CITROËN C4 PALLAS R$ 71.690

O segmento de sedãs médios está em crescimento: Jetta, Fusion, Sentra, 307, Corolla, Mégane, Civic… A lista de opções é grande, mas o consumidor parece estar cauteloso com tanta novidade. Os líderes do segmento continuam sendo Civic, Corolla e Vectra, que vendem, em média, 2.500 carros/mês.

E é exatamente ao lado deles que a Citroën quer colocar o C4 Pallas.

“Nesse segmento tem três carros que vendem e tem o resto. Ou ficamos em um extremo ou no outro porque no meio do caminho não tem ninguém”, afirma Sérgio Habib, presidente da Citroën do Brasil. “Se vendermos 1.000 Pallas/ mês, será um fracasso. Temos que vender mais de 2.000”, enfatiza. Uma meta ambiciosa.

As saídas de ar podem despejar perfume no habitáculo. São nove opções de fragrância!

Comparado aos queridinhos do segmento, o C4 Pallas é o mais caro (de R$ 65 a R$ 81 mil), mas também é o que oferece mais espaço e o melhor pacote de equipamentos de série (veja quadro). Até aí, ponto para ele. O problema é que muitos dos demais concorrentes (entre eles Mégane, Sentra e 307) oferecem pacotes tão atraentes quanto e têm que se contentar com vendas menores do que as almejadas pela Citroën. De qualquer forma, como produto, o C4 Pallas é elogiável.

Suas linhas são arrojadas, elegantes e discretas, e sua carroceria é grande se comparada às dos principais rivais. É fácil imaginá-la sendo impulsionada por um encorpado V6. Mas sob seu capô há, na verdade, um pacato quatro cilindros que, por enquanto, queima apenas gasolina. Trata-se do mesmo 2.0 16V de 143 cv que equipa o C5. Seu desempenho não arranca suspiros, mas não decepciona no uso diário, principalmente com câmbio mecânico. Na versão automática, algumas retomadas são comprometidas mas, com o tempo, o sistema eletrônico identifica a forma de dirigir do motorista e começa a “prever” suas reações. A partir daí, as ultrapassagens ficam mais fáceis.

Na estrada, o carro vai bem. Em altas velocidades, a carroceria balança um pouco e mostra uma leve tendência a soltar a traseira nas curvas, mas tem boa aderência (os pneus são 215/55), um sistema de freios eficiente, é silencioso, seus bancos são confortáveis, os comandos são racionais e grande parte dos equipamentos pode ser controlado por botões que ficam na parte central fixa do volante. Um carro indicado para quem quer discrição, requinte e conforto, mas não espera esportividade de seu sedã.

No banco traseiro, o espaço é amplo. Três adultos usufruem de muita comodidade, sem ombros raspando ou joelhos apertados. E as malas de todos vão acomodadas em um porta-malas de 580 litros.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de o C4 Pallas roubar consumidores de outros modelos da marca, Habib aponta para um pequeno banner colocado sobre sua mesa no qual se lê: “manter as vendas de C3, manter as vendas de Picasso e fazer do C4 Pallas um sucesso”. Essa é a lição de casa da Citroën. “Eu dei um desse para cada funcionário”, conta. “Se quisermos crescer, temos que continuar vendendo C3 e Picasso”. Se conseguirem, eles chegam a uma participação de mercado de interessantes 3%. Está disposto a ajudá-los?