Que o Accord é um ótimo sedã, ninguém duvida. Desde seu lançamento no mercado nacional, em 1992, foram emplacadas mais de 16 mil unidades. Uma prova de que o brasileiro simpatiza com o Accord e, principalmente, com a Honda. Assim, para quem quer um carro da marca e acha que o Civic já não atende mais às suas necessidades de espaço, a única solução está no Accord. Sua nova linha 2011, que avaliamos agora, ganhou ligeiras reformulações de estilo no conjunto grade e parachoque dianteiro, nova lanterna traseira e também novos retrovisores externos com pisca incorporado. Como resultado, ficou mais imponente e elegante – com o perfil que os consumidores desejam dele: discreto, espaçoso, silencioso e de condução tranquila.

Seu motor 2.0 i-VTEC com 156 cv de potência é conceitualmente moderno e gasta pouca gasolina (algo em torno dos 8 km/l na cidade e dos 12 km/l na estrada), mas não é flex. Já o câmbio automático de cinco marchas oferece trocas suaves e silenciosas e casa bem com o motor, mas fica devendo a possibilidade de trocas sequenciais.

Mas não espere desempenho: falta agilidade nas acelerações e retomadas. Produzida no Japão, essa versão EX tem airbag duplo, bancos em couro com comandos elétricos, ar-condicionado digital dual zone, disqueteira para 6 CDs, faróis com acendimento automático, trio elétrico e… só! Isso mesmo: por quase R$ 100 mil, não tem computador de bordo, faróis de xenônio, airbags laterais ou de cortina e nem sequer sensor de estacionamento, item quase indispensável para um carro de cerca de cinco metros.

Na mesma faixa de preço, a Ford oferece o Fusion com tração integral e motor V6 de 242 cv e a Hyundai acena com um Sonata 2.4 com teto panorâmico e muitos itens de conforto e segurança. E, se o consumidor olhar para o mercado, verá Chevrolet Malibu 2.4, VW Jetta 2.5 e Ford Fusion 2.5 – todos eles mais baratos e mais equipados que esse japonês. Só comprará o Accord se for muito fiel à marca Honda. Um bom produto, com péssimo posicionamento. Pelo que oferece, seu preço justo estaria próximo ao do Fusion de entrada – algo na casa dos R$ 80 mil. Conclusão: apesar de ser um ótimo sedã, é caríssimo – fora da realidade do mercado.

No interior, a linha 2011 tem uma lista de equipamentos modesta e sem novidades. Abaixo, as novas lanternas traseiras, que agora invadem a tampa do porta-malas

 

Honda Accord EX 2.0

/ MOTOR quatro cilindros em linha, 2,0 litros, 16V, comando variável (i-VTEC) / TRANSMISSÃO automática, cinco marchas, com overdrive / DIMENSÕES comp.: 4,94 m – larg.: 1,85 m – alt.: 1,49 m / ENTRE-EIXOS 2,800 m / PORTA-MALAS 453 litros / PNEU 215/60 R16 / PESO 1.489 kg GASOLINA / POTÊNCIA 156 cv a 6.300 rpm / TORQUE 19,3 kgfm a 4.300 rpm / VELOCIDADE MÁXIMA não disponível / 0 – 100 KM/H não disponível / CONSUMO não disponível / CONSUMO REAL não disponível