R$ 40 a 60 mil

O novo Punto começa a ser vendido no Brasil em setembro. A Fiat precisava deste modelo para compor sua linha de produtos. Intermediário entre o Palio e o Stilo no mercado brasileiro, ele foi lançado em setembro de 2005 na Itália e foi o carro mais vendido da Europa no ano passado. Só para que se tenha uma idéia do sucesso do novo hatch, enquanto o mercado europeu cresceu 0,7% em média no ano de 2006, a Fiat teve um crescimento de 22% no mesmo período. A grande diferença a favor da marca italiana foi o novo Punto, do qual já foram produzidas mais de meio milhão de unidades desde seu lançamento. Um verdadeiro fenômeno.

O sucesso do novo carro começa pelo design. As linhas do Punto foram concebidas pela Italdesign, do mago das linhas Giorgetto Giugiaro, que assina sua obra: discreto e charmoso, na parte inferior da porta traseira, há um pequeno logotipo com a marca do gênio. O carro tem linhas agressivas, porte robusto e há até mesmo um pouco de esportividade em suas formas. Proposital, afinal ninguém curte um carro “com cara de tiozão”. Todos querem se sentir jovens a atraentes dentro de um novo automóvel. E a Fiat sabe disso.

Dentro do portaluvas, uma prática entrada USB que, além de receber aparelhos como o iPod, permitir que o consumidor faça atualizações de dados do software de conectividade e entretenimento do automóvel

No Brasil, as linhas e as dimensões do Punto são idênticas às do modelo europeu. Apenas alguns detalhes de acabamento externo diferenciam a versão nacional, como a grade inferior do pára-choque dianteiro, que é preta no italiano e cromada na versão brasileira. No interior, há diferenças sutis no painel de instrumentos e mais perceptíveis na f orração dos bancos e laterais de portas, mais adequadas ao gosto e às condições climáticas de nosso País.

Com relação ao modelo europeu, nosso Punto tem uma desvantagem. Diferente do que ocorre na Europa, as leis brasileiras obrigam as fábricas a utilizarem estepes com as mesmas medidas dos pneus que rodam no carro. Assim, o pneu largo fica alto no porta malas, roubando um pouco do espaço que seria para bagagens. Exatamente como acontece no novo Honda Civic. Com estepe pequeno e fino como o utilizado no modelo europeu, o porta-malas ganharia em volume.

Mecanicamente, o novo Punto difere bastante do europeu. Estruturalmente, o monobloco nacional é mais reforçado para suportar os impactos e torções impostos por nossas esburacadas ruas e estradas e pelos desníveis de nossas vias, repletas de lombadas e valas. Apesar de construtivamente semelhante, o sistema de suspensões é igualmente mais reforçado. Claro que todas as borrachas do sistema de suspensão, assim como a coxinização de todo o trem de força foram revistas. Só para que se tenha uma idéia, as máquinas hidráulicas que simulam condições ruins de ruas e estradas exigem mais do dobro de torção e impactos do monobloco e do sistema de suspensões nacionais do que exigiria do europeu. Nosso Punto é mais resistente.

O sistema Blue&Me permitir que o motorista faça ligações por comando de voz. Outras funções, como o volume do som, também são ativadas pela voz

O novo hatch chega ao mercado nacional em três versões: ELX, HLX e Sporting. Na motorização, 1.4 Flex de 84/86 cv no ELX 1.8 Flex com 112/114 cv no HLX e 113/115 cv no Sporting. Para acentuar o desempenho mais nervoso do Sporting, a Fiat encurtou a relação do diferencial de seu câmbio e fez uma calibração do sistema eletrônico de gestão do motor que melhorou as respostas do comando do acelerador eletrônico. Detalhes que fizeram a diferença. O novo Punto deverá ter seu preço base a partir de cerca de R$ 40.000 (modelo ELX 1.4 com ar, direção e trio) e que poderá chegar ao redor dos R$ 60.000 (versão Sporting completa). Páreo duro para Polo e C3, seus mais diretos concorrentes. Se o Punto trilhar por aqui o sucesso europeu, não vai ter Punto para todo mundo…

Inicialmente, o modelo terá os motores 1.4 e 1.8. Ano que vem, chega a versão Abarth, com o novo 1.4 turbo gasolina de 150 cv