29/07/2013 - 11:44
O crossover Mitsubishi ASX deixou de ser importado do Japão para ser feito na fábrica da marca em Catalão (GO). O modelo é um dos frutos do programa Anhanguera II que, segundo a marca, tem previsão de investimentos de R$ 1,1 bilhão para a ampliação do polo industrial goiano e para a produção de outros carros no Brasil – o sedã Lancer sairá de lá a partir do ano que vem. A nacionalização baixou os preços do modelo, mas não foi nada significativo. Ele continua sendo oferecido em três versões, mas agora os valores vão de R$ 83.490 a R$ 99.990 no topo de linha equipado com câmbio automático e tração 4×4 – existe ainda um pacote opcional que adiciona os faróis de xenônio e teto panorâmico, totalizando R$ 105.990. Isso representa uma redução de cerca de R$ 1.000. Mas as peças de reposição, que eram um alvo de reclamação do ASX, devem ter boa queda de preços com a nacionalização.
O “nosso” ASX (de Active Smart X-Over) manteve o motor 2.0 16V com o sistema MIVEC (Mitsubishi Innovate Valve Timing Eletronic Control System), que gerência a abertura e o fechamento das válvulas. Essa é a primeira unidade montada fora do Japão (mas o bloco e o cabeçote feitos de alumínio ainda vêm de lá). A relação peso/potência é de bons 8,4 kg/cv, mas o propulsor não é bicombustível como os dos concorrentes Honda CR-V, Hyundai ix35 e Kia Sportage.
A versão avaliada trazia o câmbio automático CVT (continuamente variável com relações infinitas), com seis marchas simuladas. Essa transmissão traz os sistemas Sports Mode, que maximiza o torque do motor, e o Invecs II, que analisa o jeito de dirigir do motorista, deixando as mudanças de marchas mais suaves. Quem quiser pode optar pelas trocas sequenciais nas borboletas atrás do volante ou na alavanca. O desempenho do ASX é apenas condizente com sua proposta. No entanto, o Mitsubishi gera mais torque utilizando somente gasolina do que o Honda CR-V com etanol (19,5 kgfm). Fica uma sensação de falta de fôlego nas ultrapassagens, mas no geral ele vai bem.
O modelo nacional teve algumas melhorias comparado ao importado. Uma delas está na suspensão com novas molas e amortecedores, que elevaram a altura do modelo em 1,5 cm. Durante o nosso trajeto de 150 km por trechos de asfalto e uma parcela de off-road, o conjunto absorveu as irregularidades com maciez, mas sem descuidar da estabilidade nas curvas. As rodas passam a ser de 18” (antes eram de 17”). Outro ponto positivo é a direção com assistência elétrica, que se mantém firme em velocidades mais altas.
Nas versões com tração 4×4, o motorista pode escolher os modos 2WD (para uso urbano, oferece uma maior economia de combustível), 4WD com distribuição eletrônica entre os eixos (recomendado para pistas sinuosas) e Lock. Esse último não é uma opção com reduzida, mas o bloqueio do diferencial garante boa ajuda em pisos de baixa aderência. Qualquer uma dessas mudanças pode ser feita em velocidade de até 100 km/h.
O ASX é agradável de dirigir e não descuida do bem-estar dos ocupantes. Ele oferece boa visibilidade e boa lista de equipamentos nas versões AWD – que vão desde os sensores de estacionamento, de chuva e crepuscular até a partida sem chave, a tela de LCD no painel (disponível em todas as versões), o ajuste elétrico do banco do motorista e o aquecimento nos assentos dianteiros. Os únicos opcionais oferecidos na versão topo de linha são o teto panorâmico e os faróis de xenônio. Quem viaja atrás encontra um bom espaço para as pernas – a distância entre-eixos é a mesma do irmão maior Outlander. Já o porta-malas tem 605 litros.
Todas as versões AWD são equipadas com o controle de tração e de estabilidade. Além disso, em segurança, o crossover também oferece o prático assistente de partidas em subidas e nove airbags: frontal, lateral, de cortina e de joelhos. Esse último, aliás, é inédito no segmento. Agora nacionalizado, o Mitsubishi ASX ganha um novo fôlego para continuar na disputa pelo segmento dos crossovers, que agora conta também com o remodelado Toyota RAV4 e com a versão bicombustível do Honda CR-V. A briga vai ser interessante, e quem te mais a ganhar são os consumidores.