Acima, o calçadão de Morretes. Abaixo, o rio Nhundiaquara, bom para boia-cross e canoagem. No topo, a pacata Guaraqueçaba

Antes do descobrimento do Brasil, parte da estrada que mostramos aqui já era usada como caminho. Os índios carijós, que habitavam o litoral paranaense, tinham no inverno como hábito subir até o planalto de Curitiba para colher pinhão. Relatos de 1720 contam que índios, aventureiros e mineradores transitavam pelo local. A Estrada da Graciosa (PR-410) começou a ser construída em 1854 para escoar a produção de madeira, café e ervamate para o porto de Paranaguá. Durante muitos anos, foi a única estrada pavimentada do Paraná. Ela começa a 37 quilômetros de Curitiba, na BR-116 sentido São Paulo. Vários trechos de seus 28 quilômetros são de paralelepípedos, compondo com as ores do acostamento um visual inusitado. Transite com cuidado, pois é comum neblina e garoa, e desfrute dos quiosques com produtos regionais, mirantes e churrasqueiras.

Na beira da Estrada da Graciosa, de alguns mirantes saem trilhas para serem percorridas a pé. No m da serra, São João da Graciosa, pequena vila com barracas de frutas, doces e pimentas, divide a estrada em duas. A PR-410, à direita, segue para Porto de Cima e Morretes, e a PR-411, à esquerda, segue para Antonina. Nessa parte do percurso, a estrada acompanha o rio Nhundiaquara, bom para canoagem, boia-cross e pesca.

A igreja de São Sebastião do Porto de Cima é apenas um entre muitos prédios de valor histórico encontrados na região

Em sentido horário, a partir da foto acima: o rio Nhundiaquara, que corre por toda a região; a vegetação típica local; casarões preservados no centro de Morretes; uma barraca que vende frutas em São João da Graciosa e uma paisagem de Morretes

CURITIBA

Posto Petrobras

Petrocenter Ecoville

Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi,

1630 – Bairro Mossunguê

Posto urbano, próximo à saída

para a BR 277. Oferece loja de

conveniência BR Mania,

Lubrax + (troca de óleo) e

LavaMania (lavagem de carros).

Telefone: (41) 3082-4022

Agência Serra Verde

(41) 3888-3488

Hotel Del Rey

(41) 2106-0099

MORRETES

Pousada Dona Laura

(41) 3462-1100

Restaurante Casarão

(41) 3462-1314

Restaurante Dona Siroba

(41) 3462-2006

GUARAQUEÇABA

Hotel Guarakessaba

(41) 3482-1217

Restaurante Guaricana

(41) 3482-1235

Reserva Salto Morato

(41) 3381-9671

Neblina e garoa são constantes na Serra da Graciosa. Acima, o típico Barreado e os condimentos vendidos na beira da estrada

Acima, uma casa de fazenda preparada para alagamentos. Muitas dessas propriedades são especializadas na criação de búfalos

A próxima cidade é Morretes, cortada pelo rio, com boa estrutura de hotéis e restaurantes e uma feira de artesanato nos ns de semana. Fundada pelos jesuítas, a cidade preserva várias construções históricas. Lá é servido o famoso Barreado, um cozido de carnes de boi, porco e condimentos. Na receita original, os ingredientes são colocados em panela de barro, e a tampa é selada com farinha de mandioca e água e, em seguida, cozido por horas. A carne, des ada e misturada ao caldo, é servida com banana da terra. Para os mais moderados, os restaurantes servem também peixes. Morretes também é famosa por sua cachaça e pelas balas de banana.

O roteiro segue para Antonina e, nalmente, em estrada de terra para Guaraqueçaba. Transite com cuidado e aprecie as fazendas de búfalos. No caminho, visite a Reserva de Salto Morato, uma antiga fazenda comprada pela Fundação Boticário e transformada em Reserva. Ela tem trilhas, quiosques, aquário natural para banhos, sanitários, camping e centro de turistas. Numa trilha de 1,5 mil metros, a atração principal é o Salto Morato, com sua queda d’água de 100 metros de altura.

De Guaraqueçaba saem barcos para o Parque Nacional de Superagui, com estuários, ilhas, Mata Atlântica, restingas, manguezais e praias. A região é considerada pela ONU um dos mais importantes ecossistemas costeiros do mundo. Praticantes da pesca esportiva podem alugar embarcações no píer. Outra opção interessante é a viagem de trem partindo de Curitiba até Morretes, organizada pela empresa Serra Verde. A ferrovia, inaugurada em 1885, atravessa partes de Mata Atlântica, intocada, por meio de inúmeros túneis e viadutos.

DICAS

Tenha sempre dinheiro ou cheque; na região, muitos estabelecimentos não aceitam cartões.

Leve botas, tênis, meias e toalhas extras. As trilhas e os caminhos estão quase sempre alagados ou com lama.

Não esqueça repelente, protetor solar e pomada antialérgica.