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Respondendo à pergunta do título, ao que tudo indica, esse novo projeto da Renault vale muito a pena para quem procura um carro popular, de baixo preço e com uma relação custo-benefício muito favorável ao consumidor. E digo o por quê.

Vamos começar pelo motor, que é um 1.0 de três cilindros da família SCe, lançada recentemente pela Renault e que equipa os modelos Sandero, Logan, Captur e Duster. Esse novo propulsor é caracterizado pela simplicidade construtiva, modernidade de projeto, baixos índices de emissões de poluentes e reduzido consumo de combustíveis. Diferentemente do motor que equipa Sandero e Logan, o do Kwid não vem com variador de fase no comando de válvulas, fazendo perder alguns cavalos de potência e força no torque máximo. Mas, esse fato não chega a ser preocupante: produzindo 70/66cv (etanol/gasolina), o propulsor é mais do que suficiente para movimentar com boa agilidade os 786 kg do Kwid, peso que é bem contido para um carro do seu porte.

O outro quesito de um bom carro para o consumidor é o espaço interno. Nesse ponto, os franceses da Renault foram muito felizes, conseguindo no projeto de seu carro popular, um entre-eixos de 2,42m, exatamente a mesma do Volkswagen Up e bem superior aos 2,30m que a Fiat utiliza no Mobi. A medida generosa do entre-eixos do compacto se reflete também na capacidade do porta-malas, de bons 290 litros, capacidade que é superior a do Chevrolet Onix e do Volkswagen Gol. De comodidade ao consumidor, o Kwid mostra um bom vão livre do solo, permitindo bons ângulos de entrada e saída, em terrenos ruins e, é claro, em nossas esburacadas e acidentadas ruas dos trechos urbanos, com muitas valetas e lombadas. Sem dúvidas, um ponto de destaque para esse novo Renault.

O Kwid é oferecido em três versões: Life (R$29.990), Zen (R$ 35.390) e Intense (R$ 39.990). (Confira aqui a avaliação e aqui a lista completa de equipamentos). Se observarmos o mercado, vamos ver que os preços do Kwid são realmente tentadores: a versão topo de linha do Kwid tem praticamente os equipamentos do VW Move Up, que custa cerca de R$ 50 mil e do Fiat Mobi Drive manual, que sai por cerca de R$ 48 mil.

A grande crítica do mercado ao Kwid é a de que o carro, lançado primeiramente na Índia, obteve um péssimo resultado nos testes do Global NCAP. Apesar de ser o mesmo modelo, o Kwid produzido no Brasil foi totalmente revisto pela Renault. Toda fragilidade do modelo indiano foi substituída por reforços em aço na carroceria da versão brasileira. Tanto que o brasileiro é 150 kg mais pesado que o Kwid indiano. Além disso, o brasileiro traz de série os airbags laterais, além de Isofix para fixação de cadeiras infantis.

Perguntei a um executivo de um dos grandes fabricantes de carros instalados no país o que ele achava do novo lançamento da Renault. Sua resposta foi curta, mas mostra a importância do lançamento do novo carro no mercado nacional: “Eles vão vender o que produzirem, tudo vai depender da capacidade produtiva da fábrica deles para atender a alta demanda que terão no mercado interno. Se conseguirem uma alta capacidade de produção, esse novo carro será brevemente o líder do mercado nacional.”