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Os carros com motor 3 cilindros estão aí: os Volkswagen Up, Gol e Fox, o Ford Ka, o Hyundai HB20, o Nissan March, o Kia Picanto e o Chery QQ são alguns deles. Chegou a vez de o Peugeot 208 ter um tricilíndrico “para chamar de seu”.

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Sob o capô, agora há opção do novo bloco aspirado PureTech 1.2 Flex substituindo o anterior 1.5 8V de 93 cv.

Ele está disponível nas versões Active (R$ 48.190), Active Pack (R$ 51.690) e Allure (R$ 54.990). Segundo a Peugeot, esse “milidois” vem pronto, importado da França, e não há planos de produzi-lo no Brasil.

Na Europa, esse bloco está disponível nos modelos 108, 208, 2008, 308 hatch e perua, 3008 e 5008 – a variante com turbocompressor ganhou o título de “Motor do Ano” no Velho Continente.

De arquitetura moderna, ele têm coletor integrado no cabeçote, tratamento para diminuir o atrito interno e bomba de óleo variável. Já para virar flex no Brasil, foram feitas algumas mudanças em relação ao europeu, principalmente para suportar a ação corrosiva do etanol, como pistões reforçados, bronzinas, cabeçote e as sedes de válvulas.

Além disso, foram providenciados novos chicotes elétricos e o sistema FlexStart, que dispensa o tanquinho de gasolina da partida a frio.

As respostas são bem lineares e progressivas garantindo uma dirigibilidade esperta e pedindo poucas reduções, apesar de ser mais pesado em relação a alguns modelos tricilíndricos do mercado, como o Volkswagen Up (938 kg) ou o Ford Ka (1.026 kg) – o Peugeot pesa 1.073 kg. [Veja ao final da reportagem um infográfico com o alcance dos carros com motor 3 cilindros quando abastecidos com etanol ou gasolina.]

Esse 208 com motor de 1,2 litro deslancha sem esforços. Aliás, são 90 cv de potência e 13,5 kgfm de torque – na Europa, o 1.2 oferece 81 cv e 12 kgfm utilizando gasolina. Esses dados de desempenho do 208 são superiores ao de alguns competidores tricilíndricos, como o Ford Ka (85 cv/10,7 kgfm) e VW Up (82 cv/10,4 kgfm) – todos eles com etanol. E a vibração – típica dos motores 3 cilindros – é baixa (três coxins fazem a fixação). O câmbio é sempre manual de cinco marchas emprestado das versões 1.6, mas com mudanças na relação e ajustes no trambulador, que deixaram os engates mais precisos.

Pontos positivos também para os freios e as suspensões, ambos vindos do 1.5. Já a caixa de direção recebeu uma calibração específica para a versão 1.2 e continua transmitindo respostas diretas ao esterço. Esse casamento do motor 1.2 com a transmissão manual permite ao Peugeot 208 rodar a 120 km/h com o ponteiro do conta-giros abaixo de 2.500 rpm, favorecendo o conforto acústico e a economia de combustível. O consumo, por sinal, é um capítulo à parte. Ele é o grande astro desse compacto.

De acordo com a Peugeot, em relação ao anterior 1.5, o novo 1.2 é até 37% mais econômico na cidade. Ele ainda gasta 25% menos que os concorrentes na estrada e 15% na cidade. Durante a nossa avaliação, o computador de bordo registrou ótimas médias de 21 km/l – a nossa melhor foi de 25 km/l durante o teste de consumo organizado no lançamento. Assim como o consumo, as emissões de CO2 também são muito baixas (82 g/km). O 208 1.2 consegue ser eficiente até comparado a carros híbridos, como o Toyota Prius (81 g/km) e o Lexus CT200h (87 g/km).

Além da chegada do propulsor 1.2, a linha 2017 do 208 também estreou uma atualização visual. Um dos destaques está na dianteira, agora desenhada com linhas mais horizontais, além de novas molduras dos faróis de neblina e assinatura de LED nos faróis em todas as versões. Atrás, as lanternas são de LED (também em todas as versões) e passaram a ter lentes fumês. Por dentro, mais novidades, como os tecidos dos confortáveis bancos. O volante de raio pequeno é de couro e oferece uma excelente pegada, melhorando a experiência de condução.

A central multimídia é de segunda geração, com tela sensível ao toque de 7” e funcionalidades como bluetooth, entrada USB e auxiliar, streaming de áudio, conexão para câmera de ré e HD interno de 16GB. Além disso, agora pode espelhar o conteúdo de smartphones via MirrorLink (Samsung, Sony) e CarPlay (iPhone 5 ou superior). O aplicativo Link MyPeugeot permite ao proprietário acessar informações úteis, como consumo, próximas revisões, local onde o carro está estacionado ou continuar a navegação, entre outras.

Se antes o 208 1.5 já era um carro agradável de guiar com o novo 1.2 a dirigibilidade saiu ganhando. Seu preço inicial de R$ 48.150 pode assustar – o Hyundai HB20 1.0 parte de R$ 40.545 –, mas o Peugeot é mais recheado de série. Você ainda pode estar se perguntando: e os concorrentes Chevrolet Onix 1.4 (R$ 46.290) e Ford New Fiesta 1.5 (R$ 49.990)? Apesar de eles terem preços semelhantes, nenhum dos dois possui motor tricilíndrico. No final das contas, esse Peugeot 208 1.2 é um típico caso de que “menos (o número de cilindros) às vezes é mais”.

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Ficha técnica:

Peugeot 208 Allure 1.2

Preço básico: R$ 54.990
Carro avaliado: R$ 54.990
Motor: 3 cilindros em linha 1.2, 12V
Cilindrada: 1199 cm3
Combustível: flex
Potência: 84 cv a 5.750 rpm (g) e 90 cv a 5.750 rpm (e)m
Torque: 12,2 kgfm a 2.750 rpm (g) e 13 kgfm a 2.750 rpm (e)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco sólido (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,975 m (c), 1,702 m (l), 1,472 m (a)
Entre-eixos: 2,541 m
Pneus: 195/60 R15
Porta-malas: 285 litros
Tanque: 55 litros
Peso: 1.073 kg
0-100 km/h: 14s3 (g) e 12s8 (e)
Velocidade máxima: 171 km/h (g) e 177 km/h (e)
Consumo cidade: 15,1 km/l (g) e 10,9 km/l (e)
Consumo estrada: 16,9 km/l (g) e 11,7 km/l (e)
Nota do Inmetro: A
Emissão de CO2: 82 g/km
Classificação na categoria: A (Compacto)