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Tive a oportunidade de utilizar no meu dia a dia um Sandero Expression 1.0, equipado com o novo motor SCe de três cilindros e que chega a desenvolver 82cv (com etanol) e um torque de 10,5 kgfm, que atinge seu valor máximo na casa das 3.500 rpm. Segundo os técnicos da Renault, 90% desse torque já está presente ao redor das 2.000 rpm. Na prática, isso significa que o novo propulsor já mostra sua força desde as saídas e, mesmo com o carro rodando, se o motor estiver ao redor das 2.000 rpm e o motorista pisar fundo no acelerador, a força máxima do propulsor impulsiona o veículo avante dando uma boa sensação de desempenho ao motorista. E esse desempenho chega a ser brilhante para um motor pequeno. O Sandero se sai muito bem, chegando a acelerar da imobilidade aos 100 km/h em 13 segundos. E supera os 160 km/h utilizando etanol.

Para quem pensa que esse brilho no desempenho custa muito caro ao bolso do motorista, um engano: as novas tecnologias empregadas nessa nova unidade motriz (com três cilindros; quatro válvulas por cilindro; duplo comando variável no cabeçote; baixo atrito das peças em movimento; motor todo fundido em alumínio; coletores de escape fundidos no cabeçote; corrente no lugar de correia dentada) fazem com que a melhora no desempenho venha junto com a bem-vinda redução do consumo de combustível. O resultado final foi ótimo para o Sandero, que já havia tido essas vantagens no modelo 2017 e agora passam ao modelo 2018.

No restante, a dinâmica do carro, que não chega a ser ótima, mas é boa, fazem do Sandero uma boa opção do segmento. Freios com discos ventilados na dianteira, direção eletrohidráulica (que é pesada no ponto certo), ruído relativamente baixo para um carro do seu segmento e a boa sensação de segurança que o carro passa ao motorista e passageiros, fazem do Sandero um produto interessante na faixa pouco acima dos R$40 mil. Seu acabamento, feito na maioria em plástico rígido, possui, na versão Expression, maçanetas e contornos cromados em volta das saídas de ar e painel central, o que reduzem o visual pobre de seu interior.

Agora, vamos ao que interessa: o preço. Essa versão que avaliei, a Expression 1.0, é a intermediária da linha, que tem como versão de entrada a Authentique 1.0 e a topo de linha Expression 1.6. Claro que, temos o aventureiro Stepway e esportivo R.S., vendidos acima dos R$ 60 mil, que são carros de nicho.

O Expression 1.0 que testei custa R$ 46.450. Por esse preço, ele já vem bem completinho: ar-condicionado, direção eletro-hidráulica, travas elétricas, vidros com levantadores dianteiros elétricos, rádio com CD player e Bluetooth, comandos de som sob o volante, computador de bordo e volante com regulagem de altura. Opcionalmente, o carro pode ser equipado com uma útil central multimídia de 7 polegadas com navegador GPS. Para efeito comparativo com os concorrentes do segmento, é bom lembrar que o Sandero tem pouco mais de 4 metros de comprimento, 1,73 metros de largura, entre-eixos de 2,59 metros e um porta-malas de 320 litros de capacidade, que se reflete no conforto para motorista, passageiros e suas bagagens. Valores, sem dúvida, superiores aos de seus concorrentes. Um carro bem legal!