Quando o 207 foi lançado no Brasil, a Peugeot recebeu críticas. Bem diferente da versão europeia, o carro nacional era, a rigor, um 206 reestilizado. A imprensa não perdoou, nem o consumidor – e o sucesso não foi o mesmo. Desta vez, porém, a história não se repete: o 208, estrela da marca no Salão, é rigorosamente o mesmo modelo lançado este ano na Europa. As mudanças ficam por conta da tropicalização – como a inclusão de um estepe –, mas, basicamente, o carro é idêntico.

O principal destaque está no interior moderno, bem acabado e com posição de dirigir privilegiada. O volante fica mais baixo que o convencional, junto às pernas, e o painel de instrumentos, mais alto. Você pode até imaginar que seja desconfortável de dirigir, mas não é. Depois de se adaptar, você passa a curtir. Com relação ao nosso 207, ele ficou nove centímetros maior, e o entreeixos cresceu bons dez centímetros. O porta-malas também aumentou, de 245 para 285 litros.

Até o fechamento desta edição, a marca não havia divulgado a motorização, mas é certo que o 1.6 flex do 308 será uma opção. A versão avaliada na Europa (a ficha técnica é dela) tinha potência e torque parecidos, e mostrou fôlego para empurrar o pequeno modelo. Sua dinâmica também é elogiável, mas o acerto de suspensão deve mudar na versão brasileira, que começa a ser fabricada em janeiro. As vendas começam no primeiro semestre com a edição limitada Premier (que também pode ser vista no estande da marca) de 208 unidades.

Como o 207 continuará em produção como carro de entrada, o 208 deverá custar a partir de R$ 35 mil. Seus principais concorrentes serão Chevrolet Onix e Hyundai HB20, outras estrelas do evento.

O REI DOS MÉDIOS

N o estande da Peugeot você pode conhecer o hatch médio da marca equipado com o melhor conjunto mecânico disponível na gama do grupo PSA. O 308 Feline THP (a sigla em inglês para turbo de alta pressão) tem sob o capô o mesmo 1.6 de 165 cv que já equipa os modelos 408, 3008 e RCZ, além do Citroën DS3. Acoplado a eficiente transmissão automática de seis velocidades, dá ao carro uma condução superior em seu segmento. Não chega a ser esportivo, mas é prazeroso e até empolgante. E com consumo contido. Além do desempenho mais apimentado, a versão tem visual diferenciado, com rodas de liga aro 17 escurecidas, retrovisores externos na cor grafite e volante de base achatada com revestimento em couro.

Até o fechamento desta edição, a marca ainda não tinha divulgado o preço do médio, mas se mantiver a estratégia adotada para o 408, não deve ser muito superior aos R$ 66 mil da versão Feline automática aspirada. E aí, por esse preço, não terá rivais à altura. O mais próximo dele em preço e potência é o Fiat Bravo T-Jet – que, mesmo assim, tem 13 cv a menos.