A lista de itens é bem completa, com ar, direção com ajuste de altura e profundidade, bancos esportivos, comando de voz para o som, computador de bordo, controlador de velocidade, airbag duplo e freios ABS, entre outros. Como opcionais: ar digital, navegador, teto solar, sidebags e sensores de luz e chuva

Quando o Punto foi apresentado aos brasileiros em agosto de 2007, critiquei a versão Sporting por agradar mais aos olhos que ao coração. Boa parte dos adereços estéticos que caracterizam um legítimo esportivo estava presente, mas os 115 cavalos e mais de dez segundos para atingir os 100 km/h eram um tanto decepcionantes.

Quatro edições depois, acelerei o Punto Abarth na Itália, e fiquei morrendo de inveja. Depois de longa espera, a Fiat apresenta o Punto T-Jet, versão nacional do modelo italiano. Na verdade, poderia se chamar Punto Turbo, mas seguiu a denominação empregada no Linea – ambos usam o mesmo 1.4 turbinado importado da Itália, com a vantagem do baixo consumo e das respostas vigorosas ao acelerador.

O design do T-Jet imita o do modelo italiano – dele vieram o desenho das rodas de 17 polegadas, a grade dianteira exclusiva, a cor externa que invade o painel de ponta a ponta, o aerofólio bicolor, os faróis com máscara negra, o interior com bancos de couro com costura aparente (embora com formato diferente) e o indicador da pressão do turbo no painel.

A transmissão de seis velocidades poderia ter sido importada junto com o motor, mas a marca preferiu usar o câmbio de cinco marchas nacional. E até que essa caixa caiu bem no T-Jet, depois de ter a primeira marcha alongada, devido à maior potência – 152 cv a 5.500 rpm -, e a quinta e o diferencial encurtados, para o motor ficar sempre “cheio”.

Na região de Betim (MG), onde fica a fábrica da Fiat, comprovei a diferença do novo acerto da suspensão do T-Jet. Enquanto o Sporting não tinha alterações em relação às demais versões – com suspensão já um tanto firme, melhor que a da linha Palio -, este esportivo tem as molas dianteiras 17% menos flexíveis e as traseiras 8%. Além disso, a barra estabilizadora dianteira foi aumentada em 1 mm e ele ganhou uma barra estabilizadora na traseira (o resto da linha não a tem).

Resultado: mais estabilidade nas curvas (ajudada pelos pneus 205/50 R17) e, apesar de sair de frente na hora em que se abusa, basta tirar o pé do acelerador para ele corrigir imediatamente o substerço. Uma “aliviada” nos amortecedores traseiros ajuda a não perder o conforto. Um belo acerto do sistema.

Apesar de não ser flex, ele é ligeiramente mais econômico com gasolina que o 1.8, graças ao motor menor (vantagem do downsizing). A aceleração de zero a 100 km/h caiu de 10s3 no Sporting para 8s4 no T-Jet, e a máxima subiu de 184 km/h para 203 km/h.

A Fiat afirma que o novo modelo, com preço sugerido de R$ 59.500 (e excelente lista de itens de série), não tem concorrentes diretos – Civic Si e Golf GTI são mais potentes, mas ficam acima dos R$ 90 mil. Talvez tenham esquecido do Citroën C4 VTR, esportivo de duas portas, vendido a partir R$ 60.610. Com um 2.0 de 143 cv, fica próximo em desempenho, com seu 16V em rotações mais altas. É apenas 0s8 mais lento na aceleração de zero a 100 km/h e chega à máxima de 207 km/h – é também muito completo em itens de série e, sem dúvida, mais refinado.

Parachoques diferenciados, faróis com máscara negra, molduras nos paralamas, minissaias, aerofólio, rodas exclusivas, pneus 205/50 R17 e escape duplo cromado são diferenciais da versão, que será vendida nas cores amarela, preta, vermelha e branca