19/08/2022 - 8:00
O Toyota Mirai nunca veio ao Brasil e a segunda geração do sedã de luxo com ares de coupé tão cedo estará à venda em nosso mercado. Ele até pode ser uma alternativa aos elétricos a bateria por resolver os contratempos de autonomia e de velocidade de carregamento, porém, a tecnologia embarcada é o maior impeditivo de sua comercialização.
Afinal, o Toyota Mirai (futuro, em japonês) combina célula de combustível a hidrogênio e motor elétrico. Basicamente, na célula de combustível, quando o hidrogênio entra em contato com o oxigênio, é gerada energia. Ela vai armazenada na pequena bateria de 1,24 kWh, sendo responsável por alimentar o propulsor elétrico síncrono instalado no eixo traseiro. O resultado final é apenas água ou vapor d’água saindo pelo sistema de escape.
O Mirai segue a mesma cartilha do Honda Clarity Fuel Cell e do crossover Hyundai Nexo, assim como precisa de apenas cinco minutos para ser reabastecido em bombas de 700 bar, que custam valores extremamente elevados. E aí está uma das razões que afastam o Toyota do nosso mercado.
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Como é ao volante?
Mesmo assim, tivemos a oportunidade de realizar uma volta na pista de teste do fabricante, no interior de São Paulo. O breve contato serviu para explorar um pouco das capacidade do FCEV.
Se a primeira geração, lançada em 2014, tinha um design ousado e controverso (leia mais aqui), agora o Mirai assume um design limpo e melhor definido, com nuances de Lexus por todos os lados.
Construído na plataforma GA-L (a mesma do Lexus LS), o Toyota Mirai eleva o bem-estar dos ocupantes pelo desenho dos bancos frontais com aquecimento/ventilação, assim como oferta uma recheada lista de itens de conforto, de conveniência e de segurança.
Estão presentes carregador de smartphone por indução, ar-condicionado de três zonas, multimídia com tela tátil de 12,3”, sistema de áudio da JBL composto por 14 alto-falantes, sistema de frenagem autônoma com detecção de pedestres, alerta de saída involuntária de faixa com atuação na direção, assistente de ponto cego/de saída em aclives, oito airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelhos para o motorista e o passageiro) e monitoramento da pressão dos pneus, para citar. A alavanca seletora de marchas remete diretamente a do Toyota Prius.
Da mesma forma que os carros elétricos “normais”, o desempenho é entregue de imediato ao pressionar o pedal do acelerador, pois os 184 cv de potência e 30,6 kgfm de torque dão conta do recado, seja saindo da imobilidade quanto nas retomadas de velocidade. De acordo com o fabricante, o zero a 100 km/h ocorre em 9,2 segundos.
O silêncio a bordo é absoluto e o único ruído emitido é o da rolagem dos pneus Bridgestone de medidas 235/55 R19. Trata-se de um sedã luxuoso, confortável e espaçoso, cujo o propósito é de transmitir uma condução eficiente. Contudo, ele não descuida da dinâmica ao oferecer uma distribuição de peso ideal (50:50).
Aliás, ela foi adquirida graças a uma reorganização dos componentes. Comparado ao antecessor, foi instalado um terceiro tanque de hidrogênio (os três são feitos de material compósito e reforçado com fibra de carbono), localizado no túnel central, enquanto os outros dois vão posicionados atrás – na porção traseira também estão o propulsor elétrico e a bateria. Já a célula de combustível se encontra sob o capô.
A autonomia média declarada é de até 600 km, mas o Toyota Mirai entrou para o Guiness World Record, no final do ano passado, ao percorrer 1.360 km sem precisar de reabastecimento.
No mercado norte-americano, na Califórnia, a versão XLE avaliada custa a partir de US$ 49.500 (aproximadamente R$ 251.667, em conversão direta). Contudo, por conta dos problemas de infraestrutura ele seguirá uma opção distante dos brasileiros pelos próximos anos.
FICHA TÉCNICA
TOYOTA MIRAI XLE
Preço básico (ESTADOS UNIDOS): R$ 251.667
Carro avaliado (ESTADOS UNIDOS): R$ 251.667
Toyota Mirai XLE
Motor: elétrico síncrono, ímã permanente, dianteiro, transversal
Combustível: hidrogênio
Potência: 184 cv
Torque: 30,6 kgfm
Câmbio: dianteiro, caixa redutora com relação fixa e ré
Direção: elétrica
Suspensões: multilink (d/t)
Freios: disco ventilado (d/t)
Tração: traseira
Dimensões: 4,98 m (c), 1,89 m (l), 1,48 m (a)
Entre-eixos: 2,92 m
Pneus: 235/55 R19
Porta-malas: 321 litros
Bateria: íons de lítio, 4 Ah
Capacidade dos tanques: 5,6 kg (142,2 litros)
Peso: 1.925 kg
0-100 km/h: 9s2
Velocidade máxima: 175 km/h
Consumo: 116 km/kg
Autonomia: 600 km
Tempo de abastecimento: 5 a 8 minutos