01/06/2012 - 0:00
Em primeiro lugar, é bom dizer que esta reportagem não pretende questionar seu gosto ou suas preferências. Se você pretende comprar um SUV simplesmente porque gosta do estilo , sua escolha já está feita e não há nada mais a ser acrecentado. Agora, se você pensa em adquirir um SUV porque acredita que realmente precisa de um utilitário esportivo, aí esse comparativo pode ser muito útil. Será mesmo que vale a pena comprar um SUV e abrir mão de um sedã de mesmo preço? Eles oferecem mais?
Se você tem uma casa no campo difícil de se chegar quando chove, gosta de uma aventura na terra ou mora em uma cidade com valetas, lombadas e que alaga no verão, a tração 4×4 ou a altura elevada do solo dos SUVs podem ser essenciais. Se você tem filhos pequenos que exigem o trasporte de cadeirinhas, carrinhos, banheiras e muita bagagem grande como bicicletas, saiba que os utilitários têm porta-malas mais fáceis de acessar e enormes quando os bancos são rebatidos. Além disso, existem fatores subjetivos: a sensação (nem sempre real) de segurança quando se está em um carro mais alto ou a vontade de transmitir uma imagem mais jovial e descolada. Nesses casos, os SUVs são inegavelmente imbatíveis.
Mas tudo tem seu preço. E para todos esses pontos positivos dos SUVs há o contraponto e, dependendo do caso, pode pesar contra ou a favor do utilitário. O objetivo aqui é ajudar você a colocar as coisas em perspectiva. Antes de fechar negócio, é bom analisar os prós e os contras. Todos têm seu gosto, mas ninguém gosta de jogar dinheiro fora. Nas próxima páginas, você vê confrontos entre SUVs e sedãs de R$ 65 mil a R$ 150 mil, utilizados como exemplos. Escolhemos sempre um utilitário e um sedã da mesma marca e com preços similares, que brigam pelo mesmo consumidor. Duster contra Fluence poderia ser EcoSport contra New Fiesta; CR-V contra Civic poderia ser ix35 contra Elantra; RAV4 contra Corolla poderia ser ASX contra Lancer; Tiguan contra Passat poderia ser Fusion V6 contra Edge. São exemplos apenas.
Cada briga tem detalhes específicos, mas há características “universais” de cada segmento. O primeiro é que SUVs são sempre mais instáveis. Não por acaso, há avisos nos veículos. Manual do CR-V: “Por ser o veículo mais alto (…) possui centro de gravidade mais alto, deixando-o mais suscetível a escorregar ou capotar se forem feitas curvas abruptas. Utilitários possuem instabilidade maior do que outros tipos de veículos.” Outros modelos têm avisos semelhantes no quebra-sol.
E há ainda a questão aerodinâmica: com área frontal maior, o SUV sempre sofre mais para vencer a resistência do ar; logo, tem maior ruído e consumo de combustível. Os números não mentem: só para dar um exemplo, segundo dados oficiais, o dono de um Duster 2.0 com câmbio automático que roda 15 mil km/ano gasta cerca de R$ 1.500 a mais em combustível do que o de um Fluence.
E, ainda, há a manutenção que, em certos casos, pode ser mais cara. O pneu do SUV custa o dobro do preço do pneu de um sedã. E as rodas podem custar até três vezes mais. Tenha tudo isso em mente na hora de escolher sua compra. A opção é só sua, mas não deixe de ponderar. Preste bem atenção ao preço de sua “aventura” e, se achar que vale a pena, se dê ao luxo de comprar aquilo que gosta ou precisa. Sabendo que fez o melhor negócio.
Passat ou Tiguan? – No caso dos Volks, o SUV é luxuoso, bom de curva e encara aventuras reais. Mas o sedã é mais tecnológico e espaçoso
Fluence ou Duster? – Nas versões Dynamique com motor 2.0 e câmbio automático, os Renault custam o mesmo, mas são diferentes desde a essência
Civic ou Cr-V? – Os Honda mostram como é possível construir dois carros completamente distintos usando uma mesma plataforma
Rav4 ou Corolla? – O aumento do IPI complicou a vida do SUV da Toyota. Antes dele, essa versão 4×2 era até uma alternativa ao comportado sedã.