Com o preço dos combustíveis nas alturas, que tal comprar um carro híbrido usado — e sem gastar muito? O Toyota Prius foi o responsável por difundir essa tecnologia no mundo, e com ótima aerodinâmica e mecânica, dependendo do estilo de condução, faz médias de consumo urbanas incríveis, que podem passar de 30 km/l.

Mas calma lá! Vamos explicar: quando o Toyota Prius foi lançado, em 2016, a Toyota fez um desafio de consumo entre 37 participantes do test-drive, mas em condições ideais: Brasília (totalmente plana), com pouco trânsito, percurso favorável (mínimo de semáforos) e duas pessoas por carro (se fosse uma, daria diferença insignificante).

Entre todos que fizeram o mesmo percurso, nosso editor Flávio Silveira atingiu a média mais alta, com 31,75 km/l — na verdade, perdendo só para o vice-presidente da Toyota, Miguel Fonseca, atingiu 32,8 km/l, mas não participou da disputa por conflito de interesses. Além disso, nosso editor ainda desligou o ar-condicionado, fechou as janelas o quanto aguentou.

Ainda assim, mesmo em nossos testes com o Toyota Prius no uso comum, para tarefas cotidianas na cidade de São Paulo (Zona Oeste, com relevo muito acidentado), o Toyota Prius é muito econômico. Sem acelerar demais, mas dirigindo do modo normal e com ar-ligado, passamos facilmente de 25 km/l com gasolina.

Sim, quando se fala de consumo de Toyota Prius na prática, é fácil superar 20 km/l na cidade. Isso sem precisar carregar na tomada como os híbridos plug-in (leia aqui)

Ele chegou ao Brasil na terceira geração, em 2013, sendo substituído três anos depois pela quarta – que teve um facelift em 2019 e saiu de linha com o lançamento do Corolla Hybrid, que usa o mesmo sistema híbrido paralelo (leia mais aqui sobre os diferentes tipos de híbridos).

Primeiro automóvel híbrido produzido em série no planeta, ele foi uma grande ousadia da visionária Toyota, para quem por muito tempo representou prejuízo. O Toyota Prius tem um motor 1.8 aspirado associado a dois outros movidos a eletricidade, totalizando 123 cv de potência do conjunto – enquanto 141 Nm de torque são enviados pelo motor a combustão e 162 Nm pelas unidades elétricas.

Já a transmissão é do tipo continuamente variável (CVT), também visando a economia. “É um carro com baixo custo de operação, que oferece tanto um consumo excepcional quanto a versatilidade de carregar uma bicicleta sem precisar tirar a roda. É só rebater o encosto traseiro”, elogia um dos proprietários consultados, Sérgio Berezovsky.

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O painel desta primeira geração que chegou ao Brasil tem instrumentos centrais, um console alto e acabamento apenas razoável. O espaço interno é bastante amplo

Na vanguarda desde que nasceu, ainda no longínquo ano de 1997, o Prius foi, posteriormente, o primeiro híbrido flex do mundo. Mas, antes de comprá-lo, tome precauções. “A maioria dos híbridos apresenta desequilíbrio nas células da bateria.

Por serem ligadas em série, um mau contato pode comprometer todo o sistema”, comenta Fernando Romão, sócio-proprietário da oficina Veyron.

Segundo ele, para corrigir o problema é necessário “desmontar o pacote de baterias e efetuar o carregamento e descarregamento diversas vezes, até concluir a equalização do sistema. Às vezes, a troca do conjunto acaba sendo necessária.”

Indo além do sistema híbrido, o Prius segue a cartilha dos Toyota, sem mistérios na manutenção. “O motor a combustão é fácil de mexer, assim como o câmbio, a direção e o sistema de frenagem, todos eles livres de problemas”, diz Romão.

Por ter regeneração de energia, o Prius “nem pastilha de freio gasta; com 75.000 quilômetros rodados, nem dão sinal de desgaste”, comemora Berezovsky.

“Eu precisava de um carro econômico e livre do rodízio em São Paulo. Mas meu Prius teve um defeito no servofreio e no ABS. Devido ao alto custo de reparação, acabei importando a peça dos EUA”, conta André Kulaif Perroni, outro proprietário consultado.

Além disso, ele teve “um problema na tela do multimídia, que custaria R$ 9 mil para consertar na autorizada. A solução foi recorrer a um técnico independente, que substituiu o capacitor”, conta Berezovsky. O contraponto fica por Daniel Oliveira, que não teve nenhuma dor de cabeça com seu Prius.

Toyota Prius

Toyota Prius


Pelo mesmo preço

Lexus CT200h 2013: R$ 68.860


Versão de luxo do Prius, ele tem um motor 1.8 de 99 cv e outros elétricos, para entregar uma potência combinada de 136 cv. Estão disponíveis os modos de condução Eco, Sport e a função B, que aumenta o freio motor para carregar mais a bateria.

Honda Fit EX 2015: R$ 64.451


O Fit é um “pão quente” do mercado por oferecer muita versatilidade e dirigibilidade condizente à proposta. Aliás, seu propulsor 1.5 naturalmente aspirado está associado a um câmbio CVT para entregar até 116 cv e 15,3 kgfm, isso quando abastecido com etanol.

Ford Fusion Hybrid 2012: R$ 53.900


O sedã tem motor 2.5 e um propulsor elétrico, com potência total de 193 cv. A máxima no modo elétrico de 107 km/h, mas, como o Ford, não é plug-in, roda bem pouco sem usar o motor a combustão. Ele acomoda confortavelmente cinco e pode fazer mais de 18 km/l na cidade.


Toyota Prius 2013

R$ 60.512

Motores: gasolina quatro cilindros em linha 1.8, 16V, duplo comando continuamente variável + motores elétricos
Cilindrada: 1798 cm3
Combustível: gasolina + bateria
Potência: 99 cv a 5.200 rpm + 82 cv = 123 cv
Torque: 141 Nm a 3.600 rpm + 162 Nm
Câmbio: automático continuamente variável (CVT)
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,480 m (c), 1,745 m (l), 1,510 m (a)
Entre-eixos: 2,700 m
Pneus: 195/65 R15
Porta-malas: 445 litros
Tanque: 45 litros
Peso: 1.415 kg
0-100 km/h: 10s3
Vel. máxima: 165 km/h*
Consumo cidade: 15,7 km/l
Consumo estrada: 14,3 km/l
Emissão de CO2: 71 g/km
Consumo nota: A
Nota do Inmetro: A
Classificação na categoria: A (Médio)


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