O ano de 2014 no Brasil foi realmente marcado pelos números 7 e 1. Se não bastasse a derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7-1 na Copa do Mundo, a indústria automobilística teve uma queda de 7,1% nas vendas no ano passado, em relação a 2013. No total, foram 3.498.012 licenciamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Os números foram anunciados nesta quinta dia 8, em São Paulo, por Luiz Moan, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

O resultado de vendas de 2014 foi o pior desde 2010, quando foram licenciados 3,315 milhões de veículos. Apesar do mau desempenho no ano passado, dezembro foi um mês muito bom para a indústria automobilística, pois apresentou um crescimento de 25,6% em relação a novembro. Foram 370,0 mil carros vendidos em Dez-14, contra 294,7 mil em Nov-14 e 353,8 mil em Dez-13. As exportações também caíram, de 566,3 mil em 2013 para 334,3 mil em 2014. O percentual de queda foi de 40,9%, principalmente pela redução das compras feitas pela Argentina.

GM EM SEGUNDO LUGAR

As três principais montadoras instaladas no país (Fiat, General Motors e Volkswagen) também apresentaram queda nas vendas em 2014, obviamente. Entretanto, pelo menos uma delas tem motivos para comemorar: a GM, que tirou o segundo lugar da Volkswagen no ranking de automóveis e comerciais leves. Os carros da Chevrolet registraram 578.870 licenciamentos em 2014, contra 576.663 da Volkswagen. A diferença foi de 2.207 unidades. A Fiat manteve-se em primeiro lugar, com 698.236 automóveis e comerciais leves vendidos.

Somente no segmento de automóveis de passeio, as três grandes caíram. A Fiat perdeu 17,0% (de 604.297 para 501.754), a GM perdeu 12,3% (de 540.608 para 473.870) e a Volkswagen perdeu 13,4% (de 539.093 para 466.901). No segmento de comerciais leves, entretanto, a Fiat subiu 23,8% (de 158.683 para 196.482). A queda da GM foi pequena, de 3,9% (de 109.206 para 105.000). Mas a queda da Volkswagen foi grande, de 14,0% (de 127.646 para 109.762), o que foi crucial para a perda da vice-liderança do mercado.

NOVO IPI

Para 2015, a previsão da Anfavea é de manter os 3,498 milhões de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) vendidos no mercado interno. O estoque de 351.000 unidades é suficiente para 35 ou 36 dias segundo os novos critérios da Anfavea (e 28 dias segundo os critérios antigos). A produção teve uma queda de 15,3% (de 3,712 milhões para 3,146 milhões), mas deve subir 4,1% em 2015, bem como as exportações têm um acréscimo projetado de 1,0%. Segundo Moan, “esses números equivalem ao pior cenário previsto”, ou seja, podem melhorar.

A Anfavea também fez projeções para o PIB (entre 0,5% e 0,9%), inflação (6,5%), taxa Selic (13%) e cotação do dólar (R$ 3,10). Desde 1º de janeiro estão vigorando novas alíquotas para os carros. Os modelos com motor até 1000 cm3 de cilindrada passaram de 3% para 7%, de 1000 a 2000 cm3 foram de 10% para 13% e de 1000 cm3 a 2000 cm3 flex subiram de 9% para 11%. As taxas para carros com motor acima de 2,0 litros mantiveram-se estáveis em 18% para modelos flex e em 25% para modelos a gasolina. Segundo Moan, se a alíquota for repassada integralmente para o consumidor, o preço dos modelos 1.0 deve subir 4,5%.

As vendas de autoveículos no Brasil nos últimos 11 anos foram as seguintes (em milhões de unidades):
2014 ……… 3,498
2013 ……… 3,767
2012 …….. 3,802
2011 ……… 3,633
2010 ……… 3,315
2009 ……… 3,141
2008 …….. 2,820
2007 …….. 2,463
2006 …….. 1,928
2005 …….         1,715
2004 …….. 1,579