Fiat Linea SW

As saudosas Variant e Caravan estão voltando. Pode parecer estranho, mas a primeira já está confirmada para o início de 2008 e, a segunda, ao que tudo indica, também deve chegar em breve. Dos carros vendidos nos anos 70, elas trazem apenas os nomes, é claro! A nova Variant é a perua do VW Jetta, que utiliza a plataforma do Golf V, e a nova Caravan será a perua do Vectra GT, com a traseria do Opel Astra europeu.

Mas a chegada dessas peruas é apenas a ponta do iceberg. Depois de caírem no ostracismo na década de 90, as peruas começaram a reagir com a chegada da Fielder em 2004 e, no próximo ano, representarão um dos segmentos mais prósperos da indústria.

Atualmente, segundo a Fenabrave, as stations são 4,37% do mercado, que deve fechar este ano com 2,4 milhões de unidades vendidas. Ou seja, estamos falando de quase 105 mil unidades emplacadas. E, como aconteceu com os sedãs médios, os números devem crescer com as novidades. Entre modelos confirmados ou não, teremos as novas C5 Break, Palio Weekend e Fielder e as estreantes Linea SW, Focus SW, Vectra Caravan, 207 SW, Sandero perua e Jetta Variant.

Vectra Caravan

C5 Break

Jetta Variant

A perua seguirá a mesma linha do Vectra GT, que tem traseira de Astra europeu e frente de Vectra nacional. A nossa Caravan será idêntica à Opel Astra Caravan (fotos), mas terá a conhecida dianteira do Vectra (no detalhe)

Depois de mais de 15 anos, a Caravan ensaia seu retorno ao Brasil

O painel, à direita, pertence ao Vectra GT. Mas será o mesmo adotado pela perua. A receita, barata e vencedora, poderá levar a GM à liderança do segmento de peruas médias do Brasil

Em um lista dos carros fora de linha mais representativos do mercado nacional, certamente a Caravan estaria entre os primeiros. A station deixou saudades e foi um dos maiores sucessos da GMB (veja box à direita). Aliás, um dos poucos nesse segmento. É que a marca sempre lançou suas peruas em momentos de mercado pouco favoráveis e com estratégias de preço igualmente equivocadas e nunca conseguiu repetir o feito da perua do Opala. Mas há uma chance de a GM mudar essa história. Vendida na Europa também com o nome de Caravan, a versão perua do Astra europeu cairia como uma luva na gama Chevrolet. E o momento não poderia ser melhor. Claro que não estamos falando do carro como ele é vendido pela Opel na Europa. Assim como os modelos Vectra GT e GT-X, a perua teria a plataforma o nosso Astra, a frente do nosso Vectra e a traseira idêntica à do Opel Astra Caravan europeu.

Com essa receita, que não implicaria em grandes desenvolvimentos, a Chevrolet conseguiria disponibilizar uma perua por volta de R$ 70 mil com muito potencial para enfrentar a concorrência. Suas rivais seriam a 307 SW, que atualmente é a terceira do segmento, a Mégane Grand Tour, a líder Fielder (com reestilização prevista para 2008), e a estreante Linea SW. Com a força do nome Vectra, aliada à tradição do sobrenome Caravan, um preço competitivo, uma rede de revendas gigantesca e um mercado em ascenção, dificilmente a perua da Chevrolet não alcançaria o topo do segmento, com vendas superiores a 1.000 unidades/mês, mais do que a marca vende de Astra Sedan (cerca de 600 unidades/mês), por exemplo.

Segundo fontes ligadas à montadora, essas ponderações já foram feitas pela empresa que, até o momento, não está muito convencida da viabilidade comercial do modelo. Como a matriz da companhia atravessa um momento não muito confortável financeiramente, a filial brasileira (que vai bem) não pode se dar ao luxo de arriscar. De qualquer forma, a questão não está fechada, e se a GM não ousar agora – em um momento em que o mercado está em ascensão – ela continuará vendendo bem, mas poderá perder market share e, quando o crescimento estabilizar, sofrer as conseqüências.

Altos e baixos das peruas Chevrolet

Caravan

Quem teve oportunidade de conhecer a Caravan, vendida no Brasil entre os anos de 1974 e 1992, ainda fala com um certo saudosismo da perua. Produzida na Europa desde meados dos anos 60, a station do Opala demorou uma década para chegar às garagens das famílias brasileiras, mas, mesmo velhinha, surpreendeu pelo que oferecia. Afinal, na época, as ofertas de automóveis por aqui eram muito limitadas e o consumidor que precisava de uma perua tinha que se contentar com Ford Belina e VW Variant. Perto delas, a Caravan representava a entrada no Jardim do Éden. Maior, mais espaçosa e refinada e com desempenho superior, ela virou sonho de consumo da classe média.

