O sistema de freios é um dos conjuntos mais exigidos e vitais de qualquer automóvel. É ele que garante a desaceleração e a parada do veículo com segurança, mas também está entre os que mais sofrem com desgaste e falta de manutenção preventiva. Pastilhas, discos, fluido e servo-freio formam um conjunto que precisa estar em perfeito estado para funcionar como deve. Veja cinco cuidados que ajudam a manter tudo em ordem e evitar dores de cabeça.

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Freios do BMW M5 V10 - Foto: Leda Paleari/Quattroruote
Freios do BMW M5 V10 – Foto: Leda Paleari/Quattroruote

1 – Fique atento à vida útil das pastilhas

As pastilhas de freio são peças que trabalham sob alta temperatura e atrito constante, responsáveis por gerar a fricção que desacelera o carro. Justamente por isso, estão entre os componentes que mais se desgastam no sistema. O tempo de troca varia conforme o tipo de veículo, as condições de uso e a forma de condução. Em carros pesados, trajetos urbanos com trânsito intenso ou percursos cheios de ladeiras, a substituição tende a ser mais frequente.

Pastilhas de freio – Foto: Fras-Le/divulgação

Além do desgaste natural, o superaquecimento e o uso de materiais de baixa qualidade podem reduzir significativamente a durabilidade das pastilhas. O ideal é respeitar os intervalos de manutenção indicados no manual e checar o sistema a cada revisão periódica: isso evita danos a outros componentes e garante eficiência na frenagem.

2 – Evite a vitrificação das pastilhas

A vitrificação acontece quando o material de atrito das pastilhas se queima devido ao excesso de calor, deixando a superfície endurecida e brilhante. Esse processo reduz drasticamente a capacidade de frenagem e aumenta o risco de acidentes.

Freios do Mustang Mach 1 – Foto: Lucca Mendonça

Entre as principais causas estão freadas longas e repetitivas, o uso de peças de má qualidade, falta de assentamento correto após a troca e até ineficiência dos freios traseiros. Os sinais de vitrificação incluem pedal mais duro, ruído agudo ao frear, perda de eficiência e discos com aparência azulada. Caso esses sintomas apareçam, o recomendado é procurar uma oficina para verificar o sistema completo e corrigir a origem do problema.

3 – Cuidado com o servo-freio

Pouco lembrado nas revisões, o servo-freio é o componente que amplifica a força aplicada no pedal, permitindo que o motorista freie com menor esforço. Quando ele apresenta falhas, o pedal tende a ficar mais duro e a resposta do freio, menos eficiente.

Honda Accord 2016 – Foto: Divulgação

Um dos motivos mais comuns é a contaminação por combustível, que deteriora as vedações internas e o diafragma central. Também é importante observar se há obstruções na mangueira de vácuo, problema que compromete a pressão necessária para o funcionamento correto.

Outro ponto de atenção está na instalação: a haste de saída do servo deve se encaixar perfeitamente no pistão do cilindro mestre. Um simples erro nesse acoplamento pode causar danos internos sérios. Por isso, a substituição e o ajuste devem sempre ser feitos por um profissional qualificado.

Dirigindo carro – Foto: Cris Prado

4 – Atenção aos discos de freio empenados

Os discos trabalham em conjunto com as pastilhas e são fundamentais para a frenagem. O atrito gerado durante o uso eleva bastante a temperatura, e o excesso de calor pode causar deformações na superfície, o famoso “empenamento”.

Quando isso acontece, é comum perceber vibrações no volante ou pulsação no pedal de freio, além de perda de eficiência. Nem sempre o problema está apenas no disco: o cubo de roda também pode ter pequenas irregularidades que causam o mesmo sintoma.

Freios Jaguar F-Type R – Foto: Divulgação

Para evitar, o ideal é realizar inspeções preventivas, checando se discos e cubos estão dentro das tolerâncias recomendadas e garantindo que o assentamento das pastilhas seja feito corretamente. Em alguns casos, pequenas irregularidades podem ser corrigidas com retífica, mas o mais seguro é substituir a peça quando o desgaste for acentuado.

5 – Preserve a vida útil dos discos

Assim como as pastilhas, os discos de freio também exigem cuidados específicos. O desgaste das pastilhas influencia diretamente na durabilidade do disco, por isso, fazer a troca dentro do prazo certo é essencial.

Manutenção nos freios – Foto: Center Peças Fabbri/divulgação

Alguns fabricantes já oferecem soluções que facilitam o monitoramento do desgaste, como gravações na superfície do disco que desaparecem com o uso, indicando o momento da substituição. Além disso, o assentamento correto do conjunto é um passo importante: após a troca, o mecânico deve realizar frenagens suaves em sequência, reduzindo gradualmente a velocidade para permitir o encaixe perfeito entre as peças.

Nos primeiros 300 km, o motorista também deve evitar frenagens bruscas, pois o superaquecimento nesse período pode causar manchas azuladas e deformações no disco.