A estratégia da Honda em lançar o City Hatchback atrairá os clientes que aspiram uma experiência de condução mais afiada. Mesmo assim, a missão de convencimento em meio aos SUVs não será moleza. Afinal, tanto ele quanto o “irmão” sedã (leia a nossa avaliação) substituem três modelos consagrados: o Civic, que deixou de ser feito no Brasil para vir importado, o WR-V e o Fit.

Apesar do fogo cruzado, o Honda City Hatchback oferta atributos para tal, sendo comercializado nas versões EXL (R$ 114.200) e Touring (R$ 122.600). Seria o retorno da marca ao segmento, que nos presenteou anos atrás com os sedutores Honda Civic Hatch de quinta (código EG) e de sexta (nomenclatura EK) gerações? Veremos…

Segundo o fabricante, o Honda City Hatchback, ou New City Hatchback, ou, ainda, New City Hatch, atenderá a um público que não compraria um monovolume tampouco um utilitário esportivo. Portanto, a novidade aposta nas dimensões, assim como na versatilidade/habitabilidade da cabine e no volume do porta-malas.

O design da carroceria foi baseado no conceito Energetic Hatchback atribuindo 4,341 m de comprimento, 1,748 m de largura, 1,498 m de altura e 2,600 m de entre-eixos – no Fit, para comparar, estavam disponíveis 4,096 m 1,694 m, 1,536 m e 2,530 m, na ordem.

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Ainda falando de dimensões, na variante sedã do Honda City são encontrados 4,549 m, 1,748 m, 1,477 m e 2,600 m, respectivamente. Ou seja, a carroceria do lançamento da Honda até oferta algumas proporções superiores ao do Jeep Renegade, por exemplo, o qual possui 4,238 m de comprimento e 2,570 m de entre-eixos – a largura (1,805 m) e a altura (1,696 m) do carro da Jeep são superiores.

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Tecnologia Magic Seats

O concorrente da Honda para o recém-atualizado Toyota Yaris (leia mais) brinda os ocupantes pela cabine bem projetada exibindo destaques nos materiais e nos arremates do acabamento. A boa posição de dirigir é conquistada com mínimos ajustes e a ergonomia é um ponto-alto.

Os bancos revestidos em couro com as costuras aparentes foram repensados e acomodam muito bem o corpo trazendo placas de resina ao invés de molas na estrutura. Sendo assim, estabilizam melhor o corpo da mesma forma que promovem um maior apoio na região do quadril e da lombar. A coluna de direção é ajustável em altura/profundidade e os comandos estão bem localizados à mão.

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O quadro de instrumentos oferece uma leitura rápida e simples, com tela TFT de 7” personalizável, enquanto o multimídia de 8” traz conectividade Android Auto/Apple CarPlay sem a necessidade de cabos. E a câmera de ré possui três modos de visualização: vista normal 130º, vista alargada 180º e vista do topo, ajudando a vida do motorista na hora das balizas ou das manobras.

Quem viaja atrás dispõem de bom espaço para as pernas/joelhos por conta dos 2,600 m de entre-eixos. Aliás, os bancos frontais mais estreitos contribuíram em 37 mm a mais de espaço para os joelhos em relação do Honda City Sedã.

Uma tecnologia herdada do Honda Fit, modelo o qual o City Hatchback substitui, é o sistema de modularidade dos assentos Magic Seats. Há os modos Utility, Tall, Long e Refresh. Embora tenha 4,341 m de comprimento, o lançamento pode levar uma prancha de surfe longitudinalmente no habitáculo ou até rebater os assentos dianteiros para virar uma cama.

A tampa e a boca do porta-malas do Honda City Hatchback facilitam o carregamento e o compartimento de bagagens é de 268 litros (modo VDA, realizado com blocos de isopor contendo um litro de capacidade cúbica). É um dos pontos fracos do carro.

Honda City Hatchback
Foto: Divulgação

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Motor com injeção direta

O design do Honda City Hatchback foi desenvolvido no mesmo túnel de vento dos monopostos da Fórmula 1. A estrutura carroceria é 7,3 kg mais leve tendo a rigidez torsional elevada em 6% frente o Honda City Sedã.