Suprema

Vendida com motores 2.5 e 4.1 e apenas na configuração duas portas, a Caravan ganhou diversas versões ao longo de sua trajetória que ofereciam opções automática e manual e configurações com mais esportividade (Caravan SS) ou mais luxo (Diplomata). Mesmo assim, durante seus 22 anos no mercado nacional, a station nunca sofreu grandes reformulações e, mesmo assim, estabeleceu-se como um dos maiores sucessos da história da GMB. Depois da chegada da Quantum, em 1985 (que tinha armas como design mais moderno, carroceria mais estável e consumo mais contido de combustível), a vida da Caravan começou a se complicar, mas ela ainda reinava absoluta quando foi descontinuada. Foi um carro que, apesar do tempo de permanência no País, não chegou ao declínio. Ela saiu de cena no ápice e deixou saudades. Depois dela, a GMB nunca mais obteve o mesmo sucesso com uma perua. E as tentativas não foram poucas: Marajó (perua do Chevette), Ipanema (derivada do Kadett), Suprema (station do Omega) e Corsa Wagon que o digam!

Corsa Wagon

C5 Break

A nova linha C5 chega ao mercado europeu em março do ano que vem e deve estrear no Brasil ainda em 2008. Nessa nova geração, o modelo ficou maior, mais encorpado e ganhou interior refinado, com o volante de seção central fixa, como em todos os novos carros da montadora. A suspensão novamente é ajustável ao tipo de terreno e incorpora refinos tecnológicos do sedã C6. Com três opções de motores na Europa, aqui ela deve manter a atual motorização 2.0 de 143 cv e deverá custar na faixa do R$ 105 mil.

A nova Variat terá como base a cara e refinada plataforma do Golf V

Assim como a Caravan, a Variant ficou em nosso mercado por mais de 20 anos, e agora ela está voltando. Na Europa, é chamada de Golf Variant; nos EUA, de Jetta Variant. Mas trata-se basicamente do mesmo carro. Para o Brasil, foi confirmada a vinda da perua do Jetta, importada do México, para o primeiro semestre de 2008. Fabricado sobre a moderna plataforma do Golf europeu, terá motor 2.5 de 170 cv aliado ao câmbio automático de seis marchas. O porta-malas acomoda por volta de 500 litros e seu preço ficará em torno de R$ 90 mil.

Jetta Variant

Seis meses após a chegada do Siena, o mercado conhecerá a nova Palio Weekend. Essa é a previsão da Fiat para um de seus principais modelos. Segundo fontes internas da montadora, a nova Weekend terá a frente igual à do Siena, mas a traseira terá influência tanto do sedã pequeno quanto do médio Linea. Em relação à motorização, manterá a opção 1.4 (com 5 cv a mais que o atual) e 1.8 Flex. Seus preços sofrerão ajustes, mas devem se manter entre R$ 40 e 50 mil.

Palio Weekend

A versão station do Peugeot 206 é a terceira mais vendida do mercado, perde apenas para Parati e Palio Weekend. De qualquer forma, protótipos flagrados em testes no Brasil mostram que o modelo deve mudar em breve. Ao que tudo indica, não teremos por aqui uma Peugeot 207 SW como a européia, que é maior e mais refinada que a nossa perua. A estratégia da marca será a mesma utilizada pela VW com o Golf. A plataforma continua a mesma, mas o design será alinhado ao europeu. O preço deve continuar na faixa a partir dos R$ 40 mil.

Há muito, a Marea Weekend andava mal das pernas. Até que a Fiat decidiu, em julho, tirá-la de produção. Mas a marca não deve ficar com essa lacuna em sua linha. Apesar de os executivos da montadora negarem, o lugar deixado vago será ocupado pela station do Linea, sedã do Punto que começa a ser vendido por aqui no final do ano que vem com o motor 1.9 de 130 cv. A station terá porta-malas de cerca de 500 litros e custará por volta de R$ 68 mil.

Fiat Linea SW

Os monovolumes continuam…

Quando os monovolumes apareceram, na década de 90, acreditava-se que eles iriam acabar com as peruas. Por serem maiores, mais altos, amplos e versáteis eles, em tese, atendiam plenamente aos anseios de uma família. Mas não foi o que aconteceu. Com carroceria alta e suspensão macia, esses veículos deixaram órfãos os consumidores que precisavam de espaço, mas queriam uma dirigibilidade mais próxima à de um automóvel. Eram pais de família que curtiam seus carros e não queiram veículos molengos, que balançam as curvas e que tinham performance limitada. Até que surgiu a Toyota Fielder e recuperou muitos desgarrados e, no ano que vem, o mercado será inundado de alternativas. Mas não será o fim dos monovolumes. Em primeiro lugar, algumas de suas características já estão enraizadas no mercado. Hoje, para ter sucesso, qualquer automóvel de massa precisa ter grande área envidraçada, porta-objetos, teto alto, posição de dirigir elevada…. Além disso, Fit, Idea (foto abaixo) e Meriva continuam firmes na disputa pela liderança. O primeiro, inclusive, deve chegar reestilizado no início de 2008. Da Citroën chega o C4 Picasso que conviverá com o Picasso atual; da Renault, a nova geração da Scénic; e da Nissan, podese esperar uma minivan com sete lugares.