Ao volante, uma das piores coisas que podem acontecer é a perda de controle do carro. Quando se dirige em estradas de terra, principalmente as que têm pedriscos  soltos e oferecem ainda menos aderência, ou quando se encontram “costelas de vaca”, a traseira pode escapar e as coisas podem acabar mal. Nessas situações, esse novo EcoSport 4WD tem até suas vantagens. Mas será mesmo essa a vocação dessa segunda geração do jipinho da Ford?

Na verdade, como essa reformulação do Eco ficou marcada pela suavização das linhas e pela maior esportividade de todo o conjunto, a versão 4×4 se mostra ainda mais desnecessária do que antes. É verdade que, como dito acima, ele vai livrá-lo de apuros, aumentar a aderência e ajudá-lo a corrigir a trajetória na viagem até o sitio em um fim de semana. Mas o problema é que, mesmo nas estradas de terra mais amigáveis, esse EcoSport 4WD acaba cansando rápido. As suspensões são duras demais, os trancos são constantes e é fácil ele “dar batente”. A adoção da suspensão traseira independente com barra estabilizadora (os demais Eco têm eixo de torção) melhora o comportamento no asfalto e abre espaço para o diferencial traseiro, mas, no off-road, não ajuda em nada a aumentar o conforto.

Na lama, nos atoleiros e nos desafios realmente pesados, a coisa fica ainda mais feia para o Eco que, convenhamos, não foi projetado para isso como, aliás, nenhum crossover urbano. Além de não ter reduzida, o novo sistema integral não tem mais a opção de bloquear 50% do torque para cada eixo. Com acionamento eletrônico (antes era hidráulico), o sistema distribui automaticamente o torque entre os eixos, mas o máximo que o motorista pode fazer agora é aumentar.

Na lista de equipamentos, esse Eco não tem ar digital nem outros itens do Titanium, pois é baseado no catálogo Freestyle, mais simples. Como em todas as versões, os bancos de couro são opcionais – vendidos por R$ 3,7 mil só em conjunto com airbags laterais e de cortina.

Seu principal rival é o Duster 4×4. Por R$ 62.500, tem sistema multimídia com navegador GPS e tela sensível ao toque colorida, muito superior. Se você não precisa da tração nas quatro rodas, dentro da própria gama do EcoSport, dá para levar o mais econômico Titanium 2.0 manual, de R$ 66.490 – que ganha partida sem chave, sensor de chuva, faróis com acendimento automático e retrovisor interno eletrocrômico – ou o automatizado PowerShift, que acaba de ser lançado, também na versão Titanium, de R$ 70.890 (ou R$ 63.390 na SE, mais simples). São opções mais condizentes com a proposta desse carro, hoje, mais aventureiro urbano do que nunca.