Dirigir um carro elétrico dá a sensação de estarmos no futuro. Mesmo sem muitos postos de recarga, eles já são realidade no Brasil, mas para poucos. Este Chevrolet Bolt EV custa R$ 246.000 na versão Premier – o equivalente a três Chevrolet Spin LS (R$ 79.390), ou pouco menos que o SUV Trailblazer (R$ 280.800), para deixar a comparação em casa.

Falando de tamanho, as medidas são bastante parecidas com as do Onix – que parte de R$ 60 mil. Em contrapartida, ele entrega uma dirigibilidade limpa e livre de ruídos. E, nessa categoria, os preços são todos altos. A trupe 100% elétrica em nosso mercado ainda vai crescer, e talvez se popularizar (leia sobre o VW e-up! aqui), mas hoje já tem opções como BMW i3 (R$ 253.950), Nissan Leaf (R$ 209.990, leia avaliação) e alguns modelos da JAC (a partir de R$ 139.900, no caso do minúsculo iEV20).

Chevrolet Bolt

A bordo, chama a atenção o ótimo aproveitamento do espaço interno do Chevrolet Bolt, assim como os plásticos de qualidade e o painel exibindo áreas brancas com grafismos e iluminação. A posição de dirigir é beneficiada pela coluna de direção regulável em altura e profundidade, e volante e bancos dianteiros têm aquecimento.

O quadro de instrumentos digital de 8” possibilita uma leitura descomplicada, independente do modo de visualização, enquanto a central multimídia de 10,2”, compatível com Android Auto/Apple CarPlay, agrada pela sua interface intuitiva. O equipamento exibe gráficos para acompanhar a energia utilizada/regenerada e mostra imagens das câmeras frontal, de ré e laterais.

Chevrolet Bolt

Quem viaja no banco traseiro encontra bom espaço para as pernas e joelhos – e também para a cabeça, graças aos 1,595 m de altura da carroceria (o Leaf tem 1,565 m).
O conforto do quinto ocupante é garantido pelo assoalho plano, e há duas tomadas USB para carregamento de smartphones e outros gadgets.

Na hora de levar bagagens, seu porta-malas é maior do que o da maioria dos SUVs compactos: 478 litros (ou 1.603 litros com o rebatimento do banco traseiro).

Emissão Zero

Ao volante de um carro elétrico, você automaticamente repensa suas atitudes ao volante como motorista. Ele acelera bem, mas o mais legal é sempre tentar aproveitar a inércia e a “regeneração” de energia, seja nas descidas, seja ao se aproximar de um semáforo ou de um congestionamento, por exemplo.

Isso tudo ajuda a garantir mais autonomia. E, a medida em que aceleramos, um marcador do quadro de instrumentos vai ficando amarelo, e depois volta para o verde nas frenagens e desacelerações. Como em todo elétrico, não poderia ser diferente: o silêncio é absoluto, e o único ruído perceptível na cabine é o da rolagem dos pneus sobre o asfalto.

Também como acontece em todo carro elétrico, o desempenho impressiona: os 203 cv de potência e 36,7 kgfm de torque estão disponíveis desde a partida. Aliás, dificilmente alguém alcançará o Bolt, mesmo em alguns modelos esportivos, nas saídas de semáforos.

E quem deseja uma pitada de emoção a mais pode ativar o modo Sport, que muda o comportamento do carro, deixando as respostas ainda mais animadas. Mas “cavalo que anda é cavalo que bebe”. Bom para usar quando se está chegando em casa de bateria ainda cheia.

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Durante nossos testes na cidade de São Paulo, fizemos médias urbanas de 8,5 km/kWh. No uso normal, não foi necessário abastecer o Bolt nenhuma vez durante uma semana de convivência.

Caso fosse necessário, o carro possui plugue do Tipo 2, com recarga que varia de 10 km de autonomia por hora em tomadas normais 220V (o carregador acompanha o veículo) a 160 km de autonomia em 30 minutos, ou 80% da carga em menos de uma hora, com carregadores ultrarrápidos. A autonomia é de 416 quilômetros (EPA).

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O Bolt traz sacadas interessantes, como o retrovisor interno que transmite imagens da segunda câmera traseira – muito útil, principalmente à noite. O condutor pode regular sua luminosidade, posição e zoom.

Outra tecnologia comum em carros elétricos: atrás do volante, uma alavanca aplica o freio-motor, diminuindo a velocidade sem a necessidade de se usar o pedal de freio – e, ainda, recuperando mais energia e reduzindo o gasto das pastilhas.

Já ao escolher a posição L pela alavanca, dá para conduzir o “Chevy” só com o pedal direito. Leva um tempo para se acostumar, por conta da regeneração mais intensa.

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As suspensões são bastante “firminhas”, mas até que suportam bem as irregularidades do nossos pisos, e os pneus de perfil 50 ajudam bem no conforto (mas é preciso uma dose de atenção ao transpor lombadas mais pronunciadas, pois o meio do carro pode raspar).

O baixo centro de gravidade do Chevrolet Bolt é resultado do conjunto de baterias de 66 kWh instalado sob o assoalho, e garante uma dinâmica interessante nas curvas, embora a proposta aqui não seja de esportividade.

Chevrolet Bolt
De perfil, nota-se o teto alto, que, junto com a mecânica compacta, garante bom espaço na cabine

Para maior segurança no uso urbano, principal foco do Bolt, estão presentes um bom sistema de identificação de pedestres, com frenagem automática de emergência em baixa velocidade para evitar atropelamentos ou reduzir os ferimentos. O pacote é completado pelo assistentes de pontos cegos e de permanência em faixas, alertas de tráfego cruzado e de permanência em faixas e dez airbags.

O Chevrolet Bolt desmistifica o carro elétrico, e, para se usar no cotidiano das grandes cidades, faz muito mais sentido. Mas é preciso estar disposto a pagar caro para fazer parte desta vanguarda.


Chevrolet Bolt Premier

Preço básico R$ 246.000
Carro avaliado R$ 246.000

Motor: elétrico, dianteiro
Combustível: a bateria
Potência: 203 cv
Torque: 36,7 kgfm
Câmbio: automático, uma marcha à frente e uma à ré
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: discos ventilados (d) e sólidos (t)
Tração: dianteira Dimensões: 4,165 m (c), 1,765 m (l), 1,595 m (a)
Entre-eixos: 2,600 m
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 478 litros (1.608 litros com o rebatimento do banco traseiro)
Bateria: íons de lítio, 66 KWh, 288 células
Peso: 1.641 kg
0-100 km/h: 7s3
Velocidade máxima: 146 km/h
Consumo cidade: 8,5 km/kWh (teste MS)
Emissão e co2 zero g/km 100% elétrico
Autonomia (WLTP): 416 km (Ciclo EPA)
Recarga: 10 km de autonomia/hora (220V), 40 km/hora (Wallbox 220V/7,4 kVa) ou 160 km em 30 minutos (ultrarrápida)

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