O que você espera de um sedã japonês? Conforto? Confiabilidade? Um bom motor? O Nissan Altima chega ao Brasil ainda este ano oferecendo tudo isso. Vem para completar o bom portfólio de sedãs da marca – ao lado dos irmãos menores Versa e Sentra. Para conferir como anda o Altima, MOTOR SHOW encarou um calor de 40°C no campo de provas da Nissan nos Estados Unidos, localizado na desértica Stanfield, no Estado do Arizona.

Apesar do seu DNA japonês, o Altima é um sedã grande projetado especialmente para os norte-americanos. Fabricado no México, ele vai brigar pelos consumidores brasileiros que hoje se interessam não só pelos líder Ford Fusion e pelo novíssimo Honda Accord (con ra reportagem sobre ele a seguir), mas também pelo VW Passat e pelo Hyundai Sonata, entre outros modelos na faixa dos R$ 100 mil. A intenção da marca é aumentar para 2,6% a sua participação de mercado no Brasil até 2016, mas o Altima terá apenas uma pequena participação nesse objetivo: inicialmente, serão importados cerca de 1.200 carros por ano.

Nesse primeiro contato, um dos grandes atrativos que esse Nissan mostrou foi o fato de ser muito agradável de dirigir. Mas é bom já deixar claro que ele não tem pretensões esportivas. Seu motor quatro cilindros aspirado de 2,5 litros tem boa potência, mas é apenas suficiente para empurrar o sedã. Trabalha de maneira bastante suave e entrega os seus 182 cv de forma progressiva. Para quem busca mais emoção ao volante, há também uma opção com motor V6 de 3,5 litros e 270 cv de potência.

Em ambas as motorizações, o câmbio é o automático continuamente variável (CVT) que conta ainda com o ACS (Adaptive Control Shift), que, em situações de condução mais rápida, deixa a rotação reduzida, diminuindo o ruído produzido pelo motor e também o consumo de combustível, que é bastante contido. Senti falta, porém, das borboletas no volante para trocas sequenciais.

Dinamicamente, um ponto positivo do Altima está na nova suspensão traseira multilink, equipada com os mesmos amortecedores do Infinity Q70 (modelo da divisão de luxo da marca), o que aumentou o conforto sem sacrificar o comportamento dinâmico. Nas curvas contornadas com mais apetite, a carroceria tende a rolar minimamente, e, nos trechos mais acidentados, não são passados muitos “sacolejos” aos ocupantes – graças ao acerto macio do conjunto. O conforto ainda é auxiliado pelos bancos “Gravidade Zero”, desenvolvidos por estudos da Nasa (agência espacial americana). Eles diminuem a fadiga em viagens longas reduzindo as cargas musculares na coluna e melhorando o fluxo sanguíneo.

O volante tem assistência eletrohidráulica e é bem leve ao esterço. Já quem viaja atrás encontra bom espaço para as pernas – o entre-eixos é pouco maior que o do Toyota Camry (2,78 m) e do VW Passat (2,71 m). O isolamento acústico também é elogiável e pouco se escutam os barulhos do exterior – quase que apenas o ruído do motor quando gira bem alto.

Outro destaque do Altima está na excelente oferta de itens de segurança – coisa que Accord e Fusion também oferecem, vale lembrar. Há monitor de ponto cego e alertas de mudança de faixa e de tráfego cruzado (sistemas que funcionam por meio da câmera traseira), além de freios ABS com EBD, airbags frontais, laterais e de cortina e controles de tração e de estabilidade.

Os preços não foram divulgados, mas estimamos que os valores fiquem em torno dos R$ 95 mil para a versão quatro cilindros e dos R$ 115 mil para a seis cilindros – quase exatamente alinhados com os do Fusion, seu principal rival, e os dos coreanos – e bem mais atraentes dos que valores pedidos pelos também japoneses Honda Accord e Toyota Camry. Talvez aí esteja o seu maior trunfo.