A Chevrolet já confirmou que o Malibu chega ao Brasil em junho. Fomos aos EUA avaliar uma versão similar à que será comercializada aqui: a LTZ (top de linha, deve custar cerca de R$ 95 mil), equipada com motor quatro cilindros Ecotec 2.4 de 171 cv e transmissão automática de quatro marchas. Semelhante ao utilizado na Captiva, o Ecotec é um propulsor moderno, que reúne potência e consumo contido. Inicialmente não teremos a versão V6, mas trazê-la não é uma hipótese totalmente descartada.

O Malibu foi lançado por lá no final de 2007 (uma nova e mais moderna geração já é aguardada para 2011) e celebrado como uma das armas da GM para enfrentar a concorrência no segmento dos sedãs médios do mercado norteamericano. Seus rivais diretos são o Honda Accord e o Toyota Camry, que estão entre os mais vendidos daquele país. A chegada do Malibu virou o jogo, equilibrando a disputa com os japoneses. Aqui, seus oponentes diretos serão Honda Accord 2.0, Ford Fusion 2.5, Hyundai Azera V6 e Citroën C5.

Quando começamos a rodar com o Malibu pelas estradas da Flórida, ficou a sensação de um carro de construção simples, mas com cuidado nos detalhes: fácil de guiar, com bom espaço e todos os equipamentos necessários. Foi com essas qualidades que ele chegou ao mercado com a missão de ajudar a reerguer a General Motors.

O sistema de freios utiliza discos ventilados na dianteira e simples na traseira, com ABS. São eficientes para o porte e compromisso do carro. A suspensão dianteira é tipo McPherson com barra estabilizadora na frente e multilink na traseira, também com barra estabilizadora e molas helicoidais. Nos EUA, onde o piso é perfeito, funcionam de maneira correta e confortável. Abusamos um pouco em algumas curvas e não tivemos surpresas desagradáveis. O câmbio automático, apesar de ter apenas quatro velocidades, proporciona trocas suaves e rápidas.

Já o motor 2.4, que no mercado norte-americano é flex, por aqui, deverá usar somente gasolina. Como as bombas norteamericanas já vendem o álcool com 15% de gasolina (E85), para dispensar a partida a frio – e por aqui as bombas têm álcool puro (E100) -, a GM, temendo que os consumidores não misturariam os 15% necessários de gasolina, recomendará só o combustível proveniente do petróleo, assim como faz com a Captiva.

O nível de equipamentos é bom: pedais ajustáveis, volante com regulagem de altura e profundidade, quatro airbags, controles de estabilidade e tração, banco do motorista com ajuste elétrico de altura, oito alto-falantes e tomadas 110V, entre outros.

O interior tem aparência sofisticada e bom espaço, além de revestimentos bicolor (opcional), e painel de instrumentos com três elementos circulares. O desenho tem formato de dois cockpits (como no Agile), o que remete aos antigos Corvette. A versão que vem para o Brasil não terá o rádio por satélite nem o GPS integrado. Um detalhe interessante: também não foi definida ainda se a versão vendida aqui terá ou não a tomada de 110V localizada no console, perfeita para laptops, recarregadores de celulares ou outros gadgets.

O Malibu é um produto sedutor, mas deve sofrer para encarar o Fusion. Custando cerca de R$ 95 mil, o modelo (feito nos EUA) terá que enfrentar a concorrência do Ford com motor V6 e tração integral (fabricado no México). Culpa dos nossos enormes impostos de importação… A Chevrolet sabe disso e não deve estar esperando grandes volumes de venda para o Malibu no mercado nacional.

Acima, um porta-objetos como o do Fusion e, abaixo, detalhes dos instrumentos e dos comandos de som no volante. Esta versão LTZ é bastante completa em itens de série

O interior segue o mesmo conceito – na verdade, agora copiado pelo Agile – de “duplo cockpit”: o desenho tem a intenção de criar um “ambiente próprio” para o passageiro