A Ford Ranger é uma picape interessante – e ainda mais nas versões a diesel 2.2, que “substituíram” as gastonas flex. Observando o mercado, a arquirrival Chevrolet S10 a diesel (leia avaliação), com seu 2.8, parte de R$ 193.390 mil na versão LS com câmbio manual. Por menos que isso, só a versão flex (avaliação aqui), que até tem 4×4, mas, obviamente, não é a diesel.

Já a Ranger 2.2 tem tração 4×2 na XL “pé de boi”, que custa R$ 178.990 com cabine dupla e câmbio manual. Automática, a XLS 4×4 sai por R$ 214.290. Agora, por R$ 187.990, esta Ranger Black não tem 4×4, mas agrada pelo visual e pelos equipamentos. Destaque para a capota rígida na caçamba, que foi brinde no primeiro lote e agora é negociada a R$ 10 mil (inclui protetor de caçamba e redinha para guardar compras).

Ford Ranger

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Seguindo a estratégia da Toro Ultra (R$ 187.490), é uma bela opção à picape da Fiat – que vem com motor 2.0 a diesel de 170 cv e, se não é tão alta e “bruta”, ao menos tem 4×4. Mas 4×4 para quê? Se você, como eu, não faz off-road, mas só pega estradas de terra em estado sempre razoável, esta Ranger já basta. E o controle de tração ajuda bem a controlar escapadas da traseira típicas das picapes médias 4×2 (ainda mais de caçamba vazia).

Nessa pegada bem mais asfalto/urbana, a capota elétrica tipo “zetaflex” cai muito bem. Acionada por controle remoto, ela protege bem melhor a carga – principalmente dos ladrões, mas também das intempéries. E rouba pouco espaço da caçamba – a capacidade de carga cai de 1.180 para 1.028 litros (mas lembre-se de travar a tampa usando a chave, pois não é integrada ao sistema das portas).

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O desempenho é suficiente, de modo geral – mas, com a caçamba carregada com malas, bicicletas e outras tralhas, fica parecendo um hatch 1.0. Gostei da posição de guiar bastante alta e da enorme distância do solo, mas a média de consumo não passou de 10 km/l em percurso rodoviário com poucas serras. Em situações mais complicadas, na terra e com fortes aclives, o câmbio ficou indeciso, e ela se saiu melhor no modo sequencial. No mais, gostei do multimídia com comandos fáceis, seja pela tela (onde também se ajusta o ar), seja pelo volante.

Para meu uso normal, se fosse para escolher uma picape, esta Ranger não deixaria a desejar, pois quase nunca uso 4×4. Se você pega estradas ruins e tem medo de atolar, melhor apostar em uma versão com proposta mais “rural”. Mas, no fim, com não preciso de mil litros de “porta-malas”, por este valor compraria um SUV médio – mais econômico e com suspensões mais confortáveis.

Flávio Silveira | Editor

FORD RANGER BLACK: Contraponto

● Embora tenha um subcompacto há nove anos, confesso a minha preferência pelas picapes. Gostaria de ter, porém, me falta uma vaga apropriada e, principalmente, dinheiro na conta. No entanto, caso tivesse essa grana disponível, compraria uma, pois cansei das valetas/buracos e de alguns condutores “folgados”. Afinal, o porte avantajado mete respeito! Além disso, o visual escurecido da Ford Ranger Black – um estilo já aplicado anteriormente na Chevrolet S10 Midnight (leia aqui) – me conquistou. Como viajo muito raramente, o desempenho do utilitário está condizente à minha proposta. E também curti o trabalho do câmbio automático e das suspensões no uso urbano. À época do lançamento, tive a oportunidade de enfrentar um trecho de lama (leve) e a picapona até que o superou sem grandes problemas, apesar da falta da tração 4×4, da qual não faço muita questão por conta do meu uso. Ao contrário do Flávio, não olharia para um SUV, mas sim para esta Ford Ranger Black mesmo. E não me importaria fazer algumas manobras a mais na hora de estacionar no shopping ou no supermercado. Vale tudo – tanto pelo estilo imponente quanto pela experiência de dirigir “nas alturas’.

Rafael Poci Déa | Repórter

FORD RANGER BLACK: COMPRE SE…

* Você procura uma picape pela robustez e pela posição de dirigir elevada. Os “SUVs de shopping” ficam pequenos perto da Ranger.
* Você costuma levar malas e outras cargas pequenas na caçamba, e não gosta que elas fiquem expostas ao clima e aos ladrões.

FORD RANGER BLACK:  NÃO COMPRE SE…

* Entre seus percursos habituais há estradas muito enlameadas. Você não vai querer passar raiva e vergonha com sua “picapona” atolada.
* Você acha importante um desempenho bom, mesmo em picapes.
O motor 2.2 dá conta do recado, mas não impressiona nas retomadas.

Considere também esses concorrentes

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex – R$ 195.590
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Questão de prioridades. A arquirrival tem tração 4×4 para escapar de atoleiros, mas consome bem mais por ser flex. Leia aqui a avaliação completa.

Fiat Toro Ultra 2.0 – R$ 187.490

Tem tração 4×4, motor a diesel 10 cv mais potente e oferece capota rígida, mas o porte é menor, assim como a robustez.


Ford Ranger Black

Preço básico (2.2 CD)  R$ 178.990
Carro avaliado R$ 187.990

Motor: quatro cilindros em linha 2.2, 16V, turbo, injeção direta
Cilindrada: 2198 cm3
Combustível: diesel
Potência: 160 cv a 3.200 rpm
Torque: 39,3 kgfm a 1.600 rpm
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: braços sobrepostos (d) e eixo rígido (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: traseira
Dimensões: 5,354 m (c), 1,860 m (l), 1,815 m (a)
Entre-eixos: 3,220 m
Pneus: 265/60 R18
Caçamba: 1.028 litros
Tanque: 80 litros
Peso: 2.032 kg
0-100 km/h: 15s
Velocidade máxima: 164 km/h
Consumo cidade: 9,6 km/l
Consumo estrada: 11,3 km/l
Emissão de CO2: 194g/km
Consumo nota: B
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: B (Picape)

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