Em prol da baixa emissão de ruídos foi aplicada a espuma expansível na base da coluna A e B, assim como absorvedores de ruídos e o revestimento antirruído no assoalho. Na prática, o Honda City Hatchback é um carro silencioso, que não transmite os barulhos vindos do exterior para a cabine tampouco não sofre com os indesejados ruídos aerodinâmicos.

Sob o capô, o propulsor de quatro cilindros 1.5 naturalmente aspirado possui injeção direta e é flex. Aliás, uma exclusividade do nosso mercado. Ele vai casado ao câmbio continuamente variável (CVT) de sete marchas simuladas. O fruto desse casamento mecânico são 126 cv a 6.200 rpm de potência e 15,8 kgfm a 4.600 rpm, quando abastecido com etanol.

Foto: Divulgação

Não se prenda aos números de ficha técnica, pois o Honda City Hatchback é mais que isso. Ao volante, ele é um carro prazeroso de conduzir e responde rápido, mesmo sem a presença do turbocompressor. Na balança, a versão Touring avaliada pesa 1.180 kg contra 1.170 kg do sedã – os 10 kg a mais são explicados pela tampa do porta-malas mais pesada e da maior necessidade de reforços estruturais.

A direção assistida eletricamente é rápida e precisa ao esterço ao passo que as suspensões garantem o conforto ao absorver muito bem as irregularidades do asfalto, além de proporcionar uma rolagem mínima da carroceria ao contornar as curvas mais apressadamente.

Houve uma redução de atrito em cerca de 50% no conjunto frontal e as belas rodas de 16” vestem pneus Dunlop Enasave EC300 de medidas 185/55 R16 com baixa resistência ao rolamento.

Honda City Hatchback Touring
Foto: Divulgação

Chama a atenção o consumo, pois o Honda City Hatchback durante nosso primeiro contato cravou médias urbanas de 9,4 km/l,a na cidade, e de incríveis 15,7 km/l (a melhor superou os 18 km/l com o controlados de velocidade acertado para 100 km/0h) nos trajetos rodoviários.

Honda Sensing

O Honda City Hatchback está equipado com o Honda Sensing na configuração topo de linha Touring. Dotado apenas da câmera frontal no para-brisas (não tem o radar milimétrico), o sistema cuida da segurança dos passageiros e oferta os seguintes assistentes à condução: frenagem para mitigação de colisão (CMBS), que detecta pedestres, ciclistas e carros em conversão à direita, mitigação de evasão de pista (RDM), o qual atua no volante para reposicionar o veículo na faixa, controlador de velocidade adaptativo (ACC), com funcionamento a partir de 30 km/h, sistema de permanência em faixas (LKAS) – também movimenta o volante e até possibilita contornar curvas leves sozinho – e farol alto automático (AHB).

Honda City Hatchback
Foto: Divulgação

Outros anjos da guarda é o Lane Watch, o qual diminui os pontos cegos ao projetar no multimídia as imagens da lateral do carro, os faróis Full LED, o sensor de estacionamento frontal, os seis airbags (dianteiros, laterais e de cortina), os apoios de cabeça dianteiros com redutores de impactos, o Isofix para fixação de cadeirinhas infantis e o assistente de estabilidade (VSA), para citar.

O Honda City Hatchback debutou em duas versões, porém, dependendo da necessidade do mercado brasileiro, a Honda estuda implementar uma configuração mais acessível.


FICHA TÉCNICA

HONDA CITY HATCHBACK TOURING
Preço básico R$ 114.200 (versão EXL)
Carro avaliado R$ 122.600

Honda City Hatchback Touring
Motor: quatro cilindros em linha 1.5, 16V, injeção direta, duplo comando, continuamente variável (I-VTEC e VTC)
Cilindrada: 1497 cm3
Combustível: flex
Potência: 126 cv a 6.200 rpm (g/e)
Torque: 152 Nm (g) e 155 Nm a 4.600 rpm (e)
Câmbio: automático continuamente variável, modos S e M com sete marchas simuladas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,341 m (c), 1,748 m (l), 1,498 m (a)
Entre-eixos: 2,600 m
Pneus: 185/55 R16
Porta-malas: 268 litros
Tanque: 39,5 litros
Peso: 1.180 kg
0-100 km/h: 10s1 (g)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo cidade: 13,3 km/l (g) e 9,1 km/l (e)
Consumo estrada: 14,8 km/l (g) e 10,5 km/l (e)
Emissão de CO2: 95 g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota: A
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (médio)

 

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