Acima, o publicitário Caio Alcântara Machado em cima da picape Willys.À direita, os Dauphine expostos de maneira revolucionária para a época;

Um Belair deixando o Salão; caminhões Internacional; e as motonetas Lambretta de motor dois tempos

O Salão do Automóvel está completando 50 anos e, muitas vezes, tem sua história confundida com a da indústria nacional. Isto porque ele foi inaugurado em 1960, apenas quatro anos após o então presidente Juscelino Kubitschek criar o GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), órgão que possibilitou a implantação da indústria automobilística brasileira. O evento, que é organizado desde sua primeira edição pela Alcântara Machado, começou com o objetivo de conquistar a confiança dos consumidores brasileiros nos veículos nacionais.

Realizada no Pavilhão de Exposições do Ibirapuera, em São Paulo (SP), sua primeira edição contou com apenas 12 expositores e um público de mais de 400 mil pessoas, um sucesso absurdo para a época. Os principais destaques do evento foram o Aero-Willys, o Renault Dauphine, o Fusca, a Kombi, o DKW, o JK da FNM, o Simca-Chambord e a perua Amazonas da Chevrolet, além do primeiro carro experimental fabricado no País, o Saci, da Wyllis.

Fusca e Kombi, destaques da primeira edição do Salão; a primeira geração do Corcel num estande com decoração tipicamente anos 70; um protótipo com carroceria de fibra; e o ícone esportivo Karmann Ghia. Acima, à direita, os Toyota Bandeirante

Em 1962, o Salão passou a ser bienal e comemorou a marca de 97% de nacionalização dos componentes dos veículos. Suas grandes atrações foram: o esportivo Karmann- Guia, o Aero-Willys, a perua Simca Jangada, o DKW Fissori e o jipe Toyota Bandeirante. Na segunda metade da década de 60, a indústria automobilística promoveu o lançamento do Galaxie, do Opala, do Corcel, do VW 1600 e do Dodge Dart, equiparando-se aos modelos produzidos nas suas matrizes. Assim como a indústria automobilística, o evento também cresceu. Sua sétima edição, em 1970, inaugurou o Parque de Exposições do Anhembi, e teve, como destaques, o Dodge Charger, o Corcel GT e o Landau. Nessa década, foram destaques também o lançamento do Passat, do Chevette, da Brasília, do Maverick, da Caravan, do Dodge Polara, do Alfa Romeo 2300 e do Fiat 147, sendo que em 1976, após a criação do Pró-álcool pelo governo, e em função da crise mundial do petróleo, os fabricantes iniciaram o desenvolvimento de veículos com motores a etanol.

A década de 80 foi marcada pela massificação da produção de veículos a etanol e os principais destaques foram o Gol e o Santana da Volkswagen, o Monza da Chevrolet, o Escort e o Del Rey da Ford e o Uno da Fiat. Pela primeira vez, no Salão de 1986, a indústria nacional não participou do evento. Foram apresentados apenas veículos importados como a Ferrari 328, a BMW 735 e o Porche 911. Oficialmente, a crise foi culpada pela ausência em massa, mas boatos da época davam conta de um desentendimento entre a Anfavea (associação dos fabricantes) e a Alcântara Machado, organizadora do evento, tinham motivado o desfecho infeliz.

Com a abertura do mercado, o Salão de 1990 expôs vários importados, como a Ferrari F40, o Alfa Romeo 164 e a Van Aerostar, da Ford. Nessa década, foram destaques o lançamento do Omega, do Vectra, do Corsa e do Astra pela Chevrolet, do Tempra, do Marea e do Palio pela Fiat, do Polo e do Golf pela Volkswagen, do Fiesta, do Focus e do Ka pela Ford, do Clio pela Renault, do Corolla pela Toyota e do Civic pela Honda.

A partir do alto, o Itamaraty presidencial, um jipe Gurgel, o ônibus da Caio e a perua Chevrolet Amazon

No salão de 2002, os utilitários esportivos começaram a mostrar suas qualidades. Surgiu nesta década a tecnologia dos carros flex, tendo também como destaque o Fox e o novo Gol da VW, o Celta e o Agile da GM, o Punto e o Idea da Fiat, o C3 da Citroën, o 206 da Peugeot, o Logan e o Sandero da Renault e o Honda Fit. A mais recente edição ocorreu em 2008 e foi marcada pela apresentação de carros-conceito com tecnologias que privilegiam combustíveis renováveis. Foi exposto nesta edição o veículo de maior valor de toda história do Salão do Automóvel: o Pagani Zonda Roadster, com valor acima dos R$ 4 milhões.

A 26ª edição será comemorativa em função de seus 50 anos, e será realizada entre os dias 27 de outubro e 7 de novembro de 2010 no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Os ingressos custam R$ 34 para adultos e R$ 22,50 para crianças até 12 anos e podem ser adquiridos pelo site www.salaodoautomovel.com.br.

ANTES E DEPOIS

A primeira edição do Salão reuniu 400 mil pessoas e 12 expositores. Na última, realizada em 2008, os visitantes passaram de 620 mil. Abaixo, as modelos, que sempre foram uma atração à parte