15/10/2013 - 14:46
O Fiat 500 é um tipo de carro quase desconhecido do brasileiro: releitura retrô do modelo dos anos 1950, foi feito sob medida para o europeu. Lá no Velho Continente, é um modelo popular e pensado para uso urbano. E essa função ele cumpre bem. É econômico no trânsito, especialmente com esse “inteligente” motor MultiAir, cabe em qualquer vaga e permite levar compras e objetos do cotidiano.
?Por esse e outros motivos, sempre gostei do “Cinquecento”. Desperta a simpatia nas ruas e nunca havia me frustrado – até agora. Mas devo reconhecer que a culpa foi minha. Se o carrinho mudou pouco na linha 2014, ganhando a opção de o motor MultiAir ser abastecido com etanol, eu mudei mais. Ganhei um bebê e passei a rodar com cadeirinha no banco traseiro e toda a tralha que acompanha uma criança de quase dois anos. Para completar, resolvi desafiar suas restrições conceituais e fazer uma viagem longa com ele.
?Aí os problemas apareceram. Na hora de pegar estrada, nada grave. Até que foi bem. Os “poréns” ficaram por conta do ruído do motor a 120 km/h e do consumo nada brilhante (já consegui marcas melhores em sedãs como Corolla e Fluence). Mas colocar e tirar o bebê da cadeirinha no banco traseiro em um modelo duas portas é um transtorno – ainda mais quando cada vez que se puxa o banco dianteiro para a frente é preciso ouvir a esposa reclamar que tem de ajustá-lo novamente. E, ainda, que, para não espremer os pés do bebê na cadeirinha, ela fica batendo os joelhos no porta-luvas.
No bagageiro couberam malas pequenas, mas o carrinho do bebê ficou em casa. Parte da tralha acabou indo no banco traseiro e no assoalho. A vantagem do pequeno porte é que dava para ficar bem perto do meu filho: mesmo dirigindo, conseguia pegar a mamadeira quando ele a derrubava no chão sem precisar me esticar.
No fim das contas, para mim, com esse meu novo perfil de consumidor, um Fiat 500 não vale a pena. Dadas as minhas necessidades, investiria os mais de R$ 53 mil dessa versão topo de linha em um hatch ou um sedã tradicional. Uma pena, pois o 500 é muito mais simpático e charmoso do que qualquer outro modelo. Sem dúvida, uma compra extremamente passional.