A VW Kombi é um senhora com uma história respeitável, mas também um símbolo do atraso de nossa indústria. No dia 2 de setembro completou 55 anos com praticamente o mesmo projeto, incompatível com os padrões de segurança recentes. Ao longo dessas décadas, mais de 1,5 milhão de unidades foram fabricadas – e, finalmente, ela está prestes a dar seu adeus, já que não tem como cumprir as novas normas brasileiras, que obrigarão a presença de airbags frontais e freios com ABS.

Idealizada na Alemanha dos anos 1940 pelo holandês Ben Pon, aqui ela começou a ser produzida na fábrica de São Bernardo do Campo em 1957. As primeiras Kombi tinham motor 1.2 – e quem não se lembra delas servindo até como barraquinha de lanches? Em 1967, a gama aumentou com a versão picape e o motor com 1,5 litro. Nos anos 1970, ela passou a ser exportada para mais de 100 países, e sua primeira reestilização ocorreu em 1975, com a chegada do motor 1.6. Houve até uma versão a diesel em 1981 – mesmo ano no qual nasceram as variantes furgão e picape cabine dupla, equipadas com cintos de três pontos e encostos de cabeça dianteiros.

Em 1997, chegou a Kombi Carat, com teto mais alto, porta lateral corrediça e ausência da parede divisória entre o banco dianteiro e o resto do habitáculo. Em 2005, ela ganhou o motor 1.4   ex que usa até hoje (80 cv de potência com etanol). Agora, resta saber qual a solução que a Volks vai encontrar para substituí-la, enfrentando a concorrência das vans chinesas que invadiram o mercado.