comum: são divertidos de dirigir. O Fiat 500 Abarth ataca com motor 1.4 16V Multiair Turbo de 167 cv de potência e 23 kgfm de torque e câmbio manual de cinco marchas. Apesar de pequeno no tamanho, o Cinquecento (500, em italiano) acelera como gente grande: faz de 0-100 km/h em 6,9 segundos com o modo Sport acionado. As suspensões firmes associadas ao curto entre-eixos da carroceria (2,300 m) fazem do 500 Abarth um kart, mas com lugar para até quatro ocupantes. Isso sem mencionar o ronco que é emitido pela dupla saída de escapamento.

PreviousNext

Outro foguete de bolso é o Suzuki Swift Sport. Embora já tenha sido comercializado no Brasil anteriormente, o modelo passou a ser produzido na fábrica de Catalão (GO) – mesmo lugar de onde saem o Suzuki Jimny e os Mitsubishis nacionais. Oferecido em duas versões, a R adiciona itens técnicos e opcionais a mais, como rodas aro 17 vestidas por pneus Pirelli P Zero. O propulsor aspirado 1.6 16V a gasolina de 142 cv é “girador” e, a partir das 4.000 rpm, a personalidade do Suzuki se transforma – podendo virar até 7.000 rpm. Não é à toa que o Suzuki Swift é um dos carros preferidos entre os praticantes de Track Day. A relação peso x potência do Swift Sport é próxima à do VW Gol GTI 2.0 16V de terceira geração – 7,5 kg/cv do Suzuki contra 7,62 kg/cv do antigo (e apaixonante) Volks.

PreviousNext

Como não poderia faltar nessa trupe, o Renault Sandero R.S. é o primeiro modelo da divisão de competição Renault Sport montado fora da França. O bloco 2.0 16V aspirado é o mesmo do Duster, mas retrabalhado para oferecer 150 cv de potência com etanol. As modificações aparecem no coletor 20% mais largo, no duto de admissão reposicionado, no sistema de escape, na pressão de injeção de 4,2 bar e na reprogramação da central eletrônica, entre outros. Assim como o Suzuki Swift, o câmbio é de seis machas. O Sandero acorda a partir das 3.500 rpm e o câmbio curto possibilita espetar marcha após marcha com boa aceleração. Além disso, o coração 2.0 16V permite ao Renault fazer de 0-100 km/h em 8 segundos. E o botão R.S. logo abaixo dos comandos do ar-condicionado deixam a brincadeira ainda melhor com três modos de condução: Normal (baixo consumo), Sport (respostas mais rápidas, regime de rotação mais alto e um ronco mais instigante) e Sport + (quando pressionado desliga o controle de estabilidade oferecendo uma condução mais esportiva). Comparado ao Sandero “normal”, o R.S. é 26 mm mais baixo graças às suspensões, com novas molas mais rígidas, amortecedores e barra de torção.

PreviousNext

Como já disse, são três carros distintos, mas com muito em comum. Esse trio reacendeu a chama entre os consumidores que desejam algo a mais: um esportivo de verdade e não um carro fantasiado cheios de apêndices aerodinâmicos. Viva!