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Para chegar à redação da MOTOR SHOW, percorro diariamente 22 km entre grandes avenidas e ruas de bairro. Nos dias em que passei com o Ford Fusion Hybrid que estreia no Salão consegui percorrer uma média de 17,5 km da minha rota só utilizando eletricidade. Ou seja, excelente para um sedã do seu tamanho e peso. Esse é o grande predicado dessa versão: levar mais longe gastando menos e emitindo poucos poluentes. E não pense que ela cobra muito mais por isso. Afinal, a Hybrid custa R$ 159.900, só R$ 5.000 a mais que a configuração topo de linha 2.0 Titanium com tração integral (R$ 154.500).

Na ponta do lápis, o modelo da Ford tem preço maior do que alguns híbridos do mercado, como o Toyota Prius (R$ 126.600) e o Lexus CT200h (R$ 149.900), mas ambos são menores e com motor 1.8. Ao pressionar o botão da partida, os mais desavisados podem estranhar a completa ausência de ruídos. No entanto, basta girar o seletor de marchas E-Shifter para a posição D que o sedã começa a rodar silenciosamente. O único barulho vem da rolagem dos pneus. Ao invés do motor turbinado 2.0 EcoBoost das versões Titanium de 248 cv de potência, a Hybrid combina um bloco 2.0 a gasolina a outro propulsor elétrico, garantindo uma potência combinada de 190 cv – mais que os 178 cv do 2.5 flex. Já a transmissão é CVT (continuamente variável) ao invés da automática de seis marchas.

É evidente que as respostas dessa versão híbrida são mais lentas, se comparadas às da Titanium EcoBoost. E não encarem isso como crítica. Ao volante, é possível acompanhar pelo quadro de instrumentos com duas telas de 4,2” ou pela central multimídia Sync 3 a quantidade de enegia enviada pelo motor a combustão ou pela bateria de íon de lítio – que está 23 kg mais leve comparada à do modelo antecessor. Toda vez que se tira o pé do acelerador ou nas frenagens a energia é recuperada. Como vai instalada no porta-malas, a capacidade do bagageiro diminuiu de 514 para 392 litros. Segundo a Ford, a bateria tem oito anos de garantia e sua substituição fora desse período custa R$ 36.000.

A função EcoSelect prioriza ainda mais a economia de combustível e a emissão de poluentes tornando as acelerações mais progressivas. Já o modo EV+ melhora o consumo de acordo com o trajeto. Funciona assim: em conjunto com o navegador, ele mapeia o trajeto feito pelo motorista de duas a quatro semanas, sabendo identificar onde há subidas e descidas, por exemplo, para privilegiar a eficiência. Já o assistente de descida mantém a velocidade pré-programada para maximizar a recuperação de energia. De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o Fusion fica atrás do Toyota Prius em emissão e consumo, lembrando que ele é maior e mais pesado.

Não só eficiente, como também bonito, o Fusion Hybrid acompanhou as mudanças estéticas feitas na linha 2017 do modelo. Em segurança, o Hybrid oferece o mesmo pacote da Titanium AWD. Entre os itens estão oito airbgas mais cintos traseiros infláveis, assistente de frenagem e de pedestres, além de piloto automático adaptativo com a prática função Stop&Go. Muito útil nos semáforos, em até três segundos, ele retoma a aceleração caso o veículo à frente ande. Sem dúvida, o novo Fusion Hybrid é um grande automóvel.

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Ficha técnica:

Ford Fusion Hybrid

Motores: gasolina 4 cilindros em linha 2.0, 16V, duplo comando continuamente variável + elétrico
Cilindrada: 1999 cm3
Combustível: gasolina+eletricidade
Potência: 143 cv a 6.000 rpm+160 cv a 6.000 rpm (potência combinada=190 cv)
Torque: 17,8 kgfm a 4.000 rpm+24,5 kgfm
Câmbio: continuamente variável (CVT)
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,871 m (c), 1,852 m (l), 1,480 m (a)
Entre-eixos: 2,850 m
Pneus: 235/45 R18
Porta-malas: 392 litros
Tanque: 52,7 litros
Peso: 1.670 kg
0-100 km/h: 9s3
Velocidade máxima: 180 km/h
Consumo cidade: 16,8 km/l
Consumo estrada: 15,1 km/l
Nota do Inmetro: A
Classificação na categoria: A (Extra Grande)