Quem presta atenção nas fichas técnicas ou ainda lê textos com testes e avaliações de veículos feitos por profissionais competentes, já deve ter prestado atenção quando se fala de motores que, dependendo do veículo, o sistema de alimentação pode ser feito por injeção indireta, ou, dependendo do carro, injeção direta de combustível. E é deste sistema que iremos falar hoje. Mais moderno e eficaz e que é utilizado principalmente em motores de projeto atual e recente cuja tecnologia desponta como destaque. (Confira no vídeo acima o funcionamento do sistema de injeção direta)

A injeção indireta é o sistema mais simples e que equipa a quase esmagadora totalidade dos motores em produção. É eficiente, tem baixa manutenção, é confiável e, por isso, equipa quase todos os carros produzidos em todo o mundo a mais de 30 anos. Mas, existe o momento na historia em que os mais funcionais e confiáveis sistemas devem ceder seu lugar a outros, ainda mais eficientes, econômicos e que proporcionam uma significativa melhora na performance e no desempenho do motor, além de melhorar sensivelmente os índices de emissões de poluentes.

Assim foi com o carburador quando cedeu espaço para a injeção indireta e assim está sendo quando esse sistema cede lugar para a injeção direta. Basicamente, a diferença entre os dois sistemas está no ponto onde ocorre a injeção do combustível: na indireta ela ocorre ainda no coletor de admissão, antes da válvula. Já no sistema direto, ela ocorre diretamente no interior da câmara de combustão, resultando em uma queima mais eficiente. O resultado é o ganho em desempenho, mas com economia de combustível.

Se aparentemente as diferenças não são tão grandes, tecnicamente falando as diferenças são brutais. Enquanto o indireto da grande maioria trabalha em sua linha de combustível com pressões na casa dos 3BAR, no sistema direto a linha de alimentação deve ter pressões na casa dos 100 ou até 200 BAR para que o combustível consiga ser pulverizado nas câmaras.

Claro que, só essa diferença fundamental, faz com que todo sistema seja completamente diferente, desde as bombas de alimentação até as demais bombas que elevam a pressão de combustível a níveis tão altos. Nem é preciso dizer, que os injetores trabalhando com pressões e temperaturas altíssimas devem ter elevada tecnologia construtiva. Além dos injetores, todos os demais componentes da injeção direta, são mais sofisticados, tecnologicamente mais avançados e, é claro, mais caros. Por isso que o sofisticado sistema hoje está restrito a modelos de carros mais caros, ou top de linha de versões mais populares.

Com toda essa sofisticação construtiva e com uma operação que, graças a sua precisão, pode ser comparada a de um moderno computador, é que a injeção direta de combustível, sem duvidas estará em poucos anos substituindo o obsoleto sistema indireto que, atendendo hoje as exigências atuais, num futuro bem próximo deve ceder seu posto ao sistema direto. Essa mudança vem acontecendo aos poucos nessa ultima década e, quase todo o novo projeto de motor, prevê a utilização da injeção direta em sua concepção.

Hoje, no mercado nacional temos a injeção direta equipando os carros mais caros e sofisticados, como os Mercedes, BMW, Audi, médios como o Ford Focus e o novo Chevrolet Cruze e até o VW Up TSI, que apresenta uma excelente combinação entre injeção direta e turbo, que tem gerado bons resultados para o consumidor, tanto em performance quanto em consumo.