Não dou a mínima para etiquetas. Não compro roupas de marca, me recuso a pagar mais por produtos da moda e não vejo porque gastar mais dinheiro em coisas que são iguais às outras, exceto por proporcionar status. Não ligo para isso. Não se trata de pão-durismo, mas de uma questão de princípios. Gosto de fazer valer meu dinheiro, de pagar pelo que posso usar. Opiniões alheias não me importam.

Esse Volkswagen CC, então, seria um carro para pessoas como eu? Quem quer status pode comprar, por pouco mais de R$ 200 mil, um Audi A5, um BMW 328 ou um Mercedes C 250 – todos menos espaçosos, menos equipados e menos potentes. Aos olhos dos vizinhos, podem causar mais impacto (e inveja). Mas, a bordo e ao volante, satisfazem tanto quanto esse Volks? O único problema do CC seria então a falta de etiqueta?

Sim e não. Apesar de o CC manter seu V6 de 300 cv jogando 300 cv de potência nas quatro rodas por meio do câmbio de dupla embreagem, que responde num piscar de olhos (acelera de zero a 100 km/h em 5,5 segundos), para quem gosta de dirigir, não agrada tanto quanto os modelos citados. Isso porque ele pode ter tirado o Passat do nome, mas não da base mecânica (do Passat antigo, não do novo), e, por consequência, do prazer ao volante – que é pouco. E não estou falando que ele é ruim: é impecável, como o Passat tradicional, mas comportado demais para seu design e sua potência. Faz tudo quase perfeitamente, mas sem muita emoção.

Quanto à lista de equipamentos de série, é bem generosa, mas é uma pena que alguns dos itens que mais impressionam sejam opcionais. Somando todos eles, o preço beira os R$ 240 mil. Caro demais? Não, considerando o que oferece. Um BMW Série 3 de 300 cv – o 335i avaliado nesta edição – custa R$ 294.940, e é menor que o CC; um Mercedes E 350, com 306 cv, sai por R$ 334.900; e um Audi A6 custa R$ 313.390 – também tem 300 cv e acelera até 100 km/h nos mesmos 5,5 segundos.

Sendo assim, considero o CC uma boa compra para muita gente. Qual eu levaria pra casa? Nenhum deles. Por esse valor, ficaria na dúvida entre o Mercedes C 250 ou um Range Rover Evoque. O primeiro pela dinâmica, o segundo pela versatilidade. Nada a ver com etiqueta.