O s carros chineses estão aos poucos vencendo o preconceito dos consumidores. E tem gente nova na área, a Geely Motors. A marca é representada pelo Grupo Gandini, o mesmo que controla a Kia Motors do Brasil, e tem sede em Itu, no interior de São Paulo. Já são 15 concessionárias no país (Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Florianópolis, Londrina, Maringá, Natal, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, São José do Rio Preto e São Paulo). “Até o _ m de 2014, serão 25 lojas. Nossa preocupação está no pós-venda, por isso importamos mais de US$ 250.000 em peças”, conta Alberto Costa, gerente de vendas.

A Geely chega com dois modelos: o sedã médio EC7 e o hatch compacto EC2 (a partir de abril com motor flex), ambos produzidos em regime CKD (totalmente desmontados) na fábrica de Montevidéu, no Uruguai. De março a abril deste ano, está prevista a comercialização de 3.000 a 3.500 carros – 60% do EC2 e 40% do EC7. A meta para 2015 é vender 20.000 unidades. O preço do EC7 não estava fechado (dependia da variação do dólar), mas foi confirmado em R$ 49.900. As primeiras unidades do EC7 trazem motor 1.8 a gasolina e câmbio manual de cinco marchas. Só que em julho próximo desembarca o EC7 flex. O câmbio automático CVT (continuamente variável) virá no próximo ano.

Outro “X” da questão: o EC7 vendido aqui já é comercializado há quatro anos lá fora. Mas a Geely é a dona da sueca Volvo Cars, com a qual compartilha informações e tecnologias. A próxima geração do modelo promete ser mais refinada. Enquanto isso não acontece… O motor 1.8 tem comando variável na válvula na admissão e são necessárias constantes mudanças de marchas para fazer o EC7 embalar. O câmbio manual poderia ter engates melhores, especialmente o da quinta marcha. Com relações longas, rodando a 100 km/h, a agulha do conta-giros repousa nos 3.000 rpm e coopera no silêncio interno.

Incomoda a direção hidráulica mole demais, tanto em velocidade baixa quanto alta. Esse é um dos pontos mais críticos do modelo. As suspensões têm ajuste macio, mas nas curvas cobram o seu preço e deixam a carroceria rolar um pouco além da conta. O carro traz freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD e airbags dianteiros protegem os ocupantes. O EC7 conquistou quatro estrelas nos testes de colisão do Latin NCAP e cinco estrelas no C-NCAP (chinês).

Apesar da simplicidade, o interior traz peças bem encaixadas e sem rebarbas. O banco do motorista oferece ajuste de altura e lombar, mas a coluna de direção não tem regulagem de profundidade. Além disso, os pedais são grandes demais e muito próximos. Outro ponto questionável é o rádio com entrada mini-USB, que obriga o uso de um cabo adaptador para conectar um dispositivo externo.

Quem viaja atrás encontra bom espaço para as pernas e para a cabeça, mas um quinto ocupante não acha posição cômoda, devido ao tamanho do túnel central. Impressiona o porta-malas de 670 litros – bem maior em relação aos concorrentes Fiat Linea, Chevrolet Cobalt, VW Polo Sedan, Renault Fluence e JAC J5, seu compatriota. Será mesmo que o EC7 vai vingar? Só o tempo dirá, mas não tenha dúvidas de que ele achará o seu lugar ao sol, principalmente quando chegar a nova geração com a tecnologia da Volvo.