02/10/2021 - 10:09
Feita na base do Jeep Compass, a Toro foi uma boa sacada da Fiat. Uma espécie de “super-Strada”, ela é intermediária, em preço e em tamanho, entre as picapinhas e as picaponas. A base sólida e moderna, igual à que dá origem aos Jeep europeus, garante um produto sem igual. A Renault tem a Oroch, picape do Duster, e logo estreiam similares da Chevrolet e da Hyundai. Mas são rivais da Toro flex, não desta 4×4 a diesel.
E esta Toro a diesel na versão Ultra, que utilizei por seis dias, é ainda mais peculiar, uma “picape com porta-malas”. Com tampa rígida na caçamba, inclusive com travamento elétrico, importante para quem carrega malas e/ou circula na cidade, ela elimina qualquer problema que um pai de família pode ter com falta de espaço para as malas e para as tralhas das crianças. São 937 litros de capacidade – o dobro do porta-malas dos SUVs médios (ou 1.000 kg!).
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A picape do Jeep Compass traz da base do SUV suspensões excelentes – especialidade da Fiat desde as primeiras Strada e Adventure, antes de se juntar à Jeep e cia. No asfalto liso, vai bem, mas se sai melhor em buracos e na terra, onde absorve e neutraliza obstáculos de modo impressionante. Não tem seletor de terreno como os “irmãos da Jeep”, mas a tração 4×4 sob demanda, com reduzida, é a mesma, e a mecânica também, com o ótimo 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm acoplado à transmissão de nove marchas.
Na garagem do prédio/shopping, o motor é barulhento e incomoda, mas, na estrada, o ronco grave até agrada. Do consumo, também gostei bastante: fiz médias de 10 km/l na cidade e 15 na estrada sem esforço. A aceleração é menos vigorosa que na turbo flex, mas nada como ter força para retomar 100-120 km/h em oitava marcha, sem precisar reduzir (a nona deixa o ponteiro do conta-giros abaixo de 2.000 rpm a 120 km/h). Para uma tocada forte, ou no off-road, é possível fazer trocas pelas aletas ou alavanca.
Um detalhe do volante, a telona que controla até o ar-condicionado e seus comandos alternativos por botões.
Na cabine, adoramos a telona multimídia, com um mapa enorme e que controla quase tudo, mas o painel digital tem opções bem limitadas. Porém, o que deixa a Toro longe do Compass é o acabamento mais pobre. De qualquer modo, as picapes médias também são assim – e, como nelas, o espaço no banco traseiro não é o mesmo de um SUV.
Agora, se R$ 195 mil parece muito dinheiro, procure uma picape média por este valor, diesel e com 4×4, sistemas semiautônomos e equipamentos iguais… elas custam mais de R$ 250 mil. Sou “urbano” e não faço trabalho pesado na fazenda, mas curto aventuras de fim de semana, então esta Toro certamente estaria na minha lista de compras.
Flávio Silveira | Editor
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Fiat Toro Ultra: Contraponto
● Já comentei algumas vezes aqui a minha admiração pelas picapes. Não sou aquele consumidor que carrega o mundo na caçamba, de modo que justifique a compra de um utilitário, mas é apenas uma questão de gosto. Embora a Fiat Toro Ultra ofereça uma apreciada dirigibilidade de carro de passeio, sou do time que acha que picape precisa ter construção bruta, com a velha carroceria sobre chassis.
Compartilho da opinião do editor Flávio Silveira sobre o desempenho do motor a diesel e o trabalho das suspensões, mas irei discordar em relação ao sistema multimídia. A grande tela de 10” disposta verticalmente é bacana, porém me obrigou a desviar os olhos do trânsito ao procurar comandos ou até funções simples como escolher a estação de rádio – a mesma reclamação que faço em relação à central dos veículos da Volvo, clara inpiração aqui. Já a cobertura da caçamba é interessante, mas… se quisesse porta-malas coberto, embarcaria em um Compass! No lugar da Toro Ultra, olharia para uma Ford Ranger Black ou até para uma Mitsubishi L200 Triton Outdoor (R$193.990). No meu caso, uma compra mais emocional do que racional.
COMPRE SE…
* Você precisa de muito espaço para levar bagagem, mas acha que uma caçamba normal, com teto de lona, deixa tudo muito exposto.
* Você gosta de picapes, mas acha as médias grandes demais para a cidade e quer uma dirigibilidade mais parecida com a de um carro.
NÃO COMPRE SE…
* Você não precisa de 4×4. Neste caso, opte por uma Toro 1.3 turbo flex ou por uma Ranger Black 2.2 a diesel com tração apenas traseira.
* Você quer transportar objetos altos, que não cabem debaixo da tampa traseira, difícil de remover. Aí é melhor escolher a Toro Ranch.
Considere também esses concorrentes da Fiat Toro
Ford Ranger Black – R$ 205.190
Tem 40 cm a mais de comprimento e um motor 2.2 a diesel com 160 cv, mas é menos equipada e não tem tração 4×4. Clique aqui para ler a avaliação completa.
Jeep Compass Long. TD350 – R$ 206.690
Tem base e mecânica iguais às da Toro e acabamento melhor – mas é mais caro, menos equipado e leva só 476 litros. Clique aqui para ler a avaliação completa.
Fiat Toro Ultra TD 350
Preço básico R$ 195.990
Carro avaliado R$ 195.990
Motor: quatro cilindros em linha 2.0, 16V, turbo, intercooler
Cilindrada: 1332 cm3
Combustível: diesel
Potência: 170 cv a 3.750 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático sequencial, nove marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d) e tambor (t)
Tração: integral com reduzida
Dimensões: 4,945 m (c), 1,845 m (l), 1,735 m (a)
Entre-eixos: 2,990 m
Pneus: 225/60 R17
Caçamba: 937 litros ou 1.000 kg
Tanque: 60 litros
Peso: 1.905 kg
0-100 km/h: 11s9
Vel. máxima: 193,5 km/h
Consumo cidade: 10 km/l
Consumo estrada: 12,3 km/l
Emissão de CO2 184g/km
Consumo nota B
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: B (Picape)
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