O EcoSport monopolizou o ranking nacional de vendas de SUVs por anos. Aos poucos, no entanto, vão surgindo rivais para ele. O Renault Duster mirou no Ford, mas acertou outro consumidor, e o Chevrolet Tracker lentamente vai conquistando sua fatia de mercado. Rivais bem mais ameaçadores, porém, chegam muito em breve. A maioria estará presente no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro, mas começa a ser vendida só no ano que vem: Honda vezel, Jeep Renegade, Renault Captur e Peugeot 2008. Já a Nissan deve lançar em 2016 seu SUV nacional com a base do Versa e inspirado no conceito Extrem. Sobre esses todos, já falamos antes. A grande estrela que sobe ao palco é justamente a maior ausência do segmento –o “anti-EcoSport da Volks”, que começamos a desvendar agora. Por enquanto, vamos chamá-lo pelo nome do conceito que lhe dará origem: T-Roc. Esse SUV, que ilustramos aqui despido dos elementos conceituais, pode ser fabricado em São José dos Pinhais (PR), junto com o Golf, ainda em 2016. Trata-se de um projeto global da Volks, mas que tem no Brasil um mercado especialmente interessante. Sabe por quê? O pequenino Taigun, derivado do conceito exibido no Salão do Automóvel em 2008, não é páreo para EcoSport e cia. Com base do Up, terá motor 1.0 – muito provavelmente turbinado – e medidas modestas: 3,85 m de comprimento e 2,47 m de entre-eixos. Será, na realidade, “substituto” do CrossFox. Seus preços devem começar em R$ 45.000, e passar de R$ 55.000 nas versões topo de linha. Já o T-Roc  cará posicionado entre ele e o novo Tiguan: partindo de R$ 60.000, poderá chegar a R$ 90.000 nas con gurações mais completas.

Falando sobre o desenho do conceito T-Roc – apresentado  de surpresa no Salão de Genebra, em março –, o designer da Volks, Klaus Bishoff, admitiu que teve mais liberdade criativa que o normal. A nal, para entrar na briga dos SUVs compactos, é preciso ter personalidade marcante como a dos best-sellers EcoSport (Brasil) e Nissan Juke (Europa) e do novato Jeep Renegade. A marca, então, deparou-se com um dilema: manter-se el à sua tradição clássica – disciplinada e moderada como um andante de Bach – ou partir para a rebeldia do rock (na verdade, o Roc no nome, em vez de pedras ou guitarras elétricas, evocaria o apelo do esportivo Scirocco, vendido na Europa). Deixando de lado as divagações sobre o nome, ao criar as  ilustrações da versão de produção, optamos pela primeira hipótese, “normalizando” as sugestões do concept car. O conformismo das cinco portas é repetido na frente menos agressiva. Tudo muito limpo, como costuma fazer a Volks – e em linha com os demais modelos que a marca lançará até 2017: de releituras do Tiguan e do Touareg aos estreantes Taigun e CrossBlue. Embora o nome ainda não seja de nitivo, o fato é que o novo SUV será feito sobre a plataforma modular MQB. Terá algo em torno de 4,18 m de comprimento (contra 4,24 m do EcoSport) e 2,64 m de entre-eixos. São medidas que forçarão o novo Tiguan a car maior e mais aventureiro, reservando ao T-Roc o papel urbano e moderno – sem, no entanto, se despir de elementos que agradam ao consumidor do segmento e indicam a vontade de fugir do asfalto: proteções inferiores na dianteira e na traseira e caixas de roda destacadas com uso de plástico preto. O conceito tinha motor a diesel e tração integral  Motion com três modos de operação (asfalto, neve e fora de estrada): apesar de interessante para o europeu, o grande volume de vendas aqui seria de versões mais urbanas, como as que devem ser feitas no Paraná. Como a fábrica de São José dos Pinhais já estará produzindo o novo Golf, fazer o T-Roc sobre a mesma base mecânica é relativamente fácil. As versões básicas, a exemplo do que deve ser feito com o hatch, teriam o novo motor 1.6 16V MSI de 120 cv e câmbio manual ou automatizado I-Motion, sempre de cinco velocidades. Já as mais caras viriam com a transmissão de sete marchas e dupla embreagem (DSG) e o motor 1.4 turbo do Golf atual – que, já  ex, pode chegar a 145 cv (com torque de 2.0). Essas versões seriam todas com tração dianteira, mas há a possibilidade de importar a tração 4Motion para reforçar a imagem aventureira com uma versão 4×4 capaz de superar os obstáculos fora de estrada. Consultados sobre o assunto, representantes da marca a rmam que a Volks terá, sim, SUVs de todos os tamanhos, mas que serão oferecidos em diferentes mercados de acordo com as preferências e particularidades de cada um deles. Sob esse ponto de vista, o T-Roc faz até mais sentido para o mercado brasileiro do que o Taigun – que é pequeno demais. A nal, se o maior fenômeno do segmento por aqui é o EcoSport, por que não mirar diretamente nele?