Nenhum outro piloto na história da Fórmula 1 conseguiu um feito comparável: ao longo de uma carreira impressionante, construída com talento, muita obstinação, uma boa dose de sorte, senso de oportunidade e uma bemsucedida parceria com a Ferrari, Michael Schumacher sagrou-se sete vezes campeão mundial. Assim, tornou-se recordista absoluto na categoria. Foram 91 vitórias em Grandes Prêmios, 77 voltas mais rápidas, 68 pole positions e 1.369 pontos marcados, que transformaram o alemão, em um ícone das pistas – com conquistas que talvez jamais sejam superadas. Por isso, ele foi o escolhido para estrear esta série de reportagens com os dez maiores pilotos da escuderia mais tradicional do mundo. Schumi, como ficou conhecido no circo da Fórmula 1 e em todo mundo, pode não ter sido o melhor, nem o mais admirado, nem o mais brilhante, mas, sem dúvida nenhuma, foi o piloto que chegou mais longe dentro da categoria.

Nascido em 3 de janeiro de 1969 em Hürth-Hermülheim, como muitos de seus pares, conheceu o automobilismo através do kart, aos quatro anos de idade. Em 1989, ele obteve sua primeira vitória, no campeonato alemão; apenas cinco anos depois, conquistou seu primeiro título de pilotos na categoria máxima do automobilismo mundial – correndo pela extinta equipe Benetton. A estreia aconteceu três anos antes, com a equipe Jordan, na temporada de 1991.

O piloto belga Bertrand Gachot, dono da vaga da Jordan, se envolveu em uma briga e acabou preso em Londres, ficando de fora do GP da Bélgica. Schumacher – que já era campeão alemão de F3 –, na época, corria o Campeonato Mundial de Protótipos, onde teve sua primeira grande oportunidade no automobilismo. Não chegou ao final da prova por problemas no câmbio, mas o sétimo lugar obtido na classificação impressionou a todos e lhe garantiu o contrato com a italiana Benetton. Foi nessa mesma pista que, um ano mais tarde, Schumi venceu seu primeiro GP. Campeão em 1994 e 1995, o alemão estreou na escuderia fundada por Enzo Ferrari em 1996, e foi lá mesmo que obteve sua mais incrível sequência de vitórias, entre 2001 e 2006.

A despedida da F-1 ocorreu no mesmo ano do heptacampeonato, no GP Brasil, em Interlagos. Mas Schumacher ficou apenas três anos fora das pistas. Chegou a tentar uma nova carreira com as motos, sem sucesso. Voltou como piloto da equipe Mercedes na temporada de 2010, mas não obteve resultados expressivos – apenas mais uma pole position em Mônaco para engordar seu recheado currículo.

Despediu-se do automobilismo novamente em 2012, no mesmo autódromo de Interlagos, mas sem a mesma pompa de 2006. Hoje, aos 44 anos, o ex-piloto está engajado em campanhas para segurança no trânsito, doou parte de sua fortuna (estimada em R$ 1,5 bilhão) para causas humanitárias e é embaixador da Unesco.