30/03/2015 - 12:44
Na era dos SUVs, dos crossovers e das minivans, o mercado de peruas vai mal no Brasil. Mas a Audi não está nem aí. Ela mantém sua tradição de fabricar station wagons supervelozes, como a terceira geração da RS 4 Avant. A fama das peruas Audi por aqui vem desde 1994, quando a RS 2 (320 cv) se tornou a station wagon mais veloz do mundo (0-100 km/h em 5,4 segundos). Em 2001 veio a primeira RS 4, com motor 2.7 V6 de 380 cv. Fazia de 0-100 km/h em 4,9 segundos. A segunda geração da RS 4 foi lançada em 2007, com V8 de 420 cv e a mesma marca de aceleração. A nova Avant RS 4 tem um V8 4.2 de 450 cavalos e cou ainda mais rápida: 0-100 km/h em 4,7 segundos. Tudo na nova RS 4 Avant é superlativo.
O motor FSI (injeção direta) tem 108 cv/litro, o torque é de 43,9 kgfm, o câmbio automatizado S tronic tem sete velocidades e o preço… bem, o preço também é superlativo: R$ 466.990. Mas essa perua é uma joia da Audi. Para começar, seu design é matador. Ela é 20 milímetros mais baixa que a A4 Avant normal, além de 20 milímetros mais longa e 24 milímetros mais larga. As novas rodas de alumínio têm 20 polegadas (pneus 265/30) e acabamento em titânio polido.
Dirigir a RS 4 Avant é uma experiência gloriosa. O sistema Audi Drive Select permite três modos de condução: Conforto, Automático e Dinâmico. Na posição Conforto o carro ca mais macio, devido aos ajustes da suspensão e da direção, e deixa a RS 4 meio amarrada. Não tem graça nenhuma. O modo Automático já é muito bom, pois permite acelerações vigorosas, entrega a potência mais rapidamente e deixa o carro mais rme. Dá para ter prazer ao volante. A posição Dinâmico, entretanto, transforma a RS 4 Avant em uma fera! As suspensões ficam extremamente duras (em pisos levemente irregulares você ca pulando no assento), a direção se torna direta e rme, o ronco do motor aspirado se torna mais grave e as acelerações são rapidíssimas . As trocas automáticas de marcha também são excelentes, mas é instintivo passar as marchas usando os shift paddles. Em boas mãos, a RS 4 Avant pode fazer o diabo! A suspensão esportiva tem o DRC (Dynamic Ride Control), que liga os amortecedores de um lado do carro diagonalmente com os do outro lado. Numa curva rápida, por exemplo, quando a suspensão dianteira do lado de fora da curva for comprimida, um uxo de óleo é enviado ao amortecedor para reduzir drasticamente a rolagem (inclinação) da carroceria. Motoristas muito experientes podem aumentar a emoção desligando o controle de estabilidade. Além do chassi, vários componentes das suspensões dianteira e traseira são de alumínio.
Para conseguir as melhores acelerações, o motorista deve ativar o Lauch Control (controle de largada). O carro é cheio de sistemas eletrônicos. O diferencial autoblocante, por exemplo, atua em conjunto com o vetorizador de torque – se uma das rodas ca sem atrito, numa situação limite, o sistema desacelera aquela roda para evitar que o pneu perca grip e o carro derrape.
A posição de dirigir é ótima, mas ela pouco significaria se a performance não fosse superior. Para um carro com ótima potência e freios impecáveis (ventilados com discos de 365 milímetros na dianteira), o sistema Quattro (tração integral) caiu como uma luva. Introduzido na linha Audi há três décadas, o novo Quattro da RS 4 consegue variar a distribuição de energia entre os eixos dianteiro e traseiro com até 70% para a dianteira ou 85% para a traseira. A con guração normal do carro é levemente traseira (proporção 40:60), o que agrada a quem dirige esportivamente. Além das borboletas do volante, também são de alumínio os pedais, o apoio para o pé esquerdo, as aberturas de ar, as teclas e os controles do sistema multimídia da Audi, que é mais intuitivo do que o da Mercedes. A perua RS 4 Avant é produzida artesanalmente em Gyor, na Hungria.