Largura total: 1,77 m. Você acha que essa medida não diz muito? Não no caso deste BMW, no qual essa é exatamente a distância entre as extremidades das rodas traseiras – maior do que a que separa as pontas dos retrovisores. Ela diz tanto sobre o M 235i porque sua tração é traseira e sua potência é enorme. Características típicas da tradicional linhagem de esportivos da marca bávara. 

Mas o Série 2 não cresceu em relação ao antecessor Série 1 Coupé apenas nas medidas dos “quadris”. Esse novo esportivo é sete centímetros mais comprido – três deles na distância entre-eixos. As bitolas também cresceram,  na frente e atrás. Plantado em largos pneus e rodas de 19 polegadas, o M 235i faz questão de deixar clara sua natureza esportiva. 

Debaixo do musculoso capô, o tradicional 6 cilindros em linha turbo de 3,0 litros, mas recalibrado para a ocasião, com 20 cavalos extras. No total, são 326 cv, su cientes para fazer o cupê alcançar 100 km/h em 4,8 segundos. Elástico, sempre disponível e com um turbo-lag quase inexistente, ele puxa forte – embora, sendo um pouco pedante, não com a agressividade que você esperaria de um motor como esse. “Culpa” da curva de torque plana: o valor máximo de 45,9 kgfm é quase constante entre 1.300 e 4.500 rpm – característica normalmente admirável, mas um pouco indesejada em um carro de construção tão esportiva.

Bem equilibrado (com a massa dividida igualmente entre os eixos), ágil e obediente, esse BMW vai de uma curva a outra com facilidade. A tomada é rápida, com leve substerço, e o apoio nas rodas externas se dá de modo reconfortante, com segurança. A partir da metade da curva, você pode voltar a acelerar, calibrando o pé direito para dosar os 326 cv. O excesso de potência gera um ligeiro sobresterço, controlado com facilidade graças à rapidez e à precisão da direção, e logo o M 235i já engole a reta seguinte. Puro prazer. Deve chegar ao Brasil no segundo semestre, no Salão de São Paulo, com preço acima dos R$ 270.000.