Aproveitamos o Salão do Automóvel de São Paulo para fazer uma entrevista com Nina Dragone, diretora de marketing e produto da BMW e da Mini. Ela está há sete anos no grupo BMW e desde 2013 cuida diretamente da Mini. Confira a entrevista.

Motor Show – Qual é a diferença entre a Mini que estreou no Brasil, há cinco anos, e a Mini que está prestes a iniciar a produção de um carro nacional na fábrica de Araquari, Santa Catarina?
Nina Dragone – O primeiro dado completo é que em 2009 lançamos a marca com apenas duas concessionárias vendendo um único produto, o Mini Hatch. Hoje temos 27 concessionárias no Brasil e seis modelos.

MS – Quais são os modelos?
Nina – A linha da Mini no Brasil tem as seguintes carrocerias: Hatch, Countryman, Cabrio, Coupé, Roadster e Paceman.

MS – Qual desses modelos é o carro-chefe da marca?
Nina – É o Mini Hatch. Ele tem mais de 50% das vendas, sendo 70% para homens e 30% para mulheres. A média de idade de nossos clientes no Brasil é de 48 anos, um pouco mais alta do que no resto do mundo, que é de 40 anos.

MS – Houve algum fato nesses cinco anos de atuação da Mini no Brasil que pode ser considerado um divisor de águas?
Nina – Não nomeio um momento-chave. Na verdade nós viemos num ritmo constante de crescimento ao longo de cinco anos. O interessante foi notar que a Mini sempre teve fãs mesmo nas cidades que não tinham concessionária da marca.

MS – O que podemos esperar do Mini Countryman, que passará a ser produzido em Santa Catarina?
Nina – O Countryman vai ser um sucesso. A produção começa em 2015 e foi uma boa escolha, pois ele acabou de passar por um face-lift. Então ele reúne todas as características de um carro aventureiro, num segmento que cresce bastante, sem perder o apelo da esportividade por causa das quatro portas e do maior espaço interno.

MS – Quais serão os principais concorrentes do Mini Countryman quando ele passar a ser feito aqui?
Nina – O Volkswagen Tiguan, o Audi Q3 e o próprio BMW X1, que é um primo do Mini.

MS – Por que a Mini decidiu lançar o modelo 5 portas tão rápido, logo depois que foi apresentado na Europa?
Nina – Porque os fãs da marca queriam ter um ícone com mais praticidade no dia-a-dia, coisa que as portas traseiras proporcionam. Além disso, ele vai reforçar a família hatch, que é a mais vendida. E ele chega num nicho que tem apenas o Audi A1 e o Volkswagen Fusca.

MS – Para finalizar, qual a previsão de vendas da Mini para 2014 no Brasil e qual é o maior motivo que leva os consumidores a adquirir um carro da marca?
Nina – Devemos fechar este ano com algo entre 2.600 e 2.700 emplacamentos. Quanto ao motivo de compra, nem vou considerar o design, pois ele é unanime, quem compra um Mini já aceitou o design. Por isso, eu acho que o desempenho é o principal, pois 85% das compras, considerando todas as versões, são do motor Cooper S, um 4 cilindros 2.0 biturbo de 192 cavalos.