24/04/2014 - 15:16
Mini. Nos corredores da Fiat Chrysler Automobile, esse nome não é pronunciado com muita frequência. Mas está claro que a marca britânica cada vez mais serve de referência para a estratégia que o CEO do grupo, Sergio Marchionne, vem adotando com o modelo 500: a cada dia a família cresce, virando quase uma submarca. Além do Cinquecento original, já foram lançados na Europa o 500C, o 500L, o 500L Trekking e o 500L Living (de sete lugares). Os próximos pilares dessa estratégia serão o aventureiro 500X e o 500 “cinco portas”. Do primeiro já falamos bastante (e há tempos), mas do segundo pouco foi dito. Confira o que conseguimos descobrir com nossas fontes. Para começar, o 500 “cinco portas” não será um 500. Não pense nele como uma versão do subcompacto esticada e com duas portas adicionais. Será um modelo próprio, que emprestará do 500 o nome e o “espírito”, como fez a minivan 500L. Do ponto de vista estético, portanto, terá traços do 500 na dianteira e nos conjuntos óticos frontais e traseiros. Nada mais.
Em segundo lugar, sob sua carroceria há um Punto. A plataforma não será a usada no 500 e no Panda, pequena e pouco exível para o carro que a Fiat quer: um modelo espaçoso e funcional, para uma família pequena com orçamento limitado. Será inevitável usar a arquitetura B-Wide, nada mais que a plataforma do Punto revisada, alargada e aprimorada. Para terminar, ele não é o novo Punto. Sim, porque agora você perguntaria se um hatch como esse não acabaria sendo um substituto do Punto, que o próprio Marchionne excluiu do futuro da Fiat por não ser rentável. A resposta é ao mesmo tempo positiva e negativa: uma nova geração do Punto, por si só, não justificaria o investimento, mas como a variante de uma família faria sentido. É há ainda a questão de apelo: o Punto não tem senso de “pertencimento”, que o coloca em uma das famílias da marca. A dúvida, portanto, permanece: um hatch tradicional é mesmo uma necessidade? 500L e 500X não seriam su cientes para cobrir todas as necessidades? Sim, exceto pelo preço. Claro que esse hatch fará parte do clã dos 500 e, portanto, terá uma boa dose de glamour, mas parece que a Fiat tem planos de colocar nele um preço mais baixo que os dos irmãos. A lógica é cobrir todos os nichos de mercado.
Abandonar a faixa ocupada hoje pelo Punto seria um erro. Onde será feito o novo modelo? O desejo de preço competitivo aponta para a Sérvia, onde se produz o 500L. Seria o local ideal para fazer o cinco portas a partir de 2016. Para o Brasil, nada de nido. O modelo poderia ser fabricado em Goiana (PE), junto com o Jeep Renegade, que estreou no Salão de Genebra (e, agora é de nitivo, não terá uma versão Fiat para nosso mercado; o 500X, que será apresentado em outubro no Salão de Paris, é só para o mercado Europeu). Até mesmo Betim não deixa de ser uma boa opção para fazer esse “cinquecentão” – seja como substituto do Punto, seja junto com sua nova geração. Tudo depende da estratégia da Fiat Chrysler – que, com tantos modelos à disposição, deve ser bem difícil de definir.