Em novembro do ano passado, a Renault apresentou o sedã Fluence, substituto do Mégane, no Brasil. De lá para cá, as críticas da imprensa ao novo modelo foram sempre positivas. Mas, desde fevereiro, o modelo passa por outro tipo de teste. A prova mais importante e definitiva, que vai de fato dizer qual o tamanho de seu potencial no mercado: as vendas ao consumidor. Assim como ele, seu antecessor sempre foi sucesso de crítica – mas um fiasco de público. E a luta da marca foi justamente para identificar os erros e não deixar que a história se repita com o Fluence.

Para isso, se armou. O motor 2.0 de 138 cv do Mégane, a gasolina, foi abandonado em prol de uma unidade também de dois litros, só que mais leve, com 143 cv e flex. Trata-se do mesmo propulsor do Nissan Sentra. Dele, o novo médio emprestou também o câmbio CVT, que, apesar de continuamente variável, recebeu a opção de trocas sequenciais – seis marchas virtuais – para aumentar o prazer de dirigir (leia avaliação completa em www.motorshow.com.br – edição 333). Esse conjunto pode ser encontrado em duas versões de acabamento, Dynamique e Privilège, a partir de R$ 65 mil e R$ 76 mil, respectivamente.

Mas você não precisa pagar tudo isso para ter um bom carro. Com preço inicial de R$ 60 mil, a versão de entrada (nas fotos) Dynamique manual, traz o mesmo motor Nissan, mas com um eficiente câmbio de seis marchas. O resultado não é só um carro honesto e de projeto bem resolvido, mas um sedã médio que dá prazer de dirigir como poucos – talvez até melhor que a versão top. São excelentes 20,3 kgfm distribuídos perfeitamente em um escalonamento de câmbio muito benfeito. Até a quinta marcha, o carro ganha velocidade e na sexta (uma espécie de overdrive) ele alcança o máximo de economia – receita que lhe rendeu uma nota verde A na classificação do Inmetro. Tudo sempre sem vibração ou ruídos incômodos.

A suspensão, com rodas independentes na dianteira e eixo de torção atrás, tem acerto que garante o conforto sem comprometer a dinâmica. O espaço interno está entre os maiores do segmento (tem 2,70 metros de entre-eixos), o porta-malas acomoda 530 litros (mas não tem alça pantográfica) e o pacote de itens de série faz inveja em um modelo de entrada. Entre os destaques, seis airbags, ABS, sensor de chuva e crepuscular, direção elétrica (bem calibrada, não faz o motorista perder a sensação de contato com o solo), CD, bluetooth, ar digital dual zone e partida sem chave.

Quem estiver pensando em comprar um sedã médio precisa dar uma chance ao Fluence. Ainda que você não leve o carro para casa, um test drive já fará você reavaliar seus conceitos em relação aos carros do segmento.

Nessa versão de entrada, o pacote é atraente: à direita, o display remoto do rádio, a alavanca do câmbio manual de seis marchas e o bom espaço no banco traseiro; abaixo, os instrumentos e o ar dual zone

Renault Fluence Dynamique

/ Motor quatro cilindros em linha, 2,0 litros,16V, duplo comando variável de válvulas, flex / Transmissão manual, seis marchas, tração dianteira/ Dimensões comp.: 4,62 m – larg.: 1,81 m – alt.: 1,47 m / entre-eixos 2,700 m/ Porta-malas 530 litros/ Pneus 205/60 R16 Peso 1.369 kg Gasolina / Potência 140 cv a 6.000 rpm / Torque 19,9 kgfm a 3.750 rpm / Velocidade máxima 200 km/h /0-100 km/h 9,9 segundos / /Consumo não disponível / Consumo real cidade: 10,2 km / l – estrada: 14,1 km/l (Inmetro) etanol /Potência 143 cv a 6.000 rpm / Torque 20,3 kgfm a 3.750 rpm / Velocidade máxima 200 km/h/0-100 km/h 9,7 segundos / Consumo não disponível /Consumo real cidade: 6,9 km/l – estrada: 9,2 km/l (Inmetro)