Na edição passada, apresentamos a nova geração do Accord. Mostramos que o preço ficou salgado, principalmente se considerarmos o baixo número de itens de série. Esqueça o que outros sedãs, até mais baratos (Fusion, Jetta, C4 Pallas…), oferecem. Beirando os R$ 100 mil, o Accord LX vem com o básico, e quase nada mais.

Em compensação, as qualidades da geração anterior foram mantidas, e algumas até melhoradas. Se o espaço no banco traseiro já era bom, ficou melhor ainda: o entreeixos cresceu de 2,74 para 2,80 metros – é surpreendente o espaço para as pernas.

Os bancos são largos (mas não em couro, e pouco macios, os retrovisores grandes permitem ótima visibilidade, e o CD player, enorme, além de fácil de usar, fica muito bem disposto no painel de design bastante moderno. O painel, aliás, como todo o resto do carro, tem acabamento impecável, sem emitir ruídos, além de possuir vários porta-objetos, a maioria com tampa.

Agora, pudemos finalmente dirigir o carro, e, nesse ponto, não se distancia muito do modelo antigo. Embora o motor ideal para o Accord seja o V6, o 2.0, agora com 156 cavalos (eram 150), ganha pontos pela alta economia de combustível (hoje uma questão não só econômica, mas também ambiental), e, mesmo com sistema de abertura variável de válvulas, seu desempenho pode ser considerado apenas razoável.

Para quem não tem pressa, o câmbio automático com cinco marchas (sem opção seqüencial) tem trocas suaves e o motor é silencioso. Porém, quando chega a hora de uma ultrapassagem e é preciso afundar o pé direito, o motor grita demais e as retomadas decepcionam. Mas, com uma suspensão confortável e que passa a sensação de um carro sólido, o abundante espaço e o silêncio a bordo, o negócio é relaxar e andar devagar. Ou pensar em pagar (menos) em um VW Jetta ou então no potente e luxuoso Hyundai Azera V6 – que virou uma pedra no sapato de muita gente.

Acima, o interior de linhas ousadas, os mostradores sóbrios, com indicador da marcha engatada, e o gigantesco rádio CD player integrado ao painel