29/11/2021 - 18:08
O cenário da mobilidade elétrica no mundo vem se consolidando ao longo dos últimos anos. Somente na China, há 500 empresas fabricantes de veículos elétricos. Na Europa, por sua vez, também existe um enorme apelo, mas com o desafio da origem da energia.
No Brasil, os carros eletrificados também estão em crescimento. Atualmente, há mais de 66 mil VEs, segundo dados do Renavam/ABVE. A gama inclui veículos híbridos não plug-in (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos 100% a bateria (BEV) – sendo que, ao todo, incluindo carros a combustão, a frota no país é de cerca de 50 milhões.
+ BYD apresenta o SUV elétrico de 7 lugares Tan EV para o Brasil
+ Peugeot e Citroën lançam furgões elétricos ë-Jumpy e e-Expert no Brasil
+ Shineray lança 3 scooters elétricas no Brasil com autonomia de até 80 km
As vendas de veículos eletrificados no Brasil de janeiro a outubro de 2021 chegaram a 27.097 unidades, que equivalem a um aumento de 74% sobre os emplacamentos do mesmo período de 2020 (15.565). Só em outubro, as vendas de eletrificados totalizaram 2.823 veículos, ou 24% a mais do que em outubro de 2020 (2.273).
Quais são os desafios no país?
Mesmo com a ascensão será necessário galgar muito para uma mobilidade totalmente elétrica no país. Por isso, veja abaixo a entrevista com Junior Miranda, CEO da GreenV, startup de tecnologia em mobilidade elétrica que nasceu da AZ Energy e assumiu todo o seu legado de mais de 1.500 pontos de recarga instalados no país.
“Há falta de insumos ocasionalmente, mas há também falta de incentivo político, ou seja, um programa estratégico de eletrificação por partes governantes e também em função de ser uma nova tecnologia, altos custos iniciais, mas quem tem baixado ao longo do tempo. Em especial o custo das baterias, que vem baixando muito nos últimos 10 anos”.
Mesmo com aproximadamente mil carregadores públicos e semipúblicos (privado com acesso público, como hotéis, restaurantes e shoppings), precisa haver distribuição da rede de recargas.
“Nosso país é muito grande. Quando a gente pega um número do exterior, esse número ele está até razoável, mas o problema é a distribuição disso. Num país continental, o número que faz sentido lá fora não faz sentido para a gente. Precisa crescer essa rede de recargas, sem dúvida nenhuma”.
As eletrovias também são importantes para o desenvolvimento desse setor. “Deve haver um investimento tanto privado como público em eletrovias para poder abastecer o nosso país. Isso é crítico para que facilite a vinda mais pesada de elétricos”.
Para se ter uma ideia, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Brasil precisa investir R$ 14 bilhões em pontos de recarga até 2035. A necessidade engloba 150 mil postos para a demanda que será gerada.
“Até 2025 devemos ter de 10 a 20 mil pontos de recarga semipúblicos. O mercado está crescendo muito rápido e isso vai acontecer”, diz Miranda.
Como alimentar os novos carros elétricos?
No Brasil, a maioria das fontes de energia vem de hidrelétricas. Há também o avanço rápido de fontes eólicas e solares. “A energia solar fotovoltaica está crescendo absurdamente. Aqui é possível trabalhar muito com a energia solar, é muito viável. A origem no país tem sido de fontes limpas. Isso tem sido muito positivo, diferente do que vemos na Europa”.
Como vai funcionar a vida das baterias?
É possível utilizar a bateria mesmo depois que ela completa o seu ciclo. “O que na prática acontece é que a eficiência dela é muito menor. Depois de 10, 20 anos, a eficiência da bateria cai para 80%, 70%. Ou seja, você consegue utilizar a bateria, com uma outra aplicação, mas com uma eficiência menor. Na prática, você pode ter carregadores, geradores e alimentar uma série de locais com a bateria que foi ‘descartada’ depois do uso do veículo elétrico”.
Preço dos elétricos e o futuro
A bateria também precisa diminuir o seu preço. “Existe um número de mercado que será a virada de chave dos elétricos e esse número é de US$ 100 o custo do kWh. Isso vai significar que o mercado de elétricos se viabilizou. Esse ano vai bater US$ 125. Para se ter uma ideia, o Porsche Taycan tem 90 kWh de bateria”.
Mesmo valor para carros a combustão e elétricos?
Para Miranda, daqui no máximo sete anos já será possível equiparar o preço entre carros elétricos e a combustão. “Pesquisas dizem que os elétricos vão assumir mais de 50% das vendas a partir de 2030. Essa transição vai acontecer, mas não será tão rápida”.
Novas soluções
A GreenV pretende lançar um aplicativo que terá várias soluções para empresas e motoristas que têm elétricos. “O cliente quer instalar um carregador na casa dele, ele pode buscar um técnico. No fim, o aplicativo é um grande hub de mobilidade elétrica, que vai facilitar a vida de quem usa um carro elétrico”.
O app também vai tirar dúvidas recorrentes sobre o carregamento e especificações técnicas, além de um mapa de postos de recargas disponíveis pelo país para o abastecimento.
MAIS NA MOTOR SHOW:
+ Range Rover Evoque volta a ser produzido no Brasil; veja os preços
+ Veja como verificar a pintura de um seminovo na hora da compra
+ Eletricz lança bike elétrica no Brasil com até 160 km de autonomia
+ Kombi de 1987 é transformada em camper como presente para esposa
+ Avaliação: Com motor 1.6 e câmbio manual, Peugeot 208 Like tem preço atraente e boa dirigibilidade
+ Conheça o museu de micro carros inaugurado no Brasil
+ Avaliação: Jeep Commander é, sim, um Compass aumentado (e não há problema nenhum nisso)
+ Qual é a melhor versão do Jeep Compass 2022?
+ Nova lei entra em vigor e tem alterações para motoristas de transportes
+ IPVA zero para motos até 150 cc é aprovado em Comissão
+ App 99 oferece aluguel do kit de conversão de gás (GNV) para motoristas; veja como se inscrever
+ Shineray lança 3 scooters elétricas no Brasil com autonomia de até 80 km