O Hyundai ix20 é um belo monovolume compacto. Sua linha de cintura alta, que sobe em direção à janela traseira, obriga o olhar a escorregar por toda a lateral do carro até chegar, quase instintivamente, à tampa do porta-malas. Essa proposta de design, que a marca chama de Escultura Fluida, dá sensação de movimento ao modelo mesmo quando ele está parado. Por conta disso, de forma subliminar, quem o observa tem a sensação de esportividade. Na frente, a mesma proposta: os dois faróis grandes e espichados ficam logo abaixo de dois vincos pronunciados no capô. A sensação é de que o carro está franzindo a testa e fazendo cara de mau para você. Mas o destaque da dianteira está, sem dúvida, na interessante grade de formato irregular – charmosa, agressiva e elegante.

A linha de cintura alta faz com que você escorregue o olhar pela lateral. Isso é o que a marca chama de Escultura Fluida

O mesmo desenho dessa grade se repete internamente, na tela do alto-falante acoplado ao painel da porta. Esse detalhe dá uma certa continuidade estilística ao habitáculo, que prima pela atenção aos detalhes e pela racionalidade. A disposição dos comandos, por exemplo, é feita de forma que os ocupantes encontrem tudo de maneira bastante intuitiva. Você se acostuma rapidamente com o carro e isso é bem agradável. Os bancos têm ajustes amplos, apesar de manuais, e o volante tem ajuste de altura e profundidade, tornando fácil encontrar a melhor posição para dirigir, sempre típica de um monovolume (com volante levemente horizontal). O quadro de instrumentos tem grafismos simples, mas eficazes. Nas manobras, o motorista conta com sensores e câmera de ré. Em relação ao conforto, dois vão bem na traseira, mas o quinto passageiro sofre. O espaço para as pernas é amplo (o banco desliza até 13 cm para ampliação do bagageiro), mas o melhor vão é o que se encontra acima da cabeça. A sensação de amplitude é reforçada, ainda, pelo teto solar amplo – um item opcional.

Dinamicamente, ele não é tão esportivo como suas linhas sugerem, mas se comporta bem para um monovolume. Não é rapidíssimo nas curvas, mas corrige com precisão: basta uma pequena rotação no volante para colocá-lo na trajetória correta. A assistência elétrica da direção oferece o peso correto em altas velocidades e o acerto da suspensão é eficaz em quase todos os tipos de terreno. Para o conforto, colabora ainda o bom revestimento acústico, que não transmite ao habitáculo o barulho (um tanto alto) do motor em baixas velocidades e em acelerações.

A unidade avaliada tinha um propulsor 1.4 a diesel de 90 cv e câmbio manual de seis marchas. Com essa unidade (há ainda um diesel 1.6 de 128 cv), o ix20 acelera até os 100 km/h em 13,4 segundos e chega a 164 km/h. Sua venda no Brasil ainda não está certa, mas, caso se concretize, ele poderá usar um de seus dois motores a gasolina, que fazem pouco sucesso na Europa. A unidade 1.4 16V tem a mesma potência (90 cv) e o 1.6 16V desenvolve 125 cv. No Brasil, seu principal concorrente seria o Honda Fit. Mas, ainda que a Hyundai decida deixar “o irmão caçula do ix35” só para os europeus, seu visual poderá ser conferido aqui no modelo que a marca produzirá em Piracicaba (SP) a partir de 2012.

No interior, bastante atenção aos detalhes e racionalidade na distribuição dos comandos – mas a posição de dirigir é típica de um monovolume

Os instrumentos têm grafismos simples, mas eficazes, com elementos digitais no centro. No detalhe, os botões de ajuste de altura dos faróis, de desativamento do ESP e do sensor de estacionamento

Acima, o modelo no teste dinâmico. Abaixo, o espaço interno, dois viajam bem no banco traseiro, que desliza para aumentar o porta-malas

Hyundai ix20

/ MOTOR quatro cilindros em linha, 1,4 litro,16V/TRANSMISSÃO manual, seis marchas, tração dianteira /DIMENSÕES comp.: 4,10 m – larg.: 1,76 m – alt.: 1,60 m/ENTRE-EIXOS 2,615 m/PORTA-MALAS 440 litros /PNEUS 205/50R17/PESO 1.371 kg DIESEL/POTÊNCIA 90 cv a 4.000 rpm/TORQUE 22,4 kgfm de 1.750 a 2.750 rpm/VELOCIDADE MÁXIMA 164 km/h/0-100 km/h 13,4 segundos/CONSUMO não disponível/CONSUMO REAL cidade: 13,4 km/l – estrada: 14,6 km/l (durante o teste da Quattroruote